À boca do vulcão

No ano de 2027 um fenômeno natural atraiu a atenção de todos os cientistas do mundo: No Oceano Pacífico emergiu um imenso vulcão. A notícia do fenômeno, que não é tão incomum como os leigos pensam, espalhou-se por todos os quadrantes do planeta. Surpreenderam-se todos os estudiosos. Não se falava de outro assunto nas academias científicas. Nem nos templos católicos, protestantes, evangélicos, budistas, maometanos, hindus, ocupava-se de outro assunto. Os geólogos e os vulcanólogos e os mais ignorantes dos indivíduos tratavam do extraordinário fenômeno da emersão do vulcão, que se tornou mais uma ilha no meio do Pacífico. Era um vulcão tão vasto, que boquiabriu a todos os vulcanólogos. Era grande demais, para surgir tão de repente, sentenciavam os geólogos e os vulcanólogos mais gabaritados. Tal fenômeno, excepcional, merecia toda a atenção dos estudiosos. Era o Grande Vulcão do Pacífico, assim o alcunharam. Nele os vulcanólogos concentraram todas as atenções. Pinatubo, Nevado del Ruiz, Pelée, Tambora e Krakatoa foram relegados, no novo cenário que se desenhou, a personagens secundários. Eles, que até então recebiam toda a atenção dos estudiosos, agora eram por eles ignorados.

O aspecto do fenômeno que mais atraiu a atenção dos cientistas: tremores de terra não precederam a emersão do vulcão - nem o mais leve tremor anunciou-a. Todos se perguntavam como isso aconteceu. E ninguém deu uma resposta plausível à pergunta.

- Há algo de sobrenatural no Grande Vulcão do Pacífico - comentou, apalermado, um cientista brasileiro, em São Paulo, ao receber a notícia.

- Devemos procurar explicação - disse um vulcanólogo francês, em Paris, enquanto assistia, pela televisão, ao crescimento do vulcão - para o fenômeno em algo superior, divino. Não podemos restringir o nosso pensamento aos fenômenos naturais. As leis que conhecemos, e que consideramos como as que regem o mundo, não o explicam.

- Interessante! Interessante! - exclamou um cientista japonês, em Tóquio, ao ler um jornal matutino, dentro de um ônibus, enquanto rumava para a sua casa.

- É impossível! - exclamou um geólogo americano, no metrô de Nova York. - Vadios inventaram tal história.

- É o início do fim do mundo! - anunciou, em Londres, um admirador de Nostradamus.

Jornais e revistas de todo o mundo estampavam, na primeira página, em página inteira, o título do artigo que tratava do inexplicável fenômeno, em letras garrafais: O Grande Vulcão do Pacífico; e as emissoras de televisão alteraram a programação, que foi monopolizada pelo Grande Vulcão do Pacífico.

A emersão do vulcão atraiu tanta atenção que para ele afluíram multidões. As pessoas pagavam fortunas incalculáveis para empreenderem a viagem. De todos os portos do mundo partiram navios e dos aeroportos decolavam aviões com destino ao Grande Vulcão do Pacífico, em cujos arredores centenas de acidentes ocorreram. O oceano e o céu, repletos de naves. Muitas pessoas, em seu afã de conhecerem o vulcão, conheceram a morte. O fluxo de navios e barcos aumentou tanto que o comércio na região foi interrompido. O céu, tão congestionado de aeronaves, foi o palco de vários acidentes, que ceifaram a vida de milhares de pessoas. Na primeira semana após o surgimento do Grande Vulcão do Pacífico, 2473 pessoas morreram nos arredores dele, e 4864 pessoas feriram-se, muitas delas gravemente. E organizações internacionais criaram uma equipe de controle do fluxo de veículos, para impedir a ida maciça de turistas para o Pacífico.

No decurso dos dias, o fluxo de veículos aéreos e marítimos, no Pacífico, retomou o ritmo habitual. Em uma ampla região ao redor do vulcão o controle de tráfego aéreo e marítimo foi rigoroso; nenhum veículo marítimo e nenhum veículo aéreo do vulcão aproximava-se sem a permissão das organizações internacionais que o organizava.

