Convite real
Allonke estava escorado numa cerca de uma fazenda abandonada. Ao longe, viu uma caravana de umas 16 carroças puxadas por bípedes, animais de um metro e meio da cidade vizinha. A caravana para e seus líderes conversam. Quatro guerreiros saem da formação e correm tranquilos na direção de Allonke. Ao chegar, o líder do quarteto lhe dirige a voz.
- Em nome do Rei de Sejarim, vc está recrutado para compor o exército real. Identifique-se e acompanhe-nos!!
Allonke se surpreende pois, como nômade, nunca recebeu uma proposta dessas em todos os seus 22 anos de vida. No entanto, ele preza a liberdade acima de tudo e prometeu a si mesmo conhecer o mundo inteiro antes de se estabelecer em algum canto. Os soldados que estão a sua frente são comandados, estão cumprindo determinação do Rei. Por isso, tenta resolver a situação da melhor forma, sem conflito.
- Sou Allonke, mas não posso ir com vocês. Tenho debilidade na perna direita. Não sirvo pra guerreiro -Mentiu.
- Essa sua espada forjada no aço Zud te condena, Allonke. Só os melhores guerreiros a usam. É melhor nos acompanhar pois não acatar uma decisão real é morte, amigo.
- Então acho melhor chamar mais soldados, pois vocês não vão dá conta de me levar, estejam avisados.
E Alloke, de Tiromara saca sua espada para apreensão dos soldados pois sabe que o páreo será duro.
- Espere, disse um deles, vamos chamar nosso campeão.
Então o soldado assopra em uma pequena trombeta que, aparentemente não sai nenhum som. Da caravana, sai um portentoso guerreiro, de uns dois metros, munido de espada e machado. Possui também vários punhais na cintura, punhos e tornozelos. Ao chegar, pergunta a um dos soldados o que está acontecendo.
- Ele não quer servir ao Rei!
Allonke não teve nem tem de abrir a boca pois teve que se desviar de um punhal que fincou na madeira da cerca. Outro punhal encontra sua espada em guarda no qual se produz faíscas.
- Sou Xamall, de Jakolano, e vc foi condenado a morte por desobediência real!!! grita o gigante.
- Já vi que é difícil ficar tranquilo por essas paragens, diz Alloke. Se é sangue que este Rei quer ele terá.
Xamall saca a espada e avança mas, ora encontra o vazio das esquivas de Allonke, ora encontra o aço da espada adversária.
A luta atrai a atenção do resto da caravana que testemunha a cabeça de Xamall rolar pela grama salpicada de sangue.