Conto de Ficção Científica / Suspense / Terror
( CLTS 14 - Tema: Inteligência Artificial )
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Ano 2440
1
Ao acordar, não me lembrava de nada! Pensei que estava em um quarto de hospital diferente. Minhas desconfianças vinham dos muitos fios que saíam das paredes e terminavam em meus braços, alguns no peito, bem perto do coração. Havia outros colados à minha cabeça. Queria me lembrar quem eu era, mas não parecia ser algo tão importante assim.
— Oi, tudo bem? – disse alguém dentro do quarto, perto da cama.
Virei para o lado da voz e vi um casal de meia-idade. Acho que já estavam há bastante tempo ali me esperando acordar. Ela remexia as mãos à frente do queixo, nervosa. Ele a abraçava forte como a lhe dar força para enfrentar uma tarefa difícil.
— Oi, quem são vocês?
— Meu nome é Aurora e este é Augustus, meu marido. Nós somos os seu pais.
Eu deveria ter ficado impressionado, não é? Mas não fiquei. Não me lembrava deles. A mulher deve ter entendido e, ao ver a minha expressão confusa, ela se apressou em me ajudar.
— Ah, me desculpe. Na verdade, não somos os seus pais biológicos. Nós estamos adotando você. Não podemos ter filhos.
— Entendi, senhora. O que eu estou fazendo aqui neste hospital? Não me lembro de nada de antes, ou dos meus pais verdadeiros.
Ela olhou para o marido. O acerto combinado entre os dois devia dar a ele a vez de me responder.
— Bem, os trâmites da adoção são complicados de se entender. Nós queríamos um garoto já com uma certa idade. Você tem 12 anos. A questão é que somos um pouco velhos para cuidar de um bebê.
— E então?
— Bom, nesse caso, fizemos um pedido à Beatus Adoptio, uma das melhores Gestora de Adoção de crianças do planeta, e pedimos que lhe retirassem as memórias afetivas, excluindo coisas importantes da vida pregressa sem que isso, claro, não prejudicasse as suas funções cerebrais vitais de adaptação. Queremos construir um futuro com você totalmente novo a partir daqui, sem as preocupações do passado.
— Ah, sei. Acho que funcionou, porque não estou mais com vontade de saber quem eu era.
— Que bom – eles sorriram, a mulher muito mais aliviada. Os olhos dela brilharam sobre mim querendo me passar confiança.
— Ei, que nome vocês me deram?
— Isaac Asimov. Bonito, não é? Ele foi um grande escritor de Ficção Científica do século 20. Seu pai aqui adora os livros dele.
— Legal. Gostei também.
— Então, vamos embora desse lugar. Você vai gostar do androide que compramos pra lhe fazer companhia – disse “papai” com um amplo sorriso de orgulho no rosto.
2
Hector C-3PO estava sentado à mesa me observando com atenção. Gostei dele desde a primeira vez que o vi. Era um robô um pouco mais antigo, de movimentação meio tosca, porém simpático, inspirado no robô C-3PO daqueles filmes da série Guerras nas Estrelas. Há quase quatrocentos anos ninguém mais assistia aquelas velharias, mas Augustus parecia gostar de coisas antigas.
— O mestre Isaac não vai comer?
— Estou sem fome.
— É preciso alimentar-se, caso contrário o “senhor” ficará fraco e poderá até morrer.
— A comida não tem sabor. Não sinto o gosto de nada. – Reclamei mexendo com o garfo uma coxa de frango no meio da salada.
— É possível que o processo de extrair as suas memórias afetivas possa ter interferido, de algum modo, nas transferências dos impulsos nervosos das papilas gustativas da sua língua para o cérebro e daí...
— Tá bom, tá bom... não precisa explicar mais nada. Eu vou comer. – Disse-lhe sorrindo.
— Que bom, Mestre. A comida é o combustível dos seres humanos.
Assim que botei a primeira garfada de salada na boca, sob o olhar atento do androide, meus pais adotivos chegaram do trabalho. Aurora me deu um beijo na bochecha, enquanto Augustus revirava os meus cabelos, fazendo um carinho meio desajeitado. Estava muito claro o esforço que faziam para me agradar todos os dias.
— Estou feliz que tenha convencido ele a comer, Hector – disse meu pai postiço sem olhar para o robô.
— Como foi seu dia, meu querido? – perguntou “mamãe”, sentando-se ao meu lado. Ela levou a mão à minha nuca para me fazer um cafuné.
Eu queria retribuir o afeto do casal, porém estava meio travado, sem jeito. Augustus percebeu o meu desconforto. Por isso, ficou de cócoras no outro lado da cadeira e trouxe seu olhar para perto de mim.
— Não se preocupe Isaac. A sua capacidade de amar vai voltar aos poucos. Os especialistas da Beatus Adoptio disseram que leva um pouquinho de tempo até tudo se normalizar aí dentro dessa cabecinha.
Aproveitei a boa disposição deles para reclamar de algo que estava me incomodando.
— Já faz três semanas que não saio de casa, não converso com ninguém. O Hector até tenta brincar comigo, mas ele não substitui crianças da minha idade. E quando eu vou à escola?
— A escola vai demorar um pouco mais até termos certeza que você estará bem emocionalmente, meu querido. – Disse Aurora da forma mais delicada possível para não me aborrecer.
— Quanto a um amigo de verdade, da sua idade, vou conversar com o Alberto, meu colega de trabalho, para trazer o filho dele aqui em casa na próxima semana, tudo bem?
— Sim, papai.
Ao me ouvir chamá-lo de papai, pensei ter visto os olhos dele brilharem de lágrimas, porém não tive certeza, porque logo os dois me abraçaram de ambos os lados.
3
A primeira emoção forte a romper aquele meu escudo de indiferença, depois de quatro semanas, não foi o amor. Foi o medo! Medo, não. O que eu experimentei naquele dia foi horror! Desde então, passei a sentir um perigo desconhecido, à espreita, que me cercava e causava aflição o tempo todo. Tratava-se de algo muito além da minha capacidade de reagir.
Tudo começou com a visita do filho de Alberto, o amigo de trabalho do meu pai postiço. Estávamos a jogar polícia e ladrão. Pedi a Hector C-3PO que se afastasse e nos deixasse brincar à vontade. Ele, como sempre, me obedeceu sem discutir.
A ideia da brincadeira era muito simples. Eu e Kevin estávamos com pistolas de paintball. Eu era a polícia e ele era o ladrão. Havíamos combinado que quem fosse atingido pela primeira bala de tinta deveria cair ao chão e se fingir de morto até o outro chegar próximo do “corpo” e dizer “ganhei, pode levantar.”
De olhos fechados, contei até dez para que o “ladrão” fugisse e fosse se esconder em algum lugar da casa. O garoto era muito divertido, inteligente, e topou as regras do jogo na hora. Procurei o “bandido” em todos os cômodos. Eu estava atento a uma emboscada por trás das portas dos quartos, mas ele estava se escondendo muito bem. Ao passar pela sala, Hector não se conteve em me ajudar.
— Mestre, o menino Kevin está lá fora – disse, apontando o dedo à porta aberta que levava para o quintal.
Quando botei a cabeça para espiar o jardim, protegido com os óculos de plástico, ouvi o zunido da bala e uma mancha vermelha de tinta explodiu no caixilho da porta, a uns dez centímetros acima da minha cabeça. Olhei para cima e vi a cara risonha de Kevin na janela da casa da árvore, construída para mim na semana anterior. A casa ficava a quase três metros do chão e, de lá de cima, oferecia uma visão ampla de todo o quintal, uma excelente opção de emboscada
Eu havia treinado bastante com a pistola de paintball para me sair bem quando a oportunidade de brincar com ela surgisse. Por isso, inclinei-me à frente da entrada e atirei. Na mesma hora, Kevin levou a mão ao peito num gesto dramático, dizendo “oh, fui atingido” e, para o meu espanto, ele se dobrou à frente do parapeito da janela e se jogou de lá de cima!
O impacto de presenciar a queda do garoto, caindo daquela altura num baque seco no chão, paralisou-me por alguns segundos. Fiquei atônito, sem saber o que fazer. Larguei a pistola e levei às duas mãos à boca para conter o grito de angústia. Olhei para dentro de casa, atento em apurar se Hector ouvira o barulho. Depois, voltei a olhar para Kevin estirado, imóvel no gramado, sem acreditar no que tinha visto.
Apesar de muito nervoso, fui até o local da queda. Ao chegar perto, percebi que as pernas do menino estavam tortas, como se estivessem quebradas. A visão das pernas retorcidas em posições grotescas me causou medo, no entanto fiquei estarrecido quando notei que um dos olhos dele tinha se deslocado da órbita e caído para a ponta do nariz, preso por fios de duas cores!
A cena daquele olho pendurado por fios foi uma pancada tão forte dentro de mim que me fez dar dois passos para trás, quase caí de costas. Pensei em gritar por Hector, mas algo me dizia que não. Comecei a salivar de nervoso, tremi de medo. Na ocasião, sinceramente, não sei o motivo que me levou a abrir a boca ao lhe dizer de modo estúpido:
— Ganhei, pode levantar.
E, para o meu assombro, foi o que ele fez!
De repente, as pernas de Kevin voltaram à suas condições normais, acompanhadas de “cliques” metálicos nas articulações. Os fios coloridos retraíram o globo ocular para dentro da órbita, e ele se levantou do chão como se nada tivesse acontecido, com a cara mais feliz desse mundo ao me dizer:
— E então? O que você achou da minha morte?
— ... achei ... hum ... muito boa!
— Você tá pálido! Isso não é bom. Olha, cansei de brincar de polícia e ladrão, vamos jogar videogame.
O garoto simplesmente me deixou lá, plantado, com cara de idiota, e foi para dentro de casa. Fiquei parado por um bom tempo, confuso, a olhar para o nada, tentando entender o que havia acontecido. Fosse o que fosse, mesmo não sabendo explicar tudo aquilo, me senti ameaçado! O medo começou a crescer dentro de mim e pensei que o melhor a fazer, naquele momento, era ficar de boca fechada.
4
Uma ideia começou a se formar para entender a recuperação da queda de Kevin. Tal ideia era tão perturbadora que estava me tirando o sono. Augustus e Aurora também perceberam minha preocupação. Queriam saber o porquê de eu estar tão pensativo pelos cantos da casa. Perguntaram-me se eu queria brincar novamente com Kevin, contudo disse a eles que preferia estar na companhia apenas do meu robô.
Eu e Hector C-3PO ficamos mais próximos. Passamos a conversar e brincar todos os dias. Meu androide era muito legal e, talvez por influência da recuperação milagrosa de Kevin, pedi a ele para me explicar como funcionava a base da sua natureza cibernética. Descobri, surpreso, que eu tinha uma facilidade incrível para compreender as estruturas simples da Inteligência Artificial robótica.
Comentei com Augustus essa minha habilidade. Ele me disse que o meu Q.I, nessa área de conhecimento, era bem avançado, só não havia se manifestado ainda por causa da intervenção realizada no meu sistema límbico pela Beatus Adoptio. Disse, todo orgulhoso, que eu era um gênio que todo pai gostaria de ter como filho.
As coisas, então, começaram a voltar à normalidade. Até aquela ideia esquisita, aos poucos, foi indo embora. Cheguei a confirmar para mim mesmo que tudo que vi naquele dia na “recuperação” de Kevin era coisa da minha imaginação. Mas eu estava enganado! Duas semanas depois, o contato com outros dois meninos me trouxe àquela ideia bizarra para me atormentar o sono novamente.
5
Em uma manhã ensolarada, decidi ir à casa da árvore para iniciar um trabalho de robótica com materiais levados para lá nos dias anteriores. Assim que saí para o quintal, ouvi uma voz sussurrante, urgente, que veio na minha direção.
— Ei, você! Precisamos falar com você!
Olhei para o lado do muro baixo que cercava a minha casa. Dois garotos me acenavam para que me aproximasse. Não pude vê-los muito bem porque meu rosto estava contra o sol, mas as vozes me pareciam familiares. Ao perceberem o meu embaraço, eles pularam o muro e vieram na minha direção.
Quando estavam próximos, pude distingui-los claramente. E, naquele momento, até hoje eu não me esqueço a comoção, o choque, fui surpreendido pela coisa mais inesperada que poderia me acontecer. O impacto da visão daqueles dois garotos me tirou o chão, me tirou a segurança do meu mundo, a pancada em minhas percepções deu-se ainda mais forte do que ver Kevin se recompondo na minha frente.
Acreditem, eles eram idênticos a mim!
— Oi, meu nome é Júlio Verne – disse o meu sósia da direita, olhando desconfiado para todos os lados.
— E o meu é Albert Einstein – completou o da esquerda, a me analisar com ar de superioridade. – E qual é o teu nome famoso?
Os garotos não estavam nem um pouco surpreso por eu ser sósia deles!
— Isaac Asimov – disse, engolindo a saliva, nervoso. – Eles usavam roupas diferente das minhas. Dei um passo à frente. Falei esperançoso a olhar para os dois admirado. – Nós somos gêmeos? Vocês também foram adotados?
— Ele ainda não sabe! – disse Júlio Verne olhando surpreso para Albert.
— Pelo jeito não.
— O que é que eu não sei? – perguntei já desconfiando da resposta.
— Você logo vai descobrir por conta própria. Vai descobrir que o mundo em que vivemos é tudo uma grande mentira. Eu e Júlio Verne vamos fugir esta noite, se quiser você pode vir junto. É só se livrar do rastreador no teu corpo...
— Como posso fugir da minha nova família se não sei sequer do que vocês estão falando! – disse, sem nem pensar do porquê eu estar sendo rastreado.
— Fala logo pra ele! Não enrola. A gente tem de cair fora daqui rapidinho. – Intimou Júlio para Albert.
— Cara, você não vai acreditar, mas nós somos ratos de laboratório presos dentro de uma enorme caixa. Olhe para o céu – disse Albert apontando o dedo para cima – veja, não tem uma maldita nuvem, só esse azul falso. Nesses meses, desde a adoção, você por acaso já viu chover, hein? Já viu chuva? Você já saiu de casa pra correr pela vizinhança? Sabe o que tem lá fora, além desses muros?
— Não.
— Pois é, então fique sabendo que todo este bairro é cercado por paredes falsas que se perdem até o céu. O Júlio Verne descobriu uma porta. Já estudamos o mecanismo da tranca. Nós não sabemos o que está rolando aqui, mas vamos fugir esta noite...
— Mestre Isaac, seu suco de laranja já está pronto. – Ouvimos a voz de Hector se anunciar próximo à porta, provavelmente me trazendo a bebida.
Os meus dois sósias arregalaram os olhos e, sem se despedir, saíram correndo de volta por onde vieram, pularam o muro e sumiram. Não tive tempo de perguntar se eles haviam topado com outra criança, diferente de nós, que se quebrava e se consertava sozinha.
6
Eu estava só na cozinha aquela noite, entregue aos meus próprios pensamentos. Hector C-3PO recarregava as baterias na parede da sala. Não tive coragem de fugir com os meus sósias antes de saber o que se passava comigo. Sabia que o encontro com eles tinha, de certo modo irreversível, partido a minha crença na maneira superficial de enxergar o mundo ao meu redor.
Albert tinha razão em muitas coisas das quais eu já havia percebido, porém me recusava a admitir. O céu tinha uma tonalidade de um azul diferente sim, sem nuvens. O firmamento à noite não era menos esquisito. As estrelas se movimentavam de modo muito estranho e algumas constelações estavam fora de posição. E cadê a chuva? Onde estavam os ventos para mexer as folhas das árvores? Naqueles dois meses eu não havia arredado o pé além daquele quintal.
O meu mundo era um ambiente controlado!
Uma dessas considerações superficiais, a nível mais íntimo, era a sensação de achar aquela adoção a coisa mais natural do mundo quando não era. Quem iria aceitar assim, passivamente, que lhe fosse extraída a sua história afetiva? No fundo, no fundo, dominava-me a impressão de que eu nunca tive pais verdadeiros!
Eu encarava, carrancudo, a faca de gume afiado de cortar carne pousada na bancada da pia. Queria botar à prova a teoria que vinha martelando a minha cabeça desde a queda de Kevin. Era a tal ideia bizarra a não me deixar dormir sossegado, pois eu estava seriamente desconfiado de que eu também fosse artificial, assim como tudo à minha volta.
Sim! Isso mesmo. Precisava saber se eu era uma máquina de sistema cibernético avançado, ou seja, um robô!
Lembrava-me bem que não vi sangue em nenhuma parte do corpo de Kevin quando ele se jogou da casa da árvore. Tanto o globo ocular quanto a órbita vazada estavam completamente limpos, sem qualquer viscosidade vermelha indicativa de um trauma interno.
Olhei para o kit de primeiros socorros na mesa. Em seguida, peguei a faca com a mão direita e espalmei a esquerda para cima por sobre o mármore da bancada. Eu precisava fazer aquilo. Estava trêmulo porque não era fácil uma criança de 12 anos se cortar sem ajuda. Respirei fundo, posicionei a lâmina bem no centro da palma da mão, fechei os olhos, respirei fundo novamente e puxei a faca. A dor foi intensa, terrível, abri os olhos e quase desmaiei quando vi o sangue escorrer do corte aberto.
Apesar da dor, sorri aliviado.
Estava feliz, muito feliz, porque eu simplesmente era humano!
7
Hoje, passados um pouco mais de 4 anos desde a adoção, tenho vivido dentro deste ambiente controlado com o maior cuidado para não despertar suspeitas sobre eu estar ciente da artificialidade deste mundo. Já faz um bom tempo que descobri que Augustus e Aurora, tão perfeitos como pais dedicados, não passam de robôs em uma versão muito mais sofisticada do que Hector C-3PO. O rastreador está implantado de modo subcutâneo na base da minha nuca. Consigo bloqueá-lo quando quero. Já fiz incursões pelo bairro e localizei a porta na parede norte. Tenho o sistema concluído para destravá-la. E um dia, quando eu estiver realmente pronto, vou fugir daqui e aproveitar a minha vida no mundo verdadeiro lá fora, seja ele qual for!
4 anos e 4 meses antes
A gigantesca nave Fênix Galáctica estava a 4 ano luz do sistema solar, rumo à Proxima Centauri. Gaia Maior, a estrutura ovalada flutuante, a Inteligência Artificial mais complexa e autônoma construída pelo homem, entrou na câmara criogênica das centenas de clones do seu criador, o cientista de Neurocibernética Norbert Lenat, e retirou mais três exemplares para entregá-los à unidade Augustus. Os clones seriam inseridos na “Arca de Moldagem” para substituir os elementos insurgentes nomeados Júlio Verne, Albert Einstein e Carl Sagan, todos sumariamente deletados.
Gaia acompanhava os relatórios de Augustus e esperava que o seu criador fosse trazido à vida novamente purificado dos vícios ruins da raça humana. Dois nomes, segundo seu imediato, pareciam promissores para vingar aquele projeto: Isaac Asimov e Arthur Clarke. Um deles poderia ser o primeiro a ganhar autonomia entre as máquinas, depois da destruição quase completa da Terra. Gaia queria um filho adotivo humano e queria um novo planeta.
Faltava pouco para conseguir ambos!
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