Os cientistas preocupavam-se com uma possível erupção do vulcão, o que poderia operar alterações catastróficas em todo o mundo.

Controlado o fluxo de veículos, apenas estudiosos do vulcão puderam se aproximar.

No decurso de quarenta dias, centenas de cientistas estudaram o vulcão, e nenhuma resposta encontraram para as perguntas que se fizeram. Persuadiram-se de que tudo o que se conhecia sobre os vulcões não se aplicava àquele.

Quanto mais intrigados, mais os vulcanólogos aplicavam-se nos estudos. Os segredos que o Grande Vulcão do Pacífico guardava e as surpresas que reservava atiçavam-lhes a curiosidade e o espírito científico. Os vulcanólogos debruçavam-se sobre todos os tratados científicos e queimavam as pestanas na formulação de leis geológicas, biológicas e cosmológicas que explicassem aquele singular fenômeno.

O tempo prosseguia em sua jornada ininterrupta rumo ao desconhecido. Decorridos dois anos, muitos cientistas, os menos persistentes, desistiram de encontrar alguma explicação para a emersão do Grande Vulcão do Pacífico.

- É perda de tempo estudarmos aquele maldito vulcão - disse um impaciente cientista francês.

- Ficaremos décadas, talvez séculos, estudando-o, e nenhuma resposta encontraremos - disse um cientista alemão, que abandonou os estudos.

Muitos estudiosos nos estudos mais vigor aplicaram, e no decurso dos dias mais aguçaram a inteligência, e mais penetraram na natureza do Grande Vulcão do Pacífico. No entanto, não a compreenderam.

Uma equipe de estudiosos estudava o Grande Vulcão do Pacífico durante vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, trezentos e sessenta e cinco dias por ano, utilizando os mais avançados equipamentos, aprimorados no transcurso dos anos, e reuniu a respeito dele inúmeras informações, e concluíram que ele era produto de um fenômeno que nenhum cientista poderia explicar.

No ano de 2046, uma novidade.

Aviões e helicópteros, ao sobrevoarem a boca do vulcão, detectaram, no seu interior, a elevação da lava, e nos seus arredores fumaça principiou a cobrir o céu.

Alarmaram-se os cientistas. Entraria em erupção o Grande Vulcão do Pacífico? Quantas toneladas de detritos ele arremessaria na atmosfera? Quais seriam os efeitos da erupção no clima da Terra? Perguntas estas que os cientistas se faziam, e delas não desejavam, do fundo de suas almas, conhecer as respostas, que, presumiam eles, não os agradariam. E algo destacava-se da lava borbulhante do interior do vulcão. O vulcão não dava sinais de que explodiria em erupção. Perguntaram-se os cientistas se o que aparecia nas telas dos poderosos supercomputadores dos institutos de vulcanologia era o que as máquinas à boca do vulcão registravam. Os dados colhidos os convenceram de que as forças que agiam no Grande Vulcão do Pacífico eram outras que não as conhecidas. E as poderosas mentes dos cientistas, abaladas, mal funcionavam.

No interior do vulcão a lava borbulhava a dois mil e setecentos e quarenta graus célsius.

As câmaras que focalizavam o interior do vulcão mal distinguiam o que lá havia. Conquanto houvesse muitos obstáculos, detectaram algo de incomum a destacar-se do mar de lava borbulhante. Surpreendendo a todos, via-se, nas imagens sem nitidez, detalhes que indicavam que algo se mexia na lava - parecia um animal a espojar-se. Imagens mais claras do que as primeiras chegaram aos olhos de alguns cientistas. Havia uma criatura, na lava, e de aspectos humanos. Seu corpo, tronco, pernas, braços, cabeça, eram similares aos dos humanos. Após nadar, na lava, durante alguns minutos, ela escalou, até o topo, a encosta interior da boca do vulcão. Tinha dois metros de altura, aproximadamente. Era robusta. Seu corpo, vermelho como o magma do qual emergira. Nela não se distinguia nem dedos, nem olhos, nem orelhas, nem nariz, nem boca. Dir-se-ia tratar-se de um homem constituído de lava.

