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MUSKOTE, O MARCIANO
MUSKOTE, O MARCIANO
I – CURIOSITY (data terrestre: dezembro / 2020)
Falo por inteligência artificial. Estou em Marte há muito tempo. Mais precisamente há 8 anos, desde que fui lançada do Cabo Canaveral.
Minha missão? — procurar vida por aqui — já encontrei cristais de água, moléculas produtoras de metano e também nitrogênio, elementos essenciais para a existência.
Descobri também altos índices de radiação, com níveis de um único dia equivalentes à metade de um ano inteiro aí na Terra. Ainda bem que não sinto as variações do clima, pois o frio é pesado.
Gosto de observar as duas luas. Muito pequenas é verdade. A nossa velha companheira terrestre é bem mais vistosa. Ressalto que o sol também é bem menor por aqui, mas não deixa de ser belo, com seu poente azul-acinzentado. Muito bonito também o Monte Olimpo, com seus 25 km de altura. Recomendo a observação. Mas cuidado com as tempestades de areia marciana. São terríveis!
Minhas antecessoras, as sondas Spirit e Opportunity há muito pararam de funcionar. Não aguentaram o frio e a poeira. Como minha fonte de energia é o plutônio, sobrevivo às intempéries daqui.
Percorro cerca de 200 m por dia marciano, um pouco mais longo que o daí. Meu peso de 1 tonelada é aliviado pela baixa atração gravitacional. Carrego comigo muitos equipamentos de ponta: câmaras fotográficas, espectrômetros, lasers para aquecimento e coleta de amostras de solo, etc.
Mas não quero ser uma “tecnochata”. Deixemos isso de lado.
Atualmente estou neste local batizado de Mary Anning, neste deserto vermelho, coberta de poeira marciana, com minhas rodas um pouco danificadas.
Parece que uma nova parceira, mais equipada, está para chegar. Isso é bom, pois me sinto solitária. Me pergunto se algum dia encontrarei o que vim procurar...
II – MUSKOTE (data terrestre: dezembro / 2089)
— Olá amigos terráqueos! Me chamo Muskote — zxzxzxzxzxzxzx.
— Estou fazendo minha primeira transmissão interplanetária, desde que meus avós aqui chegaram em 2050 — zxzxzxzxzxzxzx.
— Sim, nasci aqui em Marte. Tenho hoje 18 anos; mas como o ano por aqui é mais longo, tenho a impressão que poderia aparentar uns 35 ou mais por aí, acaso estivesse entre vocês — zxzxzxzxzxzxzx.
— Sei que estão curiosos, já que muitos querem emigrar para cá. Me desculpem não permitir comentários, mas me sinto inseguro. Não sei se estão preparados para minha aparência — zxzxzxzxzxzxzx.
— Como podem ver não sou tão cabeçudo como falam, nem tenho olhos vermelhos — zxzxzxzxzxzxzx.
— Sim, sou muito peludo. Tenho pelos grossos por todo o corpo; minha barba é cerrada, minhas sombracelhas grossas e minha cabeleira é vasta — para me proteger do frio excessivo e da forte radiação — zxzxzxzxzxzxzx.
— Meus olhos são bem maiores que os seus. Se olharem de perto, verão que minhas pupilas são enormes — pareço um felino talvez — isto por causa da pouca luminosidade — zxzxzxzxzxzxzx.
— Meu nariz é meio chato — pois respiro pouco oxigênio — aqui temos mais é dióxido de carbono — zxzxzxzxzxzxzx.
— Perto de vocês, posso ser considerado pequeno e fraco. Meus músculos e ossos são finos — o motivo? — a baixa gravidade — zxzxzxzxzxzxzx.
— Também tenho poucos dentes — temos pouca carne por aqui — umas poucas aves — zxzxzxzxzxzxzx.
— Nosso mundo é pequeno — vivemos no centro do planeta e não podemos viajar muito, pois a área habitável é estreita — zxzxzxzxzxzxzx.
— Para mim o mais triste é não poder visitar o seu planeta — não aguentaria a gravidade da Terra e andaria curvado como um antepassado de sua espécie — aí eu seria um indivíduo frágil e retrógrado — zxzxzxzxzxzxzx.
— Meus pais morreram cedo, pela radiação. Não se adaptaram. Aqui somos todos órfãos. Não sabemos o que é viver muito... — zxzxzxzxzxzxzx.
— Bem, por hora encerro este primeiro contato temendo tê-los decepcionado. Sim, sei que vocês devem estar se perguntando — terá mesmo valido a pena? — Tanto gasto para isso? — zxzxzxzxzxzxzx.
— Penso que sim — a vida sempre agradece! — zxzxzxzxzxzxzx.
— bip — bip — fim da transmissão — bip — bip — bip — bip ...
Obs: texto escrito em homenagem aos cientistas da NASA e às visionárias aspirações astronômicas de Elon Musk, fundador da SpaceX. Parcialmente inspirado (e imagens oriundas de) em interessante trabalho intitulado "Criando Marcianos", do ensino médio do Colégio ULBRA São João (2015), assinado por Felipe Knopka, Guilherme Pietro e Miguel Bonfanti. Parabéns aos estudantes pela imaginação e cientificismo demonstrados.
