Nova Caos: As Engrenagens do Novo Mundo
Uma luz linda e forte caiu esta noite por entre a vegetação fechada. Surgiu lá do céu, caindo como uma estrela cadente, mil vezes maior... impossível acreditar que apenas eu presenciei o acontecido... não sei o porque… mas eu me sinto atraído a ir até o local onde a luz caiu…
NOVA CAOS
As engrenagens do novo mundo.
Capítulo 1(parte1) entre as sombras da noite há uma nova luz.
-O céu é realmente muito lindo de se observar, além de ser bem tranquilo e relaxante, me faz sentir pequeno e me dá mais ânimo para continuar seguindo a minha viagem sem rumo…
Já faz um mês que eu estou na estrada, só parando para descansar e me alimentar em pequenas cidades deste interior do estado. Ainda bem que comida e água não me falta em nenhum momento, a população é muito gentil com andarilhos. Por aqui eu posso passar noites e me alimentar, desde que eu ajude as pessoas daqui e sempre que eu posso, volto para cá, para saber das notícias e assuntos que rolam pelo mundo.
Acordei no dia seguinte e ouvi o prefeito daquela cidade falando com o delegado... Sempre que eles conversavam significava algo sério...
-Você soube o que aconteceu recentemente?
-O quê Senhor?
-Estão dizendo por aí nos jornais da capital que ocorreu outro daqueles casos estranhos.
-Denovo? E o que era desta vez?
-Sim. Mas não se sabe direito o que era. Dizem as más línguas que era maior que um Á.T.L.A.S!
-O Quê? Maior que um Á.T.L.A.S? Isso é impossível.
Ao ouvir sobre isso, subiu um arrepio na espinha.
-Maior que um…Á.T.L.A.S!?...
-Pode ser notícia falsa, feita pra vender mais jornal senhor. Uma coisa maior que um Á.T.L.A.S não existe.
-Eu sei por isso que eu me preocupo…
-Com o quê senhor?
-Algo dentro do governo delegado... milhões são investidos em pesquisas, mas ninguém sabe ao certo que tipo de pesquisas são essas que estão fazendo.
-Verdade, é tão secreto que apenas “os mais poderosos” sabem.
-Vai saber o que está sendo feito por lá.
Ao ouvir essas palavras, inúmeras perguntas passavam pela minha mente…
-“Os mais poderosos”...
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-Pois é… Mas é só isso que o senhor vem pra me contar senhor prefeito?
-Não...tem mais uma coisa.
-O que prefeito?
-Muitas cidades vizinhas estão relatando aparições estranhas no céu essa semana e é só uma questão de tempo até que venha a acontecer por aqui também.
-Mas que tipo de aparições estranhas seriam essas?
-Segundo o que eu ouvi dizer algumas pessoas viram luzes fortes que se moviam no céu a noite e isso me deixa preocupado.
-Porque senhor?
-É só uma questão de tempo até essas aparições virem para cá e irá chover de reclamações na minha mesa a qualquer momento e eu não sei como resolver isso.
-Luzes estranhas no céu...deve ser algum fenômeno novo você não acha?
-Eu espero muito que seja algo temporário delegado, quero muito mesmo é que seja um boato…
Eu não dei muita bola para o resto da conversa dos dois, mas realmente me interessei em saber dessas tais luze.
-Luzes estranhas no céu...
Ao saber disso senti uma estranha vontade de sorrir. Várias coisas vem na minha cabeça.
-Finalmente! Depois de dias sem nada tão incrível assim. Vou sair para filmar essas luzes agora mesmo!!!
Me levantei na mesma hora pra sair para mais uma aventura sem rumo,mas desta vez com um objetivo em mente, quase saindo da pousada quando de repente.
-Oi rapaz, vai sair assim sem nem me dar um beijinho?
-Ahhh...oi...hehe...bom dia
-Já vai sair pra outra “caminhada pela estrada infinita” de novo não é?
-...Como você sabe?
-Tá escrito na sua testa rsrs. A propósito, a sua bicicleta já está concertada e pronta para mais uma viagem.
-Muito obrigado pela ajuda Senhorita…
-Adelaide mas pode me chamar de Ada docinho.
-Muito obrigado Ada, por me deixar descansar aqui de graça esses dias
-Rsrs de nada coração. Mas eu é quem devo agradecer pela ajuda. Sem você eu ainda estaria reparando as rachaduras dessa pousada e a sujeira estaria tomando conta de tudo.
