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Miguel Carqueija
Quando Edno Alvarez se deu conta as turbinas já estavam dando de si; em todo o caso o disco voador fora seriamente atingido e agora efetuava um pouso forçado naquele asteróide escuro e pedregulhoso. Um asteróide que deveria estar devidamente catalogado, mas na pressa da perseguição o que menos importava era a sua exata identificação.
Edno acionou os retro-foguetes, tremendamente excitado pela proximidade do combate. Os bulbosos ET’s de 61 Cygni haveriam de amargar aquela baixa! Patrulheiro do espaço, Edno não via os alienígenas como seres humanos, mas como coisas repulsivas, que precisavam ser mortas no interesse da liberdade humana. Anos de treinamento condicionado fizeram dele uma máquina de matar ET’s.
O OVNI batera violentamente nas rochas e lá ficara, enviesado. Edno, trajando o volumoso macacão extraveicular, e empunhando sua metralhadora plasmática, saltou da sua nave de patrulha e observou, naquele mundo minúsculo que só por sua irregularidade geométrica (não era uma esfera mas um retângulo super-imperfeito) não sumia com a paisagem em menos de dez metros, os esforços do ET em se posicionar atrás de uma pedra. Edno disparou primeiro, derrubando o adversário cujo traje porém resistiu sem romper. Uma rajada de revide e a arma do patrulheiro voou longe e logo começou a entrar em órbita.
Praguejando, Edno retirou de seu cinturão uma granada molecular, dotada de retro-foguetes próprio, e, ocultando-se atrás de um pedregulho para não ser atