As Luzes que vinham do céu

A minha história não começa com um era uma vez ou termina feliz para sempre como contos de fadas.

Os relatos que eu vivi estão mais pra episódio de além da imaginação.

Aquelas coisas que ocorreram na cidade não só assombram a mim mas toda a sua população.

Antes de começar a contar os relatos, vou descrever a cidade.

É uma cidade fria, mesmo no dia que o sol aparece pra aquecer o chão da cidade, ela continua a jogar ventos frios como se tivesse a trazer a morte até você.

Ela é cortada ao meio pela linha ferroviária e junto trás seus mortos que o tempo e a justiça já esqueceu.

Seu centro parece que parou no tempo, casas velhas e abandonadas dão um ar de cidade fantasma.

As estátuas de gárgulas relembram um passado de glória que o tempo fez questão de comer.

Cidade é uma mistura de gothan city com a velha Londres retratada em Drácula.

Até seu nome homogênea uma planta espinhosa como o coração dos seus cidadãos.

Essa minha cidade se chama gravatá.

Não sei como aqueles fenômenos começaram, só que tinha ouvido alguns boatos das pessoas da zona rural.

Diziam que era as tochas, umas luzes que vinham do céu e começavam a se bater como se tivesse numa terrível batalha. Eu achava essas histórias a maior bobagem, invenção daquele povo.

Mais essas histórias começaram a ganhar força pela cidade, algumas pessoas começaram a sair de seus sítios dizendo que aquelas tochas tinham tentado atacá-los. Eu era médico residente da cidade, e não vi nenhum caso de ataques dessas tochas. e por isso achava que era invenção.

Eu me lembro até hoje, quando o primeiro paciente chegou. Naquele dia o hospital estava vazio, até brinquei com a enfermeira dizendo “ acho que hoje os doentes tiraram férias” , era algo raro de acontecer.

Era umas três horas da manhã, estava na frente do hospital fumando um cigarro e olhando o vazio daquela cidade. Não se passava um carro pela rua, sentir como se algo ruim fosse acontecer, mas como nunca acreditei nessas coisas pra mim foi o vento trazendo o medo pra meu corpo.

Ao longe conseguia ver as luzes de um farol rápido, até pensei até que fim alguém pra socorrer. Que infelicidade minha falar isso, seu eu soubesse que ia acontecer nos dias que iam vim não teria falado.

Joguei meu cigarro e sair correndo pra dentro do hospital, a enfermeira mandou eu ir logo pra UTI que o paciente já t estava lá. Se ela não tivesse falado, eu poderia ir seguindo o rastro do sangue que ia encontrar o paciente. Ao chegar lá vi algo pavoroso, dez anos de profissão e nunca chegou um paciente do estado daquele. O rapaz tinha em torno de uns vinte anos, estava com varias feridas de queimadura em seu corpo, parecia se alguém tivesse riscado ele com uma caneta. Mas o pior não foi isso, o pior seu braço arrancado como se alguém tivesse cortado perfeitamente, fiquei horrorizado com aquilo. Foi a primeira vez que passei mal por cuidar de um paciente.

Infelizmente não tinha oque fazer, o paciente teve um choque hemorrágico e acabou falecendo . Fiquei muito assustado, e Com toda aquela correria não tive tempo de perguntar oque foi que aconteceu. Foi meu primeiro paciente que morreu sob meus cuidados. Aquele pai chorando perguntado o porque eu não salvei o filho dele.

Ficou torturando minha mente pelo resto da noite.

Fiquei sentado na calçada fumando e relembrando aquela cena, como alguém poderia ter aqueles ferimentos? Não conseguia acha uma explicação e não tinha coragem de perguntar.

Fiquei paralisado com os fatos.

Mas depois daquele paciente o hospital não foi o mesmo, e nem quem trabalhava lá. Começou a chegar milhares de casos como o daquele rapaz. Todos com aquelas mesmas linhas de queimaduras, isso começou a deixar a população assustada. Os cinco primeiros pacientes eram todos da zona rural da cidade, mas começou a crescer tanto que por dia chegava até vinte casos do mesmo tipo.

Todos com as terríveis linhas de queimadura e falavam que foram as tochas que tinha atacados eles. Ainda achava aquilo tudo uma baboseira, tinha que ter algo racional anquilo tudo.

Lembro de um senhor relatando que tinha acontecido, mesmo não acreditando tinha curiosidade em suas historias fantasiosas. O senhor estava na varanda de sua casa conversando com os vizinhos, quando no céu um clarão de luz veio se aproximando de sua casa, era uma luz tão forte que parecia que estava de dia.

Parou em cima de todos que estavam lá, era algo espantoso e ao mesmo tempo lindo. Ficou lá parado por uns cinco minutos e saiu, não demorou muito e aquela luz voltou a ficar em cima de suas cabeças.

Quando a luz soltou seu primeiro fecho de luz que o derrubou da cadeira, disse que todos correram pra dentro da casa e a luz invadia pelas frechas da telha, depois de alguns minutos de tortura ela foi embora.

O ceticismo fazia achar aquilo tudo uma bobagem, mas outra parte de mim estava com muito medo daquilo tudo.

Se passou vários dias, e mais pacientes chegavam com aqueles citomas. Chegou ao ponto de chamarem a aeronáutica para investigar esses relatos. Mas mesmo assim aquilo tudo não se passava de uma fantasia que os moradores criaram. Os dias passaram e mais pacientes, logo a população começou a fugir da cidade pra escapar dessas coisas. Eu fiquei pra cuidar dos outros e dos soldados que estavam investigando, mesmo não acreditando queria ficar pra saber de tudo.

Nas minhas viradas de noite dentro daquele hospital tinha visto de tudo, mas oque estava acontecendo com a cidade já era muito pra conseguir suportar. Não aguentava mais tantos casos, e eu não conseguia fazer nada.

Comecei a fumar mais e beber mais café pra ficar acordado, eles precisavam de mim pronto pra tudo.

Toda madrugada saia pra fumar lá fora e olhava pro céu atrás daquela tocha maldita, e nada aparecia.

Cheguei ao ponto de subir em cima do hospital e ficar gritando pra aparecer ou sumir de vez, estava ficando louco com aquela situação não sabia oque fazer.

Nesses meus surtos de raiva, gritei joguei coisas pro céu a procura de alguma resposta, naquele tempo já estava acreditando naquelas luzes.

Mas como sempre nenhuma resposta. Estava no final do cigarro quando vi uma luz vindo pela minhas costas.

Naquele momento fiquei aliviado por ela aparecer pra mim, assim poderia ver aquela coisa.

Era algo com magnifico como o velho tinha falado, não tenho como explicar se não dizer que era circular e jogava muita luz. aquilo ficou na minha vista por cerca de alguns minutos até os soldados chegarem correndo pra seus fuzis.

Lembro de um feche de luz vindo minha direção, o barulho dos tiros e soldados gritando.

Meu corpo caia, mas eu estava feliz por pensar que eu fui o ultimo paciente da luz que vinha do espaço.

Luis Alladin
Enviado por Luis Alladin em 13/08/2018
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