Um lugar
O que é o tempo? Uma realidade objetiva? Uma ilusão produto de uma mente universal que o formata? Um tirano a qual todos estão irremediavelmente submetidos? haveria um ponto de convergência entre passado, presente e futuro? Seria o tempo um rio que percorre sempre o mesmo caminho na mesma direção ? Ou teria diversos afluentes com múltiplas caminhos possíveis? Tantas indagações que em si mesmas escondem conceitos variados.
Devido as descobertas da chamada física quântica hoje tais indagações fazem sentido algo impensável em outros tempos. Aqui estamos falando em tempo essa entidade universal e transcendental, mesmo a o discuti-lo ele se faz presente, quando eu terminar esse parágrafo terá transcorrido um tempo, ao fim desse texto meu leitor terá gasto uma fração de seu tempo lendo sobre o tempo. Ele está em todo parte, então como analisar algo que estamos irremediavelmente enfiados dentro dele. Se fosse possível analisar o tempo de forma equidistante talvez o compreendêsemos melhor, mais isso é impossível. Esse conto e sobre o tempo e sua relação com o espaço, pois para existir o tempo precisa de um campo onde ele possa transcorrer um pré-requisito necessário para ele ser percebido.
Corria o ano de 1848, uma época turbulenta salteadores de estrada proliferavam desafiavam a perícia e a coragem dos cocheiros das diligências de Concord. A diligência de concorde era o principal meio de transporte até os campos de mineração na época da corrida do ouro para a Califórnia no século XIX. Feita na citada cidade estas carruagems pesavam mais de mil quilos era tão solidamente construída, que resistia aos solavancos das estradas empoeiradas e os tiros dos assaltantes e dos índios. As diligencias eram puxadas por dois pares de mulas que eram trocadas em postos de passagem ao longo do caminho, dessa forma podiam percorre até 150 quilômetros por dia, do seu alto banco o cocheiro controlava os animais, com seu chicote, ao seu lado o vigia armado com seu rifle, pronto para reagir a qualquer ataque. Geralmente levava nove passageiros (no caso de nossa história três mineiros de origem irlandesa, uma mulher, dois homens de negócios de New York e três mexicanos em busca de fortuna) com seus pertences e suas armas, era um tempo sem normas , prevalecia a lei do mais forte no ecossistema humano da época. Principalmente numa região selvagem e de fronteira como aquela. Não era fácil assaltar uma diligência era preciso coragem, e destreza com as armas e os cavalos. O cocheiro se chamava John , e o vigia era Bob , estavam a caminho das Minas no nordeste da Califórnia, próximo as montanhas rochosas, encontravam-se perto de uma parada para troca de cavalos num posto de permuta na cidade de Calgary, no estado de Wyoming, John e Bob sempre de olhos atentos pois continuamente havia o risco de serem atacados, percebem a frente de sua cabriolé a esquerda da estrada uma pessoa, cautelosos pegam seus rifles, os passageiros também veem aquela figura, à medida que a diligência avança, eles vão vendo melhor quem é aquela pessoa, percebem que o estranho usava roupas esquisitas que eles nunca tinham visto, e parecia desnorteado andava de uma forma claudicante como se fosse um bêbado, mais o que estaria fazendo ali no meio do nada, ninguém vivia ali a cidade mais próxima estava a mais de 100 quilômetros. O estranho trazia um objeto muito esquisito na mão direita, vestia um tipo de macacão que cobria seu corpo inteiro, tinham um rosto jovem mais o cabelo estava desgrenhado e a barba estava crescida, era alto e tinham físico forte e bem nutrido, algo raro naquelas paragens.
Na roupa que vestia havia estranho símbolos que os viajantes nunca tinham visto, parecia confuso, curiosos eles pararam a carruagem, o cocheiro indagou – olá estranho de onde você vem e para onde vai? – o homem olhou para a carruagem e para o cocheiro com um olhar de espanto, a primeira coisa que disse foi – onde estou? em que ano estamos? – o cocheiro ficou espantado com a indagação, mais como era analfabeto ele nem tinham uma noção muito clara do tempo pois vivia sempre viajando olhou para o vigia e perguntou – Bob em que ano estamos – o outro ficou mais apalermado ainda sem saber dizer direito – vendo que os dois homens não eram capazes de informar nisso um dos passageiros um homem de negócios, bem vestido que usava um chapéu cocó, colocou a cabeça pra fora já um pouco impaciente pois queria prosseguir viagem – escute amigo nós estamos no ano de 1848 – então olha para o cocheiro e diz rudemente – ei cocheiro vamos embora eu não paguei para você ficar de papo com esse desconhecido – o cocheiro olhou para o passageiro, deu de ombros e já ia tocar as mulas quando o estranho como que despertado de um sonho saiu daquele aparente tupor e ficou enérgico – estou no ano de 1848? No velho Oeste? Meu Deus o que aconteceu comigo como vou voltar, vocês poderiam me ajudar estou perdido no tempo – o cocheiro olhou para ele e disse – e contra as regras da companhia dar carona mais como você parece estar perdido e desorientado vou levar você à cidade de Calgary ,depois siga seu caminho - muito obrigado senhor – os passageiros ouviram a declaração com um misto de surpresa e pena daquele pobre diabo que só podia estar louco, a mulher que ouvia tudo curiosa pôs a cabeça pra fora e disse – ei senhor você disse que estava perdido no tempo como assim? – minha senhora eu não sei como explicar mais o fato e que não sou desse lugar e desse tempo – quem é você? – indaga a mulher os outros passageiros pareciam querer rir do homem que eles julgavam ser louco, mais a mulher curiosa queria saber mais sobre o estranho – meu nome É Johnson sou piloto de avião de combate e major da força aérea dos Estados Unidos, meu número de série é 908, lotado na base aérea de Fort Lauryn no estado da Florida – ao ouvir as informações os homens caíram na risada um deles disse zombando – este tal de Fort Lauryn e o hospício de onde você fugiu ? – outro disse – o que é uma força aérea? – por favor tem respeito por ele o coitado está confuso – a senhora tem bom coração não posso culpa-los por não acreditar de fato não existe força aérea isso só vai aparecer daqui a 80 anos, eu mesmo ainda nem nasci – o que o senhor está dizendo ? ainda não nasceu ? o senhor deve ter algum problema mental isso é impossível – diz a mulher que demostrava ser educada – como eu disse e difícil de acreditar eu sei mais e fato de alguma forma eu fui trazido para essa época – e de onde o senhor veio ? – eu vim de um lugar sem passado ou futuro onde só existe um presente perpetuou , um lugar onde o tempo como conhecemos não existe – o senhor está me deixando confusa o senhor fala com tanta convicção não parece estar mentindo, mais não posso acreditar nisso, talvez seja sua imaginação – não senhora é verdade – nisso um dos passageiros perde a paciência e berra – vamos embora estamos atrasadas vamos acabar com essa conversa de malucos – o jovem subiu na carruagem e ficou a o lado do cocheiro e do vigia, então o cocheiro tocou as mulas, o pobre piloto balançava rudemente em cima das tabuas duras da carruagem foi ai que o vigia viu o estranho objeto e indagou – o que é isso ? – isso e meu capacete – capacete? O que diabo é isso? – eu uso enquanto piloto meu avião – o vigia ficou na mesma aquilo não fazia o menor sentido para o pobre homem.
Uma brisa úmida e salgada soprava vindo do mar, desalinhando o cabelo de Johnson, o jovem piloto caminhava perplexo pela areia branca e molhada da praia, onde estava? Aquele lugar não devia estar ali, nos seus mapas não havia indicação da existência daquele ilha. A orla se estendia a perder a vista indicando que era uma ilha grande ou talvez nem fosse uma ilha fosse um continente, mais isso era impossível, como ninguém tinham notado sua presença, naqueles anos de conflito, tantas aeronaves haviam cruzado aquelas águas, tantos navios, e ninguém nunca tinham notado aquele pedaço de terra. Desde que seu caça bombardeiro Phatom F5 havia comprido sua missão e logo após ele ter caído naquela ilha atraído por uma força irresistível que ele se indagava onde estava, seu jato de combate jazia no meio da mata numa clareira formada por sua passagem, o piloto havia se ejetado pouco antes da queda, agora se via naquele lugar uma ilha tropical a 400 quilômetros do golfo de Token na costa do Vietnam era o ano de 1968 