Finalmente Humano...
"Faça", disse ele. "Se não fizer isto nada vai mudar.", continuou. A chuva caia quase que torrencialmente e era a única coisa que presenciava o que estava por acontecer naquela cena.
"Não posso, eu não consigo.", disse ela quase que com um sussurro. "Você não sabe o quanto isto é difícil.", não havia lágrimas, pois elas já haviam se misturado com aquilo que vinha de cima.
Ele continuava impassível, imóvel, cada circuito que existia no seu corpo cibernético comandado por uma única instrução, continuar o caos que ele perpetrara por um longo caminho até chegar ali. "Se você não o fizer..." - os seus olhos se encontraram com o dela. "não medirei esforços para terminar o que eu comecei."
O dedo estava no gatilho, ela estava pronta para atirar, mas não conseguia, mas não podia. Ela fora treinada para aquilo, para terminar com todos os Mestiços que ainda percorriam as ruas da Cidade e que deveriam ser Cancelados desde o fim do programa que dera surgimento a eles, mas ela não poderia fazê-lo.
"É apenas tarde demais. Tarde para voltarmos ao que éramos. Eu não tenho mais nenhuma certeza daquilo que poderíamos ter sido a mais.", ele se virou e ficou frente a frente da sua caçadora. Se aproximou, pouco a pouco, e deixou a pistola diretamente na sua testa. "Não existe mais depois."
"Como você pode dizer isso? Depois de tantos anos que..."
"O passado não importa mais, fiz mais do que eu não deveria fazer, mais do que eu gostaria de fazer, não sou mais aquilo que eu era."
"Não..."
"Faça." - Gritou ele. Colocou a espada em riste. "Faça, antes que..." - E neste último grito a espada cortava cada gota de d'água com uma pressão sem igual até que, no último segundo a espada parara, a poucos milimetros do rosto dela e um disparo que viera em seguida. Ele parara, pensou ela. Não precisava ter feito aquilo.
E, a bala que entrara no cérebro cibernético dele não impedira que um último sinal fosse enviado para Rede Rebelde que dizia: "Humano, finalmente."