-Pois é...
-Você já foi visitar a dona Marli? Ela quer que você vai lá visitar ela, ok?
-A dona Marli... Ela é tão gentil... Vou sentir saudades dela.
-Ah antes de ir querido.
-sim?
-Esse tempo todo que você esteve nessa cidade... e você ainda nem me contou o seu nome e nem de onde você é... Porque não vem tomar um café da manhã na minha casa? Aí a gente pode se conhecer melhor e quem sabe até mesmo...
-Tchau eu tenho que ver a dona Marli. E obrigado por tudo.
-Esper...hum...que garoto mais apressado...rsrs cheio de energia...como eu queria poder acompanhar ele. Mas sem mim essa pousada não vai se manter de pé…maldita herança do meu pai…
Peguei minha bicicleta e sai, indo em direção a próxima parada, eu estava tão distraído com o que eu ouvi da conversa do prefeito...
Chegando na loja da dona Marli.
-Dona Marli? bom dia.
-Bom dia meu jovem veio se despedir né? Eu sei que você precisa de comida e água para seguir com a sua viagem por isso eu já montei essa cesta com tudo que você precisa e cá entre nós uma ou duas coisinhas para saciar o seu desejo por doces hehehe.
-Você sabe como me agradar dona Marli. muito obrigado mesmo. Você é um amor.
-E lembre-se de tomar cuidado com qualquer coisa estranha no caminho.
-Claro dona Marli. Eu sempre tenho cuidado.
-Eu ouvi dizer que luzes estranhas estão surgindo por essas redondezas do interior. Cuidado meu jovem!
-Pode deixar dona Marli e obrigado por tudo.
-Eu que agradeço meu jovem. Sem você essa loja nunca teria ficado tão bem organizada.
-Tchau.
Pobre dona Marli, mal ela sabia que eu estava saindo em busca dessas luzes estranhas... Era o meu sonho desde a época em que eu morava com o meu pai em casa, mesmo sem poder sair com muita frequência para outros lugares, meu maior sonho era ver algo de estranho e inexplicável no céu. Bem...meu sonho pode se realizar esta noite. Finalmente, irei observar o céu e irei filmar e finalmente, terei em mãos uma prova do que eu vi com os meus próprios olhos!
Quando eu estava quase saindo da cidade, reparei que na minha mochila estava faltando algo muito importante.
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-Cadê a minha câmera???
...
-Procurando por isso?
-Minha câmera! Nossa muito obrigado, Nathalia. Não sei o que eu faria sem a minha câmera.
Ela então olhou para mim com um sorriso estranho de canto de boca e disse.
-É… P-Posso te fazer uma pergunta?
-Ahn?
-Você vai atrás das luzes estranhas não é? ...Fala a verdade.
-Não... eu... vou sair sem rumo como eu sempre faço. Agora me devolva a minha câmera!
-Não!... Não até você me prometer que não vai se meter com algo realmente perigoso dessa vez... Isso que está aparecendo é realmente assustador e a população tá com medo disso… Por favor… apenas… porfavor... prometa que você vai voltar vivo ok?...
-.....Eu prometo Nathalia…..
-Posso confiar?...
-Pode….
-Ok…. então... Aqui está a sua câmera..
-Obriga…
De Repente ela me dá um abraço bem forte.
-Porfavor volte são e salvo tá?....
Guardo a minha câmera na mochila pego a minha bicicleta e finalmente saiu da cidade vendo a Nathalia sumindo no horizonte da estrada.
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Aquela cidadezinha vai me deixar com saudades… e com certeza sentirei mais saudades ainda daquela garota também…
Capítulo 1(parte 2) Caminho sem volta, Destino selado, Passado apagado.
Andando pela estrada de bicicleta é bem mais fácil do que a pé, o único problema é que de qualquer maneira cansa. Mas com o cair da noite a atmosfera daquela estrada quente muda para uma mais fria e refrescante, porém, ainda incomoda... Paro um pouco para descansar e relembrar dos bons tempos em que eu estava naquela cidadezinha…. Logo outras memórias vêm à tona. A casa dos meus pais....a minha antiga vida....o momento em que eu saí….olho para o céu cheio de estrelas….uma pequena lembrança do meu pai vem a tona novamente…
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-Não seria legal filho?
-O que pai?
-Se a gente visse, agora mesmo, algo de diferente no céu. Seria incrível!