um dos mais violentos no conflito no sudoeste asiático. Johnson caminhava pela praia o sol forte castigava seu corpo, mais a brisa do mar aliviava o calor, ele volta para o interior da mata, encontra seu avião destruído, procura um sinalizador de emergência para tentar mandar um sinal para os aviões e navios de busca que ele imagina que já devem estar a sua procura, quando anoitecesse ele dispararia um sinalizador, o problema e que apenas um estava intacto, todos os outros haviam sido destruídos. Ele havia aprendido técnicas de sobrevivência a primeira coisa que procura é uma fonte de agua, o corpo humano pode resistir quase um mês sem alimento mas sem agua apenas uma semana, era fundamental encontrar o precioso líquido na mata tropical ele encontra alguns cipós que ele sabe que tem água em seu interior, ele os localiza corta com sua faca de campanha, e bebe água pura com gosto levemente adocicado, após matar a sede o jovem piloto se despe de seu traje de piloto pesado e quente, apenas de suga encontra um pequeno lago onde se banha, após se sentir melhor se veste, e sai à procura de comida, ele tinham algumas barras de chocolate meio amargo como ração de emergência, mais precisava de algo mais substancial, logo encontra alguns cogumelos comestíveis, faz uma fogueira e assa os cogumelos, e se alimenta com eles, foi ali que ele ouve algo um som de passos na mata sua única arma era uma pistola semiautomática, ele saca a arma ele teme que patrulhas do Vietnã possam ter vindo atrás dele para captura-lo, mais ele não encontra soldados vietnamitas, para seu espanto ele acha um homem vestindo estranhas roupas, - devo estar sonhando não é possível – pensa ele, vê um homem alto e magro de cabelo comprido e barba espessa, vestido com roupas do século VXII parecia aqueles personagens de filmes de piratas, numa mão trazia uma pistola de pederneira, na cintura uma espada de lamina curva , usava um tapa olho parecia confuso, eu resolvi fazer contato afinal estávamos na mesma situação, - olá senhor – falou Johnson - o homem arregalou os olhos e apontou a pistola e falou em francês – quem é você?- por sorte Johnson falava um pouco de francês , então respondeu – meu nome é Johnson baixa a arma não pretendo fazer mau a você estou na mesma situação - não sei que lugar é esse e como vim parar aqui – o homem baixou a pistola e percebeu que aquele estranho com aquelas roupas esquisitas estava na mesma circunstância que ele – como você chegou aqui – indagou sempre em francês – eu estava em meu navio, tínhamos abordado um navio português, para nosso azar surgiu um navio de escolta, fomos atacados pelos dois barcos, meu barco naufragou , eu e alguns homens fugimos em um barco a remo, eles nos perseguiram e atiraram contra nós, depois só lembro de acordar nessa praia. – Você é um pirata? – sim sou com muito orgulho e quanto a você? por que usa essa roupa estranha? – eu pilotava meu avião quando fui apanhada por uma estanha força que me trouxe para esse lugar – Avião o que é Isso? – uma máquina que voa pelos ares – está ficando maluco isso não existe - vem comigo eu vou mostrar meu avião está um pouco danificado pela queda mais serve para provar minhas palavras – os dois homens perdidos, caminharam até a carcaça do avião, estavam bem danificado, o pirata olhou incrédulo para aquela estranha máquina de metal que não fazia o menor sentido para ele e indagou – como viemos parar aqui? E quem é você? – eu sou um piloto de avião e aqui estou, quanto a este lugar não sei dizer , só sei que uma força estranha me atraiu pra esse lugar assim como você, acho que estamos presos aqui – as palavras do piloto não faziam o menor sentido para o pirata, mais só sabia que estava preso naquela ilha com aquele estranho – bem não entendo o que você diz , mais temos de dar um jeito de sair daqui – concordo mais para onde ir? acho que estamos em algum tipo de encruzilhada no tempo, pois como posso explicar sua presença aqui, - encruzilhada no tempo , o que é isso? - Continuou sem entender – para alguém do passado e difícil entender – eu sou do passado? como assim eu estou aqui isso eu estou no presente o passado não existe mais passou – eu sei e difícil de explicar nem eu entendo direito mais esse é o fato eu sou do futuro em relação a sua época – difícil de acreditar então eu sou do passado? Quer dizer eu estou morto? Isso é ridículo eu estou vivo falando com você como pode? – sim você está vivo nessa realidade, eu também mais somos de épocas diferentes e sou do século XX, eu nasci em 1947, e você eu presumo por suas roupas é do século XVII – não consigo entender o que você diz, só sei de uma coisa estou preso aqui e quero voltar para, minha vida – eu também amigo eu também –diz o piloto com um ar resignado.
No momento em que os dois homens conversavam de repente do nada o sol escureceu, nuvens ameaçadoras se formaram e começou uma tempestade, uma forte torrente de agua desabou sobre aquele lugar, uma chuva intensa, que a tudo encharcava, os homens tentaram se abrigar debaixo das arvores, mais tão rapidamente como surgiu a chuva cessou, e o sol surgiu radiante no céu, ouviram um choro como de criança que vinha do meio da mata, ao se aproximar de onde vinham o choro encontraram uma garotinha que devia ter uns nove anos de idade, estava molhada e parecia muito assustada, se vestia como uma camponesa da idade média, tinham um lenço amarrado na cabeça, trazia nas mãos um tipo de pequena foice, para cortar o mato, a menina quis fugir quando viu os estranhos se aproximando, mais o jovem piloto tentou acalma-la – ei você, calma não se assuste nós não vamos te machucar, estamos tão perdidos como você – a menina pareceu se acalmar as palavras suaves do jovem a tranquilizaram havia uma aura de sinceridade no que ele dizia, muito embora ela não entendesse nada , pois não falava o inglês, quando a criança falou, suou como um antigo dialeto irlandês que a há muito não era mais falado, o pirata não compreendia nada também – o que ela diz ? – se eu não estiver enganado meu amigo essa criança fala um antigo dialeto, que pelas características soa como um irlandês, arcaico, pelas roupas e aparência geral eu diria que ela vem da idade média, a mais de 800 anos longe de minha época, - o piloto tirou uma barra de chocolate do bolso, por meio de gestos ele indicou que aquilo era comida a menina mesmo ainda um pouco assustada pegou o barra e comeu com gosto, logo após isso ele pediu que ela lhe entregasse a pequena lâmina que trazia consigo. Era um tipo de instrumento agrícola para cortar ervas daninhas, provavelmente a pequena camponesa estava trabalhando no mato, quando foi de alguma forma colhida por alguma força desconhecida e deixada aqui nessa ilha, mais calma a garota se aproximou do piloto e como toda criança, ficou curiosa com as vestes estranhas do homem, muito embora ela não pudesse entender o que o estranho falava. Ela se sentiu segura ao lado dele, eles sentaram numa pedra e conversaram por meio de gestos, o pirata observa achando aquilo engraçado e disse – você parece que tem jeito com crianças ela parece gostar de você – bem eu tinha ou tenho sei lá, irmãos pequenos e sempre me dei bem com crianças, quando meus pais saiam eu cuidava deles isso me deu um certo traquejo para lidar com crianças, de toda forma essa pobre menina está presa como eu e você aqui nesse lugar. Os três partiram andando pela ilha precisavam achar algum lugar para se abrigar dos elementos já que o tempo parecia ser tão instável naquele lugar, encontraram uma elevação o piloto subiu o morro para ter uma visão melhor dos arredores, e avistou terras e mais terras a perder de vista, tudo coberto por um manto verde ao longe contemplou uma extensão azul era o mar– nossa esse lugar e grande mais não e possível não deveria existir nada aqui a não ser as águas do oceano- pelo menos era o que os mapas que ele conhecia informavam , ele avistou ao longe umas montanhas, o esquisito é que não havia sinal algum de atividade humana, apenas aquela extensão de florestas e colinas.O pirata indagou – o que faremos? – acho que temos que comer algo por hora é nossa prioridade - o piloto dividiu seu chocolate com o pirata e a menina após a comer a menina saiu pra andar um pouco pelos arredores então , a menina voltou parecia alegre e fazia gestos pegou o piloto pela mão e o arrastou - ei o que foi pequena? – a menina dizia coisas que ele não entendia mais o puxava o outro homem os seguiu – foi ai que ele percebeu, ouviu o som de agua corrente, imaginou que era um rio onde existe rio existe peixe, os três andarilhos encontram um rio caudaloso o piloto diz - que bom uma fonte de agua limpa agora só precisamos de instrumentos de pesca para capturar peixes – sim e eu sei fabricar eu tenho experiência antes de me tornar pirata eu era pescador – ótimo então mãos à obra – a menina batia palmas contente, como estava com sede ela bebeu agua e se banhou pois estava com calor, entrou com roupa e tudo , logo depois o pirata e o piloto também se banharam aliviando aquele calor tropical que os oprimia. O pirata fez um pequeno cesto com gravetos recolhidos que ele usaria como instrumento de pesca, o piloto arramou alguns gravetos pontiagudos , depois com cipós e galhos mais grossos de arvore fez um arco e flecha e passou a tentar sem muito êxito pescar, a menina foi pro mato e procurar ervas para fazer algum tipo acompanhamento para os peixes, como era uma camponesa medieval ela conhecia todas as plantas comestíveis apesar de estar num ambiente diferente do seu , no entanto a menina era uma hábil coletora de vegetais em sua aldeia. Após reunir peixes e ervas, o pirata subiu num coqueiro tirou cocos coisa que ele estava habituado a fazer em sua vida de aventureiro. Após fazer fogo eles assaram os peixes, acompanhados pelas ervas colhidas pela menina comeram e beberam água de cocô, o pirata e o piloto construíram um abrigo feitos com galhos trançados, amarrados com tiras de casca de arvores retirados com a espada do pirata que servia como facão. Após erguer o abrigo coberto com folhagem dos coqueiros, os três adormeceram cada um em seu canto. No dia seguinte qual não foi a surpresa havia uma colina não muito distante de onde eles estavam, até a natureza estava diferente, as plantas, as arvores estava tudo estranhamente diferente, antes quase não se ouviu ruído algum vindo das matas a ao redor agora uma sinfonia de sons de animais que preenchiam o ambiente – que espécie de lugar é esse? A gente dorme e quando acorda está tudo diferente – diz o pirata pasmo diante do que ele vê – e como se esse lugar estivesse numa espécie de fluxo temporal que acabava moldando o ambiente, veja esta fauna e flora, me lembra de certas ilustrações de florestas primitivas, vejo uma predominância de samambaias e notem havia antes muitas flores em toda a parte agora não vejo nenhuma – a pequena camponesa olhava curiosa e tocava nas plantas de repente do nada surge uma enorme inseto com o formato que lembrava uma centopeia só que muito grande, a menina levou um susto nunca tinham visto algo como aquilo e correu para o piloto e o abraçou assustada, no céu eles viram gigantescas libélulas com quase um metro de envergadura, - minha nossa estamos numa era anterior ao aparecimento dos mamíferos e repteis, a mais de 270 milhões de anos como e possível? esse lugar inteiro como que se deslocou no tempo, vejam até o céu tem uma tonalidade diferente – o que vamos fazer como podemos sair desse lugar maldito – diz o pirata então o piloto responde – bem não vamos ficar aqui parados, já sei vamos para aquela colina vamos subir e tentar ter uma visão melhor dessa nova paisagem – os três personagens então caminhão em direção a colina, não ficava muito longe logo eles chegam foi ai que tiveram outra surpresa havia um serie de cavernas na base da colina o piloto pensou – pelo menos vamos ter um abrigo melhor para viver, muito bem vamos fazer assim você sobe a a colina quanto a min vou explorar uma das cavernas para ver como ela é - e a pequena? – ela vai comigo ela parece confiar mais em mim – por mim tudo bem não gosto de bancar babá de criança – o rude pirata subiu a encosta com alguma dificuldade o piloto armado com uma lança improvisada feita com uma estaca de madeira feita a parte de um tronco de arvore caída, tendo a menina ao seu lado eles entram numa caverna escolhida ao acaso, o piloto tinham uma pequena lanterna que ele usava para iluminar o caminho, a caverna se mostrou bem grande, parecia se aprofundar para o interior da colina, as paredes eram úmidas cobertas de um musgo verde escuro, havia o barulho constante de gotejar de água, caminhando com cuidado o piloto e a menina adentraram naquele ambiente primitivo frio e úmido, um contraste com o calor que fazia no exterior, foi então que após entrar num amplo salão com o teto repleto de estalactites eles viram uma luz num canto da caverna. Havia uma fenda, estreita mais era possível de ser atravessada, primeiro ele mandou a menina (por causa de seu pequeno tamanho) se esgueirar pela abertura ,por fim a menina chegou a outra parte da caverna com uma abertura maior, a menina viu uma luz forte era uma saída que aparentemente dava para fora da gruta, a menina gritou na sua língua incompreensível para o piloto ela parecia alegre, após isso porém silêncio por angustiantes 20 minutos o piloto esperou que menina voltasse mais nada ele ficou preocupado, então com grande dificuldade ele conseguia passar pela fenda, chegou a outro recinto e viu a abertura e a luz intensa – e isso ela achou a saída na certa passou mais porque não voltou para me conduzir? – o jovem piloto Johnson entrou pela abertura nas rochas escuras, ai tudo ficou intensamente iluminado, no minuto seguinte ele acorda um pouco tonto e ofuscado pela luminosidade, num lugar totalmente diferente. Era um lugar desértico, com ausência de plantas ou arvores apenas rochas e o solo arenoso, olhou o céu e um sol forte e implacável brilhava com intensidade, - e agora onde estou? e em que época? - Sua cabeça estava girando confuso ele sentou numa pedra, lembrou da menina e sentiu pena dela – onde estará ela será que voltou para seu próprio tempo? Ou está perdida em algum lugar como eu? E aquele pirata ? qual terá sido seu destino? como não tinha o que fazer e sede começava a apertar, ele resolveu procura uma fonte de agua era sua prioridade, caminhou por algum tempo finalmente ele viu um sinal de civilização era uma estrada de barro se havia uma estrada ela devia levar a algum lugar passou a andar a margem daquele caminho após uma hora caminhando e morrendo de sede e calor, chegou finalmente a um pequeno grupo de arvores onde pode se abrigar do sol, para sua sorte notou uma pequena fonte de agua, um poço natural, após matar a sede e descansar um pouco o piloto se pôs a caminhar precisava encontrar alguém que o pudesse ajudar de alguma forma foi ai que ele ouviu o ruído inconfundível de um veículo se aproximando era um a diligência....
Ao chegar à pequena cidade de Calgary, o piloto perdido, reconheceu a típica paisagem urbana de um burgo do velho oeste, a pequenas e tortuosas ruas barrentas as casas de madeira, o salão, o cheiro de estrume, os cavalos e carroças circulando, homens e mulheres caminhando, mexicanos e indígenas, todos com aparência meio encardida, aquelas pessoas simples, a maioria estava ali apenas de passagem indo de encontro a seus sonhos dourados de riqueza, todos olhavam para o forasteiro estranhamente vestido com curiosidade mais não havia hostilidade gente estranha chegava todo dia naquele lugar. Ele andava sem saber bem o que fazer, ele queria voltar para seu mundo seu tempo devia haver uma forma. Ele sentia sede e fome entrou num tipo de mercearia dois homens e uma mulher estava ali fazendo compras, ficou espantado com o estranho, o dono do estabelecimento indagou – o que deseja estranho – eu preciso de algo para beber ou comer – tem pão e bolachas e bolos e também sucos e bebidas alcoólicas – eu gostaria de pão e suco – você pode pagar – era um problema nosso herói só tinham dinheiro de seu tempo que de nada valia ali – não tenho – hum tem algo para trocar – ele lembrou que tinham um anel que tinha ganhado de presente, era folheado a ouro, portanto tinha algum valor – ele ofereceu a o homem o sujeito achou esquisita a forma nunca tinha visto algo como aquilo mais reconheceu o brilho do ouro então aceitou como pagamento, após comer o piloto indagou – senhor me diga uma coisa alguém nos últimos dias apareceu por aqui, assim como eu – nos últimos dias não mais faz alguns anos que um sujeito fantasiado de pirata chegou aqui, falava francês era bem esquisito, - o que houve com ele, - ele vagou pelas ruas e bares, acabou se metendo em brigas, se juntou com uma gang de desordeiros, vivia por ai arrumando encrencas, mais um dia ele sumiu, - sumiu como assim – não sei dizer um dos camaradas dele disse que um dia ele saiu andando sozinho dizia que ia achar uma caverna que queria voltar pra casa, e desapareceu, acho que se perdeu no deserto deve ter virado comida de abutres – isso faz quanto tempo – humm me deixa ver uns dez anos, que eu me lembre, esta e uma cidade pequena forasteiros são comuns, mais aquele chamou muito a atenção – Johnson ficou impressionado fazia dez anos que o pirata tinha passado por aquele lugar, mais se ele conseguiu escapar talvez ele conseguisse, mais agora tinham de encontrar algo para fazer, um lugar para morar enquanto ele vivesse naquele lugar até ele achar uma forma de voltar para seu tempo.
O tempo passou, com os conhecimentos técnicos que Johnson tinha, foi fácil arrumar um trabalho, ele conseguiu um emprego como auxiliar, numa loja de secos e molhados, ele controlava a contabilidade, sendo formado em física, para ele a matemática não tinha segredos, além disso, era bem-educado e gentil. Morava numa pequena pensão, onde se destacava pois sempre ajudava a resolver problemas que surgiam na casa, a dona do lugar gostava muito dele apesar do seu jeito estranho de falar, todos notavam que o inglês dele era bem peculiar quando indagavam de onde ele era, ele dizia que era inglês por isso falava diferente, mais ali ninguém dava muita importância a origem das pessoas desde que fosse pessoas bem comportadas sendo um local de passagem para as minas muita gente esquisita passava por ali, Johnson era apenas mais um estranho. Outra coisa que causava estranheza ele portava uma arma nunca vista na cidade, (uma pistola semiautomática,) sendo um lugar violento o piloto precisava sempre está pronto para uma emergência, certa vez o comercio onde ele trabalhava foi atacado por ladrões mais ele reagiu com sua arma ele colocou os ladrões para correr tendo abatido um deles, oque aumentou a fama dele, tornando ele bem popular. Em outra ocasião ele salvou uma mulher que estava sendo atacada, ele derrotou dois homens apenas com seus punhos, Johnson era um soldado muito bem treinado.
Apesar de estar relativamente bem adaptado a vida na cidade ele nunca desistiu de tentar volta a seu mundo, havia coisas naquela época que ele não gostava a maneira desrespeitosa de como eles tratavam as mulheres e os negros, ainda havia escravidão, a violência sempre presente se bem que para alguém que lutava numa guerra isso não era tão estranho. Muitas vezes ele interferia quando via alguém maltratando um negro, Johnson era um homem grande e forte, na maioria das vezes os agressores recuavam.
Ele fazia longas caminhadas pelos arredores da cidade, a procura de uma forma de voltar ele tinha um palpite que a passagem se encontrava numa caverna mais apesar de muito procurar ele não achava a tal caverna que o levasse de volta a seu tempo.
Passam-se dois anos em sua nova vida no século XIX, quando uma diligência, surge nela viajavam um casal e seus dois filhos, hora esses recém-chegados vão direto a loja de secos e molhados, onde Johnson trabalhava o dono havia se ausentado, ele tomava conta, assim que o casal entrou na loja ele teve um susto a jovem senhora que acompanhava o marido, era idêntica a garotinha que ele encontrou na ilha dois anos antes, assim que viu ela pensou – e a menina só que agora está adulta e casada – ela não pareceu reconhecer ele, assim que o casal saiu o piloto pensou – ela parece que se adaptou muito bem a sua nova vida, mais eu não quero passar o resto de minha vida aqui, sinto falta de minha vida no meu tempo.
Um dia o dono do estabelecimento solicitou a Johnson que fosse a uma cidade próxima levar alguns mantimentos, a cidade fica um pouco distante, levava um dia de viagem de carroça, nosso herói, partiu à tarde, ao anoitecer, caiu uma tempestade, apesar de a carroça ser coberta, a chuva era forte ele procurava um lugar apropriado para passar a noite, foi nesse momento crucial que ele avistou uma gruta ele se dirigiu até ela, deixou a carroça num canto e amarrou o cavalo numa arvore, depois ele entrou na caverna. Percebeu que era uma caverna extensa então ele pensou – será que a gruta que vai me levar de volta? – ai ele enxergou uma luz, caminhou em sua direção viu uma abertura na pedra, havia uma luz multicolorida saindo dele então Johnson entrou ele sentiu uma vertigem e perdeu os sentidos, quando acordou estava numa praia deserta, foi despertado pelo gosto de água salgada em sua boca, ao levantar vestido como um callboy do velho oeste, todo molhado pensou – e agora onde estou – olhou ao redor e notou que havia voltado à ilha que estava nem no passado nem no futuro numa encruzilhada temporal. O jovem piloto caminhou pelo mato numa clareira ele viu algumas pessoas eram cerca de quatro homens estavam a ao redor de um tumulo vestiam roupas improvisadas, feitas com peles de animais, tinham barba e cabelos compridos, e falavam num idioma desconhecido estavam prestando homenagem a o morto era um funeral, Johnson se aproximou mais sem revelar sua presença, um dos homens leu alguma coisa parecia ser uma bíblia, após essa breve cerimônia eles se retiraram curioso o piloto foi até o túmulo queria saber quem estava enterrado ali, viu a lapide e este escrito “aqui jaz Johnson Wasmiller piloto da força aérea dos Estados Unidos que descanse em paz”.
,