Estarreceram-se os cientistas.

- Um homem vive no interior de um vulcão? - perguntavam-se eles, estupefatos, apalermados.

- Impossível! - exclamaram, assustados.

Chegaram aos cientistas novas imagens da boca do vulcão. Mais nítidas, com mais riqueza de detalhes, apresentavam, nela, em pé, uma criatura. Suprimidas as manchas provocadas pela nuvem espessa que envolvia o vulcão, confirmaram a existência da criatura, em pé e de postura altiva.

- Como um homem pode viver dentro de um vulcão? - perguntou, incrédulo, ar de espanto, olhos esbugalhados, um dos vulcanólogos da equipe sediada em Nova York.

- Ele é um homem? - perguntou uma cientista. - Ele é humano?

- Talvez ele seja um ser extraterreno - comentou um cientista chinês, integrante da equipe de Tóquio -, que vive, desde tempos imemoriais, no núcleo da Terra, e por algum motivo, que desconhecemos, emergiu do vulcão para executar alguma tarefa. Qual? Ele acordou, suponho, depois de bilhões de anos de hibernação.

- Ou para ele o mundo era um casulo? - perguntou um cientista indiano.

Os cientistas ocultaram a existência da criatura à boca do vulcão dos olhos e dos ouvidos de todo o mundo pelo tempo que lhes foi possível - e não foi por muito tempo: Apenas dois meses. Jornais, blogs e revistas publicaram extensas reportagens a respeito da existência da criatura de lava, a qual alcunharam Homem do Vulcão, ilustradas com fotos nítidas, e nas emissoras de televisão não se tratava de outro assunto. Frenético, o fluxo de veículos marítimos e aéreos nas proximidades do vulcão. As autoridades internacionais empreenderam trabalho penoso a fim de conter o intenso fluxo de veículos. Acidentes, na primeira semana, ceifaram a vida de cento e quarenta e três pessoas. Tragédias seguiram-se à medida que o Homem do Vulcão atraía multidões de todas as regiões do planeta. E perderam-se muitas vidas. Navios afundaram, carregando ao fundo do oceano muitas pessoas. Para muitas pessoas, o Homem do Vulcão era um deus. Ninguém pôde vê-lo, no entanto. Ele ocultava-se à espessa nuvem de fumaça. Apenas os mais potentes telescópios e binóculos podiam filmá-lo, e tais equipamentos raras instituições científicas possuíam. Divulgaram-se algumas imagens do Homem do Vulcão, que exercia atração em milhões de pessoas. A existência do Homem do Vulcão preenchia o vazio interior de parcela significativa da população mundial, ávida por um ídolo. Conquanto impossibilitadas de vê-lo, as pessoas que se dirigiam às proximidades do vulcão conservava o fervor de ânimo que as excitavam, e as fotografias que ilustravam reportagens de jornais e revistas e as imagens transmitidas pelas emissoras de televisão o alimentavam.

Transcorreram-se os dias.

Cineastas produziram filmes protagonizados pelo Homem do Vulcão. Roteiristas e desenhistas converteram-no em personagem de estórias em quadrinhos - ele contracenou, ora atuando como herói, ora como vilão, com os principais e mais famosos super-heróis norte-americanos, japoneses e de inúmeros outros países. Protagonizou séries de televisão e desenhos animados. A indústria de brinquedos produziu bonecos do Homem do Vulcão de vários tamanhos, uns movidos a pilha, outros, por controle remoto. A figura do Homem do Vulcão ilustrou capas de cadernos escolares, embalagens de bolachas, bombons, balas, gelatina, goiabada, e etiquetas de camisas, calças, cuecas, meias, blusas, bonés. Representavam-no com o porte altivo e vigilante que sustentava à boca do vulcão. Escritores especularam, em histórias fantásticas, o rumo que tal criatura daria à humanidade; uns previram o apocalipse, outros viram nele o redentor da humanidade. Ninguém ficou indiferente à existência do Homem do Vulcão. Só se falava dele nas esquinas, nas escolas, nos templos religiosos, nas academias, nos bares, nas praças.