-Mas pai. E se fosse algo perigoso?
-Filho. Tudo que é desconhecido é perigoso. Você deve enfrentá-lo. E só assim o perigo some….
Bons tempos aqueles… antes do ocorrido…
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Deitado no meio da estrada olho para o céu novamente.
-A lua só vai aparecer daqui a uma semana...mas mesmo assim o céu está lindo demais hoje...acho que eu vou filmar o céu.
Ligando a câmera, aponte-a para o céu, como aquela região é muito afastada da cidade grande, as estrelas ficam ainda mais brilhantes.
-Incrível. Quase dá pra ver um pedaço do braço da galáxia. Consigo ver até estrelas cadentes…
De repente algo estranho aconteceu com a minha câmera. Do nada, ela começou a falhar, produzir um som estranho e a chiar muito.
-Ué o que houve com a câmera?
Quando eu fui ver, o motivo disso estava lá no céu.
-....
-....
-....Uau.
Para minha surpresa uma enorme bola de luz estava caindo do céu produzindo um chiado semelhante ao que aconteceu com a minha câmera. Por sorte a câmera não pifou e eu consegui filmar aquela bola de luz.
-Uma luz linda e forte. Veio lá do espaço, caindo como uma estrela cadente….só que mil vezes maior... impossível acreditar que apenas eu presenciei o acontecido…
A luz então acabou caindo no meio da vegetação fechada, no escuro… Estava praticamente meio quilômetro de distância da estrada.
-Nossa… Olha isso.
O impacto foi tão forte que fez subir poeira e detritos por mais de 30 metros aproximadamente.
-Incrível…
No começo eu fiquei paralisado de medo pelo que poderia ser. Então tomei coragem e fui até o local da queda da luz estranha.
-Não sei o porque...mas eu me sinto atraído a ir até o local onde essa coisa caiu…eu tenho que ver isso mais de perto…
Pausando o vídeo e indo em direção ao objeto eu acabo falando pra mim mesmo.
-Quando eu mostrar esse vídeo para o prefeito, talvez consiga uma audiência com “Os mais poderosos”
…
...
…
Minha...nossa...
Quando eu cheguei até o local da queda eu simplesmente não acreditei no que eu estava vendo. Era algo sem explicação. Era algo de outro mundo!?.
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Capítulo 1(parte 3) Contatos imediatos de quase morte.
Desde que eu era uma criança, de aproximadamente 7 a 8 anos, eu era fascinado por mistérios envolvendo extraterrestres e OVNIs graças ao meu pai. Era incrível só de imaginar um ser vindo de outro mundo e fazer contato com ele. Meu pai contava histórias de acontecimentos e jurava que eles existiam. O maior sonho dele era de um dia fazer contato com um ser de outro planeta.
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-Filho eu tenho que te contar o que eu vi quando eu tinha aproximadamente uns 16 anos de idade.
-O quê papai? O que o senhor viu?
-Era um O.V.N.I. E ele estava sobrevoando a região filho. Era enorme. Maior que um prédio.
-Maior que um prédio papai?
-Sim filho. Era gigantesco. Dava medo só de olhar o quão grande era aquilo. Ele ficou sobrevoando a área por horas. Milhares de pessoas viram também. Naquela época saiu até nos jornais internacionais filho.
-Uau.
-Sim. Uau. Eu fiquei observando aquilo por horas quando de repente algo caiu do céu na direção do horizonte filho. Eu fui até o local e então eu achei isso no meio da cratera.
-O que é isso papai?
-Isso meu filho, é a prova de material extraterrestre. Creio eu que isso veio direto daquela nave. Descobri que isso tem um enorme poder filho. Mas até hoje eu não sei como essa pequena joiazinha funciona.
-Nossa!!
-Filho isso é um segredo ok? Não conta pra ninguém sobre isso tá?
-Ta certo papai. Eu não vou contar pra ninguém.
-Papai.
-Fala filho.
-Um dia eu quero ver um O.V.N.I também.
-Você vai sim filho. Irá até ver um alienígena também. (Risos)
E então eu finalmente consegui...a prova concreta de forma de vida alienígena. Foi uma mistura de medo com felicidade que me fez ficar paralisado e com falta de ar. Aquele ser estava em uma cápsula esférica, bem na minha frente, e escoava um líquido avermelhado de dentro da mesma.
-Minha nossa... é tão real e tão…assustador e tão...fascinante…
Com a câmera ligada, olho um pouco mais de perto. A cápsula ainda está muito quente, vejo o rosto do ser alienígena através de uma placa espelhada.
-Parece ser um ou uma humanóide muito linda pros padrões humanos por sinal. Não dá para ver com detalhes por causa desse líquido estranho, mas é realmente magnífico...
-10 anos atrás eu tinha um sonho de poder ver com meus próprios olhos um alienígena de pertinho...e agora...eu consegui…depois de 10 anos...eu consegui!
-o ser parece estar em algum tipo de hibernação ou coisa do tipo...
Quando de repente, os olhos do ser se abriram... Me assustei e me afastei da cápsula. O líquido avermelhado começou a escoar ainda mais para fora e então a placa espelhada se abriu, fazendo o ser cair no solo. Tentei chegar mais perto do mesmo para ver melhor seu rosto, mas algo me impedia, era o meu corpo paralisado de medo, algo ruim começou a acontecer em seguida. A cápsula começou a fazer um barulho estranho e contínuo, brilhava intensamente e esquentava mais e mais. Quando eu percebi, aquela coisa estava entrando em modo de autodestruição, e eu tinha o pressentimento de que eu não teria tanto tempo para escapar. O pior dos problemas era que o ser estava ainda desacordado próximo da cápsula que estava prestes a explodir. Tentei tocar naquele ser mas não consegui. Meus dedos ficaram queimados por alguma coisa ácida... provavelmente aquele líquido avermelhado é ácido para mim. Mas como eu vou salvar este ser antes que tudo aqui exploda?
-...dane-se…não vou deixar este ser morrer aqui...
Peguei ela(e) com os dois braços e sai correndo o mais rápido que pude. Eu notei que o ser segurava com toda a sua força algum tipo de objeto, mas eu não consegui distinguir o que era. A dor de ter os dois braços sendo queimados pelo ácido era insuportável e me impedia de pensar em mais nada a não ser correr para longe daquela cápsula. Continuei em frente correndo o máximo que eu podia até chegar a minha bicicleta perto da estrada. De longe eu podia ouvir o barulho da máquina cada vez mais alto e quando eu menos percebi, um enorme clarão de luz azul cegante e um barulho muito alto surgiram em meio a vegetação que agora estava completamente destruída.A cápsula havia explodido e tudo ao redor dela não existia mais, e depois outro barulho de explosão, desta vez mais forte. Era agudo demais, o que fez eu ficar surdo e a minha cabeça ficar tonta.
Ferido, cansado e confuso pelo que tinha acontecido, fiquei ao lado daquele ser que estava agora são e salvo. Olhei para frente e vi aquele rastro de fumaça branca terrivelmente grande e ofuscante e depois voltei o olhar para ela(e), fiquei de joelhos no asfalto frio de tão cansado que eu estava. A cabeça ainda continuava doendo por causa do barulho da explosão e os meus braços estavam sangrando e com queimaduras graves por causa do ácido daquele liquido que estava ainda no corpo dela(e). Olhar para o meu braço me fez passar mal. Morto de cansado e quase desmaiando no asfalto numa noite fria e perigosa no meio do nada, olhei para o céu cheio de estrelas e disse para mim mesmo.
-Não!...eu...ainda...tenho forças!!
Peguei aquele ser novamente pelos braços.
-O ácido...preciso de um lençol para cobrir.
E o cobri com o meu casaco de chuva e coloquei-o nos meus braços até chegarmos a uma cabana abandonada. Levei ele(a) para dentro da cabana e quando estávamos lá dentro eu ouvi um murmúrio vindo do próprio ser.
-Obrig...ami…
Fiquei surpreso pelo o mesmo falar, e então respondi.
-Bem vindo à Terra.
-Terra…
Mas não tive tempo para conversar por mais tempo com o ser. Eu estava fraco demais. A dor ainda me incomodava e o sangue continuava a pingar do meu braço. No final eu percebi que eu e o ser já estávamos seguros naquela cabana então eu deixei que o meu corpo caísse no chão da cabana e desmaiei. Quase morri para salvar aquele ser alienígena e me esqueci da bicicleta… Desculpa dona Marli, desculpa Nathalia. Me meti em perigo, mas, amanhã eu volto...
Capítulo 2 Conhecendo um novo amigo.
A estrela brilhante no céu, a cápsula, o contato olho no olho, a explosão, o ser alienígena...Tudo isso parecia um sonho...ou um pesadelo...Estava cansado e fraco. Então eu acabei vendo algo, parecia uma silhueta e eu estava deitado em seu colo... Era quente,... era macio… Olhei mais de perto quem era…
-Quem?...é?...
Era o ser que eu salvei essa noite. Seu colo não me queimava. Seu olhar se direcionava para as feridas no meu braço e então disse algo.
-Obr...igad...ami...v...ajud...a...
Não consegui entender o que o mesmo estava tentando me dizer, mas ao tocar nos meus braços eu pude perceber que ela estava me curando daquelas feridas. O sangue seco continuava no meu braço mas pelo menos as feridas não existiam mais, eu me sentia bem melhor agora.
-Obrigado…
Pude notar um belo sorriso vindo do ser que me ajudou, e então adormeci novamente
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Quando acordei, eu estava naquela barraca abandonada ainda, tudo parecia o mesmo de antes, minha cabeça ainda doía um pouquinho por causa do ocorrido daquela madrugada. Comecei a me lembrar dos detalhes… a bola de luz caindo no meio da vegetação… o ser… a explosão… meus braços sendo corroídos pelo ácido… Ao lembrar dessa parte senti meus braços doerem de novo, mas quando eu vi eles, não tinha nenhuma marca, nenhuma cicatriz, nada além do sangue seco. Meus braços estavam curados e eu sinto que foi aquele ser que curou eles...por falar nele. Procurei pela cabana toda mas não consegui encontrar o mesmo. Reparei que tinha um pequeno “morrinho” de roupas e logo percebi que o alienígena estava bem embaixo, coberto pelas minhas roupas que tinham na minha mochila. Fiquei observando-o dormir por um tempo. Finalmente pude ver mais detalhes daquele ser tão belo e fantástico. Sua pele tinha uma tonalidade cinzenta-azulada, e também possuía traços bem femininos se comparados ao de uma humana. Cobria todo o rosto com um dos meus pijamas e isso me fez pensar.
-(Eu deveria pegar a câmera e gravar isso).
De repente ela(e) abre os olhos e olha diretamente para mim. Como se tivesse sentindo que eu estava ali.
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Um silêncio se estendia… eu e aquela criatura estávamos um olhando para os olhos do outro... E ficou um medindo o outro com os olhos.
-Incrível…
O ser rapidamente olha pra minha boca enquanto eu falava.
-Então você realmente é um alienígena. Caramba, isso é incrível, eu ainda não estou acreditando nisso.
O ser continua olhando para mim, enquanto fica mais próximo e com um olhar mais fixo.
-Eu...eu...ééé...tenho tantas...coisas pra...falar…
O ser fica tão perto que é possível sentir a sua respiração.
-Incrível…
De repente fico em choque...o ser fala a minha língua.
-Co...co...como vo…
-Então você é um humano?... Nossa, que incrível, e esse seu dialeto… É francês né? Ou seria japonês?
-...Na verdade...é português.
-Incrível. Devo dizer que a sua proteção corporal é perfeita para hirbenações rápidas.
-Proteção...corporal... está falando das minha roupas? Espera aí, é muita informação pra mim. Primeiro, você é um alienígena.
-Sim… mas eu prefiro o termo espécie não terrena ou então pelo meu nome.
-A desculpa...eu nem sei o seu nome…nem nada...
-Sem problemas… prazer em conhecer você, humano. Meu nome é Haria, Haria Sirens. E sou uma fêmea da espécie alphairno.
-Prazer… é uma honra poder te conhecer Haria Sirens.
-E você humano? Possui nome?
-Sim. Meu nome é Archibald.
-Interessante… posso te chamar de Ark?
-Pode.
-Ótimo.
Reparei que ela tinha uma espécie de cristal na parte superior da cabeça e pequenas marcas no pescoço e do lado da cabeça, seus olhos eram enormes e bem escuros com pequenos brilhos. Parecia até que ela tinha um monte de estrelas dentro de seus olhos.
-Seus olhos…
-Hum?
-Seus olhos são incrivelmente... incríveis.
Ao falar isso, percebi que seus olhos começaram a brilhar. Pareciam estrelas ainda mais brilhantes. Rapidamente, Haria desvia o olhar e observar atentamente pros meus braços…
-Obrigado por ter curado meus braços, Haria.
-...
-Haria?
-Ah... não à diquê. Eu fiz isso para lhe agradecer por ter me salvado...se não fosse por você...eu...não…
-Está tudo bem?
-S-Sim... estou. É que... você enfrentou tudo aquilo...
-Eu tenho muitas perguntas para fazer a você.
-Digo o mesmo. Digo...eu tive muita sorte de ter parado em um planeta “milagre”.
-Planeta milagre?
-Bem… minha raça chama os planetas habitados de planetas milagres ou planetas mães.
-Ah… pelo visto nós temos muito o que aprender e a ensinar um ao outro não é? (Risos)
-Concordo. Diz Haria com um singelo sorriso no rosto.
-Bem por onde eu começo…
As horas passavam e eu ía conhecendo cada vez mais e mais sobre Haria Sirens.
Seu planeta possui uma atmosfera bem densa. Por isso seus olhos são grandes e brilhantes.
Sua espécie vive em cúpulas presas ao solo do planeta e muitos optam por sair do mesmo.
Suas marcas no pescoço e na nuca simbolizam que ela faz parte de um grupo, mas, ela não deu mais detalhes.
Haria também disse que é especialista na área de medicina e também na área da ciência. Por isso teve muita facilidade em tratar dos meus ferimentos.
Resolvi perguntar sobre o ocorrido de ontem para ela.
-Porque a sua nave entrou em modo de auto destruição?
-Eu não sei. A minha cápsula de hibernação não era para se auto destruir… infelizmente eu estou “desincronizada com o passado”.
-Eu acho que eu entendi. Você está com amnésia.
-Mas tem pequenas partes que eu me lembro...nomes, lembranças e algo muito ruim que aconteceu…
-Pode me dizer?
-Minha equipe, jóia, massacre, um planeta milagre inteiro destruído, traição...está tudo muito confuso pra mim ainda.
-Tudo bem. Não precisa se esforçar. Com o tempo você vai recobrando a consciência e-.
-Evoleth…
-Quem?
-Evoleth… Frank temos que voltar…!!
-O quê??
-Rápido!!! Eu sei de algo que pode me ajudar.
Capítulo 3 (parte 1) Perguntas e mais perguntas, e nenhuma resposta...
O que estava acontecendo? O que aconteceu? E porque? porque de tantas coisas aparecendo uma em cima da outra? muitas coisas ainda estavam confusas para mim… Estavam acontecendo muito rápido.
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Enquanto Haria me puxava pelo braço, eu me perguntava quem realmente era Haria Sirens e quem era essa tal de Evoleth que ela tinha mencionado agora a pouco. Mas o que mais me intrigava era os fragmentos de memória que ela tinha me dito. Algo sobre uma jóia... seria possível?... Talvez seja apenas coincidência...mas e se… o que mais me assusta é associar a tal jóia com a destruição de um planeta inteiro… se a lógica estiver correta… Meu pai, o renomado cientista e arqueólogo, Dr. Victor Wallace. Um fascinado por mistérios. Foi capaz de enfrentar, até mesmo, um dos mais poderosos, apenas para poder ter acesso a algo da qual eu não faço idéia. A única lembrança que eu tenho dele é este prisma que ele jurou ser algo de outro planeta. Esta coisa não faz nada de extraordinário, apenas volta para mim toda vez que eu o guardo em outro lugar. Mas isso até arneritho faz. Ainda me lembro no dia que eu o vi pela última vez…
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Era uma dia lindo lá fora… vivia apenas eu e o meu pai em uma casa bem espaçosa cheia de seus projetos… eu ainda consigo me lembrar de alguns… suas armas, plantas de veículos malucos e bugigangas mirabolantes... ele era obcecado com tudo isso. Mas o que mais deixava ele maluco, era o projeto secreto Á.T.L.A.S, o maior e mais poderoso veículo aéreo do mundo inteiro, possui o tamanho de um continente e seria capaz de mudar a história do planeta terra para sempre. Muitas lendas sobre o Á.T.L.A.S são faladas por aí. Dizem que ele chegou a ser usado uma única vez na guerra dos continentes, outros dizem que foi na era do metal, já outros dizem que o continente do norte já foi um e assim por diante… Enfim, o mito do continente voador circula por aí como água. Mas além disso, existia uma sala estranha da qual meu pai sempre trancava e nunca contava o que tinha lá dentro. Sempre que eu perguntava sobre o quarto, ele mudava de assunto.