MISSÃO DART- fim
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Na Terra envolta pela neblina de poeira cósmica, não havia mais o dia apenas noites sem fim. E houve enfermidades ulcerosas, exantemas, erupções, pústulas, rangir de dentes e mortes. E nuvens de centenas de aves sem vida despencavam do céu. Tateando como cegos na escuridão trevosa, por não suportarem suas chagas, passaram os humanos a maldizer sua existência, cometendo suicídio em massa, tendo a morte como único alívio. Nos destroços das ruínas, abutres e urubus se aglomeravam para se saciarem dos cadáveres em decomposição. Por escassez de víveres os sobreviventes do catastrofal desastre, alimentavam-se de roedores, aracnídeos, anfíbios e reptilias.
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A ciência perdeu sua validade, os religiosos se desviaram de sua fé, blasfemavam contra Deus por tamanho infortúnio e por não receber dele nenhum auxílio, ignorando suas implorações de clemência diante da terrível tribulação, sujeitos a vegetar na natureza morta e cinzenta, se definhando sem piedade divina, julgando tal malveira ter sido enviada pelos próprios deuses, em juízo pela ingratidão dos sêres viventes, por se agradarem de praticar o mal. *
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Depois de sete meses de trevas, na cortina negra do céu surgiu um rastilho luminoso, semelhante a aurora boreal. E atrás do véu negro a Lua milênia se mostrou majestosa na sua fase minguante. E exibia sua esfera reluzente, demostrando que havia resisitido com bravura, permanecido no seu lugar no firmamento, apenas com uma cratera a mais no seu corpo celeste.
Depois de algumas horas passadas, o horizonte tingiu-se de escarlate. Mansamente o astro rei, resplandecia seus raios de rubís anunciando o alvorescer. A bola de fogo incandescente aquecia e clareava, e o dia veio novamente a nascer. *
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A Terra agora estava envolta por uma espécie de halo, semelhante ao anel de Saturno, servindo como um anelo neutralizador contra os raios ultravioletas prejudiciais, irradiados dos sulcos da camada de ozônio danificada. Dentro do anel havia se formado dos detritos cósmicos, uma minúscula nova Lua, tendo a Terra adquirido mais um satélite, na via diamantina flutuante, circundante ao redor.
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Os humanos deixavam seus abrigos nas cavernas, e nas ruas se puseram a dançar de contentamento, pranteando de alívio, percebendo que haviam sido destruídos, aqueles que destroem a Terra.
Reunidos retornaram para reconstruir suas moradias e cidades, auxiliando a natureza se recuperar, preservando a fauna e a flora.
E a NASA prosseguiu com sua missão DART pelo espaço sideral, tentando desviar e desintegrar asteróides que possam entrar em colisão com a Terra ou com a Lua, para proteger e evitar o extermínio da humanidade.
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E transladou o céu lazúli uma pombinha branca, levando no bico um ramo de oliveira, para construír um novo ninho em outro lugar, propagando pelos ares um prelúdio de paz.
FIM _,_
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