LIMIAR DA HUMANIDADE - CAP - 29 - 30 - 31
Oi pessoal, um aviso aos meus poucos leitores e quase inexistentes comentaristas: eu ainda estou tentando acabar o livro 01 dessa série. E como prova disso seguem mais três capítulos. Um dia eu acabo......
CAPÍTULO 29
Por duas horas Clayton fala com aqueles homens que representam a humanidade. Diversas vezes ele é interpelado com perguntas, afinal o que os representantes dos diversos povos escutam está além da realidade e da própria compreensão.
- .... e assim senhores essa é a dura verdade dos fatos. Eu represento um poder que pode ajudar a combater os invasores que se aproximam, mas mesmo com toda a tecnologia e poderio bélico que posso disponibilizar, ainda assim, preciso dos recursos de toda a humanidade, ou esquecemos as divergências e rivalidades milenares que desunem nossa espécie, e nos unimos como um povo, o povo que habita a Terra, ou corremos o sério risco de sermos extintos e nosso querido planeta servir como lar para alienígenas invasores, ou podemos enfrentá-los e ter uma chance de vitória, garantindo assim a continuidade da espécie humana.
Após seu discurso o jovem brasileiro silencia. E fica no aguardo de novas perguntas ou de alguma decisão. Um pesado silêncio é sua resposta. Nas caras daqueles embaixadores que representam mais de 7 bilhões de vidas paira um ar de incerteza, dúvidas e desconfiança.
- Senhores, o jovem brasileiro impõe a todos nós, como representantes da raça humana, a necessidade de uma tomada de decisão. Parafraseando as palavras do mesmo – “... ou nos unimos como um povo, o povo que habita a Terra, ou corremos o sério risco de sermos extintos....” Eu represento meu país, meu governo e sou o primeiro a colocar sobre a responsabilidade do jovem brasileiro todos os recursos possíveis. Alguém mais? – Ozim, embaixador sul-africano é o primeiro a se manifestar. Logo outros países começam a se manifestar, mas as grandes potências permanecem em silêncio.
- Então senhores, chegaram a alguma conclusão? – Alisson pergunta aos dois oficiais.
- Bom senhor Alisson, nós somos apenas militares, nem temos tanta influência assim. Deve saber que a cooperação entre o poder que representa e o governo brasileiro obrigatoriamente terá de ser autorizada pelo presidente da República. E pelas demais autoridades constituídas.
- Sei disso major, mas temos um problema grave, o tempo disponível. Sabe que a frota invasora chegará em breve no nosso planeta, e mesmo com todos os recursos de que eu e meu amigo dispomos, ainda assim, vamos precisar de todo apoio.
- Senhor Alisson, tenha certeza, eu só posso falar por mim, o capitão tem o direito de ter opinião divergente da minha, mas o que estiver ao meu alcance será feito.
- Eu agradeço major, em meu nome e no nome do meu amigo Clayton que no momento está na ONU procurando apoio.
- Então....
- Ah sim, Ômega coloque á disposição dos militares algum tipo de transporte, além de comunicação.
- Sim descendente.
- Ômega, me chame pelo nome, tanto eu como o Clayton já instruímos que não desejamos ser chamados dessa forma.
- Desculpe, é que a programação a mim imputada prevê que devo chamá-lo e a seu amigo desta forma.
- Ok, agora providencie tudo que os militares desejarem. Senhores, se me permitem. Ficaremos no aguardo de algum comunicado de vossa parte.
CAPÍTULO 30
A frota Nuu se posiciona em torno do nono planeta do sistema solar. Segundo o que foi auferido por Manum, os habitantes do terceiro planeta, real objetivo da armada, se chama Plutão e pairam dúvidas entre os estudiosos se esse é realmente um planeta ou um grande corpo celeste. Mas para Tham Varthyes isso é apenas retórica.
- Posição da frota. – A poderosa voz do dirigente se faz ouvir na ponte de comando da nave capitânia da frota.
- Ainda há unidades se aproximando Poderoso Tham.
- Isso eu sei, mas quero saber quanto falta para que toda a frota esteja pronta para o avanço final.
- Oh Poderoso, pelos nossos cálculos cerca de 150 tings (medida de tempo do povo Nuu. Cada ting equivale a 01:30 h).
- Alguma nave do povo do terceiro mundo se encontra nas imediações?
- Poderoso, como eu mesmo lhe disse. O povo deste sistema ainda não domina a navegação espacial. – Manum Mad que foi convidado pelo Tham a permanecer na ponte de comando.
- Agradeço Manum, mas é melhor enviar alguns batedores à frente. Não quero surpresas desagradáveis.
- Assim será feito oh Poderoso!
O comandante da frota envia ordens para algumas naves de combate, logo uma frota de caças, 200 unidades para ser exato, parte em direção ao terceiro mundo daquele sistema solar.
Nova York, prédio da ONU.
Clayton começa a ficar impaciente, ele gentilmente saiu do prédio da ONU e se recolheu na nave que o trouxe até ali. Uma reunião emergencial do Conselho de Segurança está em andamento.
