Conjuração Lunar - Parte 6
O jipe 4x4 atravessou o terreno acidentado rapidamente. Aquela era a fronteira com o lado escuro da Lua. Na infância ele tinha ouvido falar de coisas bizarras sobre a Lua: “que era feita de queijo”, “que havia um cavaleiro a digladiar-se com um dragão eternamente” e até “que robôs habitavam aquele pedaço”. Mas no fim os únicos habitantes nativos da Lua eram pedras, bactérias e porque não alguns vírus? Mas agora, trajado numa roupa especial, percebia que a Lua poderia ser muito mais misteriosa e perigosa do que supunha.
O termolocalizador mostrava que logo atrás do morro a frente estavam reunidos cerca de uma dúzia de pessoas. Ele estacionou o veículo e subiu o monte, tomando uma boa posição do alto. Ele preparou o tripé para eliminar o máximo possível o recuo da arma. Em poucos minutos o rifle de precisão antimaterial, com munição .308 Win e supressor de gases estava montado. A mira telescópica com visão térmica aproximou o atirador dos seus alvos. Tobias lambeu os lábios grossos por trás da viseira do capacete.
Na sua mira estava Leopold, atrás dele, mais 11 homens fortemente armados. Ao fundo o esqueleto do espaçoporto. Chegando a cena, Franz e seus capangas em um veículo lunar. Os VAT não funcionavam fora da cúpula devido à falta de eixos magnéticos polarizados como os da Terra. O magnata desceu com uma maleta na mão.
Provavelmente deve ser o pagamento, pensou Tobias.
Ligando o comunicador, ele hackeou a frequência dos conjurados e ouviu a conversa:
— Pontual como um inglês — disse Leopold.
— E viril como um alemão — respondeu Franz, ambos eram descendentes de alemães. — Lembre-se do nosso negócio, Luna deve ser sua, o lunádio será nosso.
— Não se preocupe, temos apoio do Judiciário, do Legislativo e a alta cúpula do Exército é minha, não à toa sou chamado de Grande Líder — disse o líder da conjuração pegando a maleta estendida pelo empresário. — E quanto aquele rato vindo da Terra?
— Não se preocupe, ele está exatamente onde o queremos.
Droga! Raciocinou o agente secreto.
Stump, foi colocado pra dormir com uma coronhada.