COCOON
ARACNE ATAQUE
Milharém é um povoado isolado, cercado por grandes plantações de milho, habitado por poucos agricultores autônomos, que vivem do próprio plantio.
Alguns casarões de madeira, ruelas estreitas, empoeiradas e uma capela, onde uma vez por mês um velho missionário vem pregar o evangelho.
A luz elétrica é produzida por cataventos e a água vem de poços artesianos, retirados com vasilhas penduradas numa corda, enroladas no rolo da manivela. Espantalhos maltrapilhos, espalhados entre os pés de milho, de sentinelas na estaca com os braços abertos, como espectros suspensos, distribuem um aspecto fantasmagórico ao vilarejo silencioso.
Eram cinco horas da manhã, quando Arvid acordou disposto, para ordenhar a vaca e juntar ovos das galinhas. Ao abrir a porta que dava para o alpendre, se deparou com um cenário sinistro.
As árvores do pomar, o telhado das casas, o trator e o paiol estavam encobertos por longas e enormes teias de aranha cinzentas, onde pendiam insetos estrangulados mortos embalados pelo vento, numa dança macabra.
Deviam ser muitas e grandes aranhas, para tecer tantas teias durante a noite. Mas não havia nenhuma delas ali por perto. Onde seria o esconderijo delas? De onde vieram tantas aranhas de repente?
Ele tentou retirar, arrebentar uma das teias sem conseguir, e percebeu que eram resistentes fios de seda, fortes como fiapos de aço e flexíveis como nylon.
Que misteriosa espécie de aranha seria aquela, que tinha capacidade de tecer tal fibra metálica e lustrosa como cetim? Seria talvez uma invasão de aracnídeos perigosos como as Blondi-Aranhas Golias?
Parecia que ninguém ainda havia percebido o estranho acontecimento.
Ele precisava se reunir com os outros moradores de Milharém, para tentarem juntos desvendar o mistério daquele estranho aracne ataque repentino...
--------> segue no cap.2
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