O jipe militar desce em alta velocidade a estreita estrada que serpenteia entre as cavernas da região. Tanto o major Freitas, quanto o capitão Feijó estão silenciosos, cada qual com seus pensamentos. Eles sabem que sua missão é importante, devem fazer o possível para que os seus superiores hierárquicos e a classe política sejam convencidos dos problemas que se aproximam. Ficou claro para ambos que há uma invasão alienígena, em grande escala prestes a se tornar realidade, e a única forma de deter isso é se aproveitando dos recursos tecnológicos e militares que os dois jovens descobriram. Também ficou patente que só esses recursos, sem a ajuda dos povos do mundo e de seus exércitos não será suficiente. Portanto o trabalho do major e seu capitão se demonstra imprescindível. As autoridades brasileiras precisam ser convencidas a participar dessa espécie de cruzada, sob pena de terem de presenciar o fim da humanidade.
Nova York, sede da ONU, reunião emergencial do Conselho de Segurança.
- O que foi presenciado por V.Sas. é de longe o fato mais relevante da história da humanidade. Estamos no limiar de ser extintos como raça. Senhores, acredito que acabou a era das divisões, dos remorsos, das desconfianças. Nesta hora tão tumultuada ou nos apresentamos como um povo, como terráqueos ou corremos o sério risco de não conseguirmos ter uma continuidade. Neste caso nosso planeta será o lar de uma nova espécie.
Dito isso o embaixador sul-africano se calou, no aguardo de algum pronunciamento. Ao invés disso o presidente do Conselho de Segurança deu por encerrado os debates e passou de imediato à votação. Os povos da Terra decidiam seu destino.
CAPÍTULO 31
- Atenção, frota alienígena nas imediações de Plutão. Previsão de chegada em torno de 03 dias, isso se não aumentarem a velocidade, sistema de interceptação detectou 200 pequenas naves se aproximando da Terra.
Alisson escutou com certo temor a informação de Ômega. Pensou em contatar Clayton que se encontrava na casa de seus pais, mas resolveu conferir com a IA da base como andavam os treinamentos das forças armadas da ONU para o combate que se avizinhava.
Clayton saiu de Nova York encantado com o desempenho do embaixador da África do Sul. Dificilmente ele conseguiria fazer com que os representantes do mundo acreditassem nele não fosse a intervenção notável de Ozim Khadaf. Coube ao mesmo informar Clayton das decisões tomadas. A partir daquele momento todas as forças armadas da ONU estavam sob a tutela dos jovens brasileiros.
Ômega foi incumbido dos primeiros procedimentos. Na base de Iporanga uma movimentação frenética teve início. Naves com equipamentos e armas saíram na direção das grandes potências militares do mundo, levando robôs encarregados do treinamento das tropas. Um trabalho hercúleo teve início.
Para Clayton essa etapa teria de ser administrada por Ômega, sendo assim ele não voltou diretamente para a base, mas foi fazer uma visita a seus pais.
Naquela noite a fantástica notícia era anunciada nos principais meios de comunicação do mundo. Sim, existiam alienígenas. Sim, eles estavam no meio de nós. Sim, assim como havia aqueles que contribuiriam com a raça humana, também havia aqueles com ambições bélicas e que pretendiam conquistar nosso mundo. As notícias seguiam, sendo acompanhadas com crescente interesse pelas pessoas em todos os lugares do mundo. Na pequena cidade de São Bernardo, a família do senhor Feitosa acompanhava emocionada tudo que era notificado. Não foi difícil para eles reconhecerem Clayton nas imagens de TV.
Um toque na campainha irritou os familiares que não esperavam por ninguém naquela noite. Samara foi atender e quase desmaiou ao ver o irmão, enfiado em um traje dourado e com um sorriso nos lábios. Ele abraça com carinho a irmã que fica muda enquanto se dirigem para a sala para encontrar o resto da família.
Durante duas horas os familiares escutam a preleção de seu filho. Realmente difícil de acreditar, mas aquilo tudo é real, por mais estranho e incompreensível que possa parecer.
- Filho, então isso tudo que estão mostrando na TV...
- Sim pai, é tudo verdade. Eu e o Alisson encontramos uma base alienígena, por motivos que ainda não conhecemos direito a IA que administra essa base nos passou o controle da mesma, inclusive com um psico-treinamento onde aprendemos os segredos tecnológicos da raça ancestral que deu origem à vida humana. Há muito que não sabemos pai.
- Filho isso não é perigoso? Alienígena, IA – que é isso?
- Mãe é um programa de computador que age como se fosse um ser vivo.
- Ah, a mãe não entende dessas coisas não. Fico feliz que está aqui...
- Desculpa mãe, mas não posso ficar, quero saber se não querem ira comigo para a base. As coisas podem ficar complicadas quando os invasores chegarem. Ao menos ali vocês estarão em segurança.
Os pais de Clayton se olham, os irmãos aguardam a decisão deles.