Área 51
• Ventos causticantes sopram onde outrora havia uma cidade grande e iluminada por neons... Apenas ruínas restam dos grandes hotéis e cassinos... Sem água, o deserto retomou tudo de volta. Mas o mapa em sua mente mostrava que ali era uma grande cidade próxima ao local onde haveria esperança para fugir dos Deuses perversos. Um grande oceano o afasta de sua casa. Em seus sonhos o caminho ainda estava claro. Quantas mentiras contara para poder chegar até ali. Liderava um grupo de trinta pescadores em Whaea Whenua... Atravessou algumas tempestades para revelar porquê tentava descobrir de onde o sol vinha. Apenas sete permaneceram, os outros voltaram amaldiçoando suas insanidades. Antes de vencerem os 30 dias até chegar a uma praia, mais um desistiu, e numa pequena canoa com vela voltou... Sem saber ao certo quem iria ficar vivo. "Andur sobreviverá, ele jovem, mas um excelente navegador, sabe falar com o sol e com as estrelas, conversa com os ventos e discute com as tempestades. Ele vai sobreviver."
Ao menos era o que ele insistia consigo mesmo. Vagaram por mais de três anos até chegarem ali. Os outros persistiram e sobreviveram como monstros lendários, fortalecidos pelas realizações das visões de seu líder. Cada dia que passava a certeza era maior. Mas a água era pouca... E ele sabia que em uma semana finalmente iriam chegar onde seus sonhos lhe diziam ser o santuário das proteções contra os deuses insanos.
As grandes construções já não mais os surpreendiam. Pelo caminho todo perceberam grandes e vazias cidades. Algumas quase totalmente destruídas. Outras menos. Todas abandonadas.
Em algumas ordas de cães deviam ser evitadas, em outras, parecia haver apenas ratos e cobras. Quanto mais ao norte, menos vida. Quanto mais ao norte, menos sono, mais dores.
Mas faltava apenas mais uma semana para chegar... Os sonhos nunca mentiram para ele... Mas a água estava acabando, e seu grupo já não conseguia se manter firme o suficiente. Decidiu esperar a noite chegar, continuariam no frio do deserto... Melhor do que no calor, mas eles tinham que achar água.
No meio da tarde, quando o sol começava a baixar, no meio do sonho, um totem vermelho fala com ele: "me destrua, e terás água".
Acordando assustado, sai em desespero, a procura de algum templo ou algo assim, seus companheiros o seguem, já estão acostumados a essas visões de seu líder. Parado numa esquina, desgastado, já sem a cor vermelha, Lucien reconhece o totem e sorri. "Só mais uma semana..."