A Ameaça do Império
[Continuação de "A Viagem Necessária"]
Noknohr era um planeta aprazível, com sua superfície praticamente coberta por imensas cidades de torres prateadas em meio a campos e bosques verdejantes. Sobre os mares, ilhas artificiais reproduziam o mesmo padrão de ocupação dos continentes.
A dupla de manutenção foi levada à presença do Grande Nok, o soberano supremo dos nokarianos. Ele pareceu intrigado com a presença dos dois técnicos em seu mundo.
- Vocês estão a serviço da SARGL? - Quis saber, ao recebê-los em seu palácio.
- Na verdade, fomos contratados por seus inimigos, os funarianos - admitiu Lam Phat.
- Mas até onde eu sei, vocês são pagos para resolver ameaças existenciais. Que espécie de ameaça há, no Império Nokariano? - Inquiriu perplexo o Grande Nok.
- É justamente o que viemos averiguar - afirmou Lam Phat. - A acusação dos funarianos é que vocês são a ameaça existencial. Ou algo que estão desenvolvendo secretamente.
- Isso é ridículo! - Protestou o Grande Nok. - Temos desenvolvido armas convencionais em grande quantidade, é verdade, e isso nos permitiu avançar em frentes de batalha que estavam travadas há séculos. Já do lado dos funarianos é que efetivamente uma nova doutrina de produção de armamento levou à criação de armas potencialmente disruptivas, e que em tese poderiam lhes colocar em vantagem sobre nós. O problema para eles, é que isso não ocorreu.
- Por quê? - Questionou Lam Phat.
- Porque têm tido problemas nos testes e na produção em larga escala das suas "armas definitivas". Como parecem obcecados pela incorporação de novos paradigmas à toque de caixa, nos deram tempo e espaço para produzirmos mais armamento convencional, e isso tem feito toda a diferença.
- Então, os funarianos estão sendo derrotados e precisam de ajuda externa para virar o jogo - comentou Vu Minh em voz baixa.
- Eu te avisei - replicou calmamente Lam Phat.
[Conclui em "O Incinerador da Teia Cósmica"]
- [29-12-2019]