A CRIA

  Esse fato se passou em um laboratório secreto de uma cidade não informada por motivo de segurança. O cientista Hebert (nome fictício) fez uma experiência incrível com uma cadela que vivia em sua residência, capturou um morcego e extraiu sêmen dele, em seguida injetou no animal canino para saber se o que havia estudado e testado com outros animais daria certo. Ele fez muitas experiências com insetos, moscas, abelhas, borboletas e lagartos, cruzava espécies diferentes e o resultado era espantoso, só que as anomalias resultantes dos cruzamentos morriam em poucos dias.

   Já era noite quando Herbert tinha terminado a experiência, ou seja, a inseminação no organismo da cadela deixando-a isolada. Os dias se passaram rápido e depois de dois meses o animal deu cria a três filhotes aparentemente normais. Em poucas horas morreram a cadela e duas crias, apenas uma sobreviveu. Hernert isolou-a com todo cuidado e passou a alimentar o pequeno animal com leite de gado.

   Ao longo dos dias a cria começou a sofrer mutações, seu tamanho foi aumentando consideravelmente, as orelhas tomaram formas diferentes e desproporcionais para o corpo, o fucinho se alongou e os dentes eram grandes e afiados. Preocupado tratou de colocá-lo em uma jaula improvisada e alimentá-lo com uma quantidade maior de leite.

   Em duas semanas o animal já tinha o tamanho de um espécie adulta. Já alimentava-se até de carne e legumes. Herbert precisou viajar e ocultar a sua experiência, por enquanto ninguém deveria saber. Deixou bastante alimento e água em outra jaula bem maior e se ausentou. Fechou o laboratório com bastante precaução para não deixar que outra pessoa descobrisse o fato.

   Duas semanas depois chega o cientista de sua viagem e constata um fato que não esperava. A porta do laboratório estava arrombada completamente, destroços de móveis pelo corredor davam a impressão de que um tornado havia passado por ali. Chegando na sala de experiência viu tudo destruído e deu por falta do animal. Correu até lá fora, como era uma propriedade rural vasculhou pelas redondezas e verificou que alguns gados estavam mortos e desfigurados. Enloqueceu e saiu em direção ao laboratório, antes de entrar viu uma enorme figura de morcego que sobrevoou baixo quase tocando sua cabeça assustando-o. Entrou rapidamente no laboratório em ruínas e foi seguido pelo quase morcego, pois tinha patas e focinho semelhante a um cão. Conseguiu chegar na sua sala completamente destruída e pegou uma espingarda calibre doze. A fera não conseguiu mais adentrar e ficou entalada no corredor. O homem não teve outra alternativa senão abatê-la sendo preciso vários tiros para eliminá-la. Entristecido o cientista que quase morreu cavou um grande buraco na propriedade e enterrou a cria.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 07/04/2020
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