Abduzida
(História baseada em fatos irreais)
Num momento eu caminhava lentamente pela rua mais sozinha do que eu gostaria. Então um feixe de luz e meus pés já não tocavam mais o chão. E por um instante tive a sensação libertadora de poder voar. De repente eu já estava dentro da nave espacial, sua beleza era de encher os olhos de alegria, um design minimalista. Existe uma grandeza especial na simplicidade não importa o planeta!
Fui conduzida por um corredor não muito longo até uma sala extremamente aconchegante, de novo decorada com muito bom gosto. Finalmente conheci meu anfitrião. Comentei com espanto: “você é exatamente como eu esperava.” Ao que me respondeu “Minha imagem é o reflexo do que você imagina”. Ficamos alguns minutos em silencio enquanto eu brincava de trocar sua imagem. Até que por fim escolhi a imagem do meu avô. Eu disse: “Um rosto familiar facilita a conversa.” Concordamos com isso.
Me sentei em uma poltrona muito confortável, daquelas que parece que te abraça. Conversamos durante horas enquanto tomávamos café. Sim café outra coisa maravilhosa não importa o planeta. Conversamos, contamos piadas (os alienígenas têm um bom humor), trocamos experiências. Ele ouvia minhas histórias com entusiasmo, e me contava as suas de forma muito cativante.
Depois fizemos um passeio pela nave, caminhamos um pouco flutuamos outro pouco. Conheci parte de sua tecnologia, mas já não consigo lembrar-me bem de como funcionava. Voltamos a sala aconchegante e sentei-me novamente na poltrona que abraça. Discutimos sobre assuntos que para mim eram importantes, concordamos em muitas coisas e discordamos em outras muitas. Com isso nos tornamos amigos. “Pena que a comunicação interplanetária ainda é muito complicada!” Ele me disse ao nos despedirmos. Eu apenas acenei com a cabeça.
Voltei para a rua que eu estava antes no mesmo feixe de luz, mas agora levou muito mais tempo para que meus pés tocassem o chão novamente, gentileza do meu novo amigo. Continuei a caminhar, mas agora já não me sentia mais sozinha.