ANDO DE 4, MAS NÃO SOU VICIADO NISSO

Sempre andei para cima e para baixo e também já transitei em zigue-zague inúmeras vezes com o meu carrinho velho. Desse modo, até para ir ao boteco da esquina que ficava a pouco mais de 100 metros da minha casa, eu estava motorizado.

Mesmo indo em, praticamente, a todos os lugares de carro, digo que não sou um viciado em andar de 4. Visto que, a minha paixão não é pelo carro, e nem por estar montado, mas sim, pelo imponente ronco do motor.

Parece que os motores adoram gasolina, pois bebem muito, entretanto não ficam bêbados.

Muito pelo contrário chupam, ou melhor, sugam com prazer, além do mais com grande ímpeto e voracidade como se estivesse morto de sede, principalmente quando o tanque está bem cheio.

No entanto, se o tanque estiver vazio, apenas com uma golada, ou melhor com um pequeno gole, já é mais que o suficiente para sugar, de modo a deixar o tanque completamente seco. Portanto, sem sequer uma gota de gasolina.

Verdade seja dita, mesmo sabendo que os motores são famintos, além do mais, que ainda bebem bastante gasolina para cantar e roncar bonito. Nunca enchi o tanque do meu carro.

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Por isso, até penso que aquele ronco único, típico e inconfundível seu motor, é de pura tristeza por saber que a gasolina pode acabar a qualquer momento.

Por essa razão, abasteço várias vezes ao dia, visto que, passo num posto e coloco, apenas dez reais de petróleo. Sendo assim, repito essa operação muitas vezes num único dia.

Além disso, todos os frentistas já me conhecem, por isso, nem me perguntam mais nada. Encosto na bomba, e, logo eles já colocam 10 pilas desse líquido precioso.

Às vezes a gasolina acaba na fila de abastecimento, dessa forma, todos se solidarizam ajudando a empurrar o carro até chegar no bico de combustível.

Um dia desses, uma senhora quase me deu uma bengalada na cabeça, pois a coitada mesmo escorada numa bengala e ainda andando com dificuldade, ainda ajudou a empurrar o roncador até a bomba.

Entretanto, aquela pobre senhora ficou furiosa quando viu que depois daquele esforço todo que ela fez, viu o frentista colocar apenas 10 reais.

Inicialmente ela pensou que estava faltando combustível no posto, por isso, perguntou ao frentista onde era o abastecimento mais próximo. Sendo assim ele disse-lhe: ainda tem gasolina para o ano inteiro.

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Foi nesse momento que a velhinha me cutucou com a sua bengala. Em seguida, aos berros ela desferiu um golpe certeiro que iria acertar a minha cabeça. Então rápido, como um felino abaixei dentro do carro.

Por sorte, a cacetada que certamente me derrubaria na hora, acertou, apenas a janela do carro de modo que a paulada passou tirando tinta do meu braço esquerdo que estava apoiado na janela. Pois, tenho essa mesma mania terrível de ficar com o membro para fora segurando a porta do carro.

Um dia desses, fui fazer uma viagem de rotina, por isso, passei por um trajeto muito conhecido, visto que, já passara ali milhares de vezes. Além disso, já sabia até de olhos fechados onde era cada local exato das paradas obrigatórias para abastecer.

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Iniciei a viagem como de costume e fiz as primeiras paradas como sempre fizera. Até então, a viagem ia bem e tudo estava muito tranquilo. Além disso, não notei nada de anormal, porém meu carro estava bebendo demais a ponto de ficar embriagado.

O resultado disso, é que foi que ele bebeu demais. Assim sendo, iniciaram uns pequenos trancos e também uns solavancos inesperados até que cambaleando o carro morreu bem distante do próximo posto.

Então, nesse momento percebi que a gasolina acabara. Por isso, o carro estava lá inteirinho e pronto para rodar, porém, encrencado, somente porque não tinha combustível.

O motivo da pane seca não era falta de grana, dado que os meus bolsos assim como os meus cartões de crédito e débito eram suficientes para comprar até mesmo um posto de gasolina inteiro de porteira fechada.

Entretanto, o meu carro estava enguiçado no meio da rodovia em consequência do tanque estar completamente seco. Portanto, sem nenhuma gota de gasolina.

Rapidamente, saltei do carro e fui correndo até o próximo posto comprar 10 conto de gasolina para desengarrafar aquela fila quilométrica que se formou na estrada, devido aquela grave e inesperada pane seca.

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Autor PaginaUnica

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