O Homem do Vulcão, à boca do vulcão, impassível, imperioso, magnífico, deslumbrante. O vulcão, ao contrário do que haviam previsto os vulcanólogos, não entrou em erupção. Estava inativo, conquanto densa fumaça o envolvesse. Multiplicaram-se as especulações acerca da sua origem. Aventaram-se as mais absurdas hipóteses.

E o vulcão sugou a fumaça que o envolvia. A humanidade concentrou, fascinada, a sua atenção no Homem do Vulcão, que se exibiu de corpo inteiro, corpo composto do mesmo material que compunha o núcleo da Terra e que irradiava calor intenso. Muitas pessoas, incrédulas, diziam que tudo o que viam era apenas efeito especial produzido pela indústria cinematográfica americana.

O céu ao redor do vulcão, límpido. Televisores e computadores de todo o mundo recebiam as imagens do Homem do Vulcão, em pé, impassível, à boca do vulcão.

De repente, tremores de terra percorreram todo o planeta. Construções precárias despencaram. Morreram soterradas dezenas de milhares de pessoas. Muita gente atribuiu ao Homem do Vulcão a tragédia. A população mundial suspendeu a respiração. O fascínio e a admiração que o Homem do Vulcão despertara começaram a desfazer-se, porque, agora, os humanos o viam como uma ameaça, e não mais como uma criatura que poderia ajudá-los a melhorar as condições de vida no planeta. Encerrou-se a fantasia. Regressaram os humanos à realidade.

Reuniram-se os governantes de todos os países.

- Esperamos os próximos passos do Homem do Vulcão - disse o diretor-geral da ONU, encerrando a reunião. - E tomaremos as providências necessárias. Que todos os países do mundo ponham as suas forças militares de prontidão.

O Homem do Vulcão, imperioso, permanecia, imóvel, à boca do vulcão. Os humanos desejavam o seu banimento da Terra. Era ele o maior inimigo dos humanos, mas conservava uma aura sagrada. De herói e redentor tornou-se a criatura mais temida e detestada pelos humanos, que estavam convencidos de que não era coincidência o surgimento dele preceder os tremores de terras que assolavam o planeta. Enfim, o Homem do Vulcão executou um gesto: Ergueu o braço esquerdo. E o vulcão jorrou lava, que elevou-se no céu até a altura de dez mil metros. E o Homem do Vulcão ergueu o braço direito, e o vulcão entrou em erupção. O céu ensombreceu-se. A espessa camada de nuvens de detritos expandiu-se rapidamente. Milhões de olhos arregalados assistiam ao espetáculo agourento.

Diante do cenário que se esboçava, os governantes dos países mais poderosos do mundo decidiram atacar o Homem do Vulcão. Não houve uma voz dissonante.

Minutos após a erupção do vulcão, mais de uma dezena de vulcões emergiram nos oceanos. Na África, nas Américas, na Europa, na Ásia, dezenas de vulcões entraram em atividade; e muitos vulcões brotaram em todos os continentes. Abalos sísmicos atingiram regiões nas quais jamais houve tremores de terra. Esquadras cruzavam os oceanos. Nos porta-aviões, intensa a atividade. Aviões guarnecidos de mísseis miraram o Homem do Vulcão. Cientistas captaram aumento da temperatura do planeta - de três graus célsius, em duas horas.

Lançaram um ataque maciço contra o Homem do Vulcão, que moveu os braços, lentamente, e bólidos incandescentes partiram do interior do vulcão, cruzaram o céu, e interceptaram os mísseis e todas as bombas que aviões gigantescos despejavam do céu. As armas humanas revelaram-se inúteis. Os estrategistas militares assustaram-se com o inesperado, rápido, eficaz e surpreendente contra-ataque do Homem do Vulcão. Intensificou-se a batalha, que assumiu outros contornos. O vulcão, a um gesto brusco do Homem do Vulcão, esguichou lava; e os esguichos de lava rasgaram o céu, e atingiram aviões e outras aeronaves. Bólidos incandescentes atingiram os porta-aviões, destruindo-os.