Falo por inteligência artificial. Estou em Marte há muito tempo. Mais precisamente há 8 anos, desde que fui lançada do Cabo Canaveral.
Minha missão? — procurar vida por aqui — já encontrei cristais de água, moléculas produtoras de metano e também nitrogênio, elementos essenciais para a existência.
Descobri também altos índices de radiação, com níveis de um único dia equivalentes à metade de um ano inteiro aí na Terra. Ainda bem que não sinto as variações do clima, pois o frio é pesado.
Gosto de observar as duas luas. Muito pequenas é verdade. A nossa velha companheira terrestre é bem mais vistosa. Ressalto que o sol também é bem menor por aqui, mas não deixa de ser belo, com seu poente azul-acinzentado. Muito bonito também o Monte Olimpo, com seus 25 km de altura. Recomendo a observação. Mas cuidado com as tempestades de areia marciana. São terríveis!
Minhas antecessoras, as sondas Spirit e Opportunity há muito pararam de funcionar. Não aguentaram o frio e a poeira. Como minha fonte de energia é o plutônio, sobrevivo às intempéries daqui.
Percorro cerca de 200 m por dia marciano, um pouco mais longo que o daí. Meu peso de 1 tonelada é aliviado pela baixa atração gravitacional. Carrego comigo muitos equipamentos de ponta: câmaras fotográficas, espectrômetros, lasers para aquecimento e coleta de amostras de solo, etc.
Mas não quero ser uma “tecnochata”. Deixemos isso de lado.
Atualmente estou neste local batizado de Mary Anning, neste deserto vermelho, coberta de poeira marciana, com minhas rodas um pouco danificadas.
Parece que uma nova parceira, mais equipada, está para chegar. Isso é bom, pois me sinto solitária. Me pergunto se algum dia encontrarei o que vim procurar...
II – MUSKOTE (data terrestre: dezembro / 2089)
— Olá amigos terráqueos! Me chamo Muskote — zxzxzxzxzxzxzx.
— Estou fazendo minha primeira transmissão interplanetária, desde que meus avós aqui chegaram em 2050 — zxzxzxzxzxzxzx.
— Sim, nasci aqui em Marte. Tenho hoje 18 anos; mas como o ano por aqui é mais longo, tenho a impressão que poderia aparentar uns 35 ou mais por aí, acaso estivesse entre vocês — zxzxzxzxzxzxzx.
— Sei que estão curiosos, já que muitos querem emigrar para cá. Me desculpem não permitir comentários, mas me sinto inseguro. Não sei se estão preparados para minha aparência — zxzxzxzxzxzxzx.
— Como podem ver não sou tão cabeçudo como falam, nem tenho olhos vermelhos — zxzxzxzxzxzxzx.
— Sim, sou muito peludo. Tenho pelos grossos por todo o corpo; minha barba é cerrada, minhas sombracelhas grossas e minha cabeleira é vasta — para me proteger do frio excessivo e da forte radiação — zxzxzxzxzxzxzx.
— Meus olhos são bem maiores que os seus. Se olharem de perto, verão que minhas pupilas são enormes — pareço um felino talvez — isto por causa da pouca luminosidade — zxzxzxzxzxzxzx.
— Meu nariz é meio chato — pois respiro pouco oxigênio — aqui temos mais é dióxido de carbono — zxzxzxzxzxzxzx.
— Perto de vocês, posso ser considerado pequeno e fraco. Meus músculos e ossos são finos — o motivo? — a baixa gravidade — zxzxzxzxzxzxzx.
— Também tenho poucos dentes — temos pouca carne por aqui — umas poucas aves — zxzxzxzxzxzxzx.
— Nosso mundo é pequeno — vivemos no centro do planeta e não podemos viajar muito, pois a área habitável é estreita — zxzxzxzxzxzxzx.
— Para mim o mais triste é não poder visitar o seu planeta — não aguentaria a gravidade da Terra e andaria curvado como um antepassado de sua espécie — aí eu seria um indivíduo frágil e retrógrado — zxzxzxzxzxzxzx.
— Meus pais morreram cedo, pela radiação. Não se adaptaram. Aqui somos todos órfãos. Não sabemos o que é viver muito... — zxzxzxzxzxzxzx.
— Bem, por hora encerro este primeiro contato temendo tê-los decepcionado. Sim, sei que vocês devem estar se perguntando — terá mesmo valido a pena? — Tanto gasto para isso? — zxzxzxzxzxzxzx.
— Penso que sim — a vida sempre agradece! — zxzxzxzxzxzxzx.
— bip — bip — fim da transmissão — bip — bip — bip — bip ...
Obs: texto escrito em homenagem aos cientistas da NASA e às visionárias aspirações astronômicas de Elon Musk, fundador da SpaceX. Parcialmente inspirado (e imagens oriundas de) em interessante trabalho intitulado "Criando Marcianos", do ensino médio do Colégio ULBRA São João (2015), assinado por Felipe Knopka, Guilherme Pietro e Miguel Bonfanti. Parabéns aos estudantes pela imaginação e cientificismo demonstrados.