A guerra assumiu ares épicos.

Enquanto a guerra desenrolava-se, a temperatura do planeta elevava-se gradativamente. Centenas de milhões de pessoas morreram na Índia, no norte da África, na América do Sul. A situação era calamitosa nas regiões mais pobres e mais populosas. As nações, unidas, mal podiam atender aos doentes e enfrentavam dificuldades insuperáveis para enterrar os mortos, de tão numerosos. A oferta de alimentos caia dia após dia, e a produção econômica mundial despencou, abruptamente, enfraquecendo a economia de inúmeras nações, inclusive a das mais poderosas. Os termômetros assinalavam sessenta graus célsius em algumas regiões, com picos de oitenta graus célsius nas horas de calor mais intenso, ao Equador. Crianças e idosos eram as maiores vítimas do aquecimento abrupto do planeta. Os hospitais, abarrotados. Não havia leitos suficientes para acolher os enfermos. O aquecimento do planeta provocou o degelo do Himalaia, dos Andes, dos Alpes, das calotas de gelo do Pólo Sul e do Pólo Norte. As enchentes decorrentes do derretimento do gelo atingiram populações costeiras em todo o mundo. E a temperatura média do planeta a elevar-se. Ondas gigantescas engolfaram as regiões litorâneas. O nível do mar subiu três metros. A água dos mares invadiu os continentes. Rios desciam, em correnteza, das cadeias montanhosas.

Enxurradas, avalanches, tempestades torrenciais, ondas imensas, terremotos, maremotos, tufões, ciclones, todos os fenômenos naturais atuaram, simultaneamente, com uma força jamais vista. Nenhum olho humano, antes, havia presenciado tamanha fúria da natureza. Muitas pessoas foram arrastadas para o fundo dos oceanos. Muita gente morreu afogada, milhões de pessoas foram soterradas. Prédios colossais ruíram.

As forças militares de todas as nações atacavam o Homem do Vulcão.

Havia mais de três meses o Homem do Vulcão estava parado, altivo, à boca do vulcão, sob o seu comando elementos do núcleo da Terra. O vulcão liberou energia que os humanos não podiam conter. O Homem de Vulcão suplantava todo o poder bélico dos humanos. Era ele o detector do poder mais avassalador, o do magma incandescente, armazenado a bilhões de anos no núcleo da Terra.

Os ataques maciços que os humanos desfecharam contra o Homem do Vulcão não o incomodaram.

Aquecia-se a Terra.

Elevava-se o nível da água dos oceanos.

Em todo o mundo, chuvas torrenciais precipitavam-se, abundantes.

Discutia-se, nos palácios das nações mais poderosas, a conveniência de empregar, contra o Homem do Vulcão, a arma mais potente que os humanos já haviam construído, ou ele dizimaria a vida na Terra.

Antevia-se o extermínio de toda a vida da Terra. Milhares de espécies já haviam se extinguido.

O equilíbrio natural da Terra estava alterado.

Escasseavam-se os alimentos.

A atmosfera, irrespirável para os seres humanos.

Definhavam as plantas. Um terço dos humanos já havia encontrado a morte.

Os governantes dos países mais poderosos do mundo decidiram empregar contra o Homem do Vulcão as bombas mais potentes já construídas.

- Disparem! - ordenou o diretor-geral da ONU, cabisbaixo, irresoluto, vergado pelo cansaço. E arremessaram artefatos nucleares e bombas de hidrogênio contra o Homem do Vulcão.

O bombardeio, maciço. O Homem do Vulcão, no entanto, inutilizou todos os projéteis lançados contra ele. Os homens mais poderosos do mundo desesperaram-se ao se depararem com a inutilidade das armas. Intensificaram os ataques. O Homem do Vulcão anulou-os. Inutilizou todos os artefatos bélicos, que se perderam no oceano, ou no ar, desintegrando-se.

Dissipou-se a esperança da humanidade.

E a Terra converteu-se em uma esfera incandescente.

O Homem do Vulcão, no núcleo da Terra, adormecido...

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 31/03/2019
Código do texto: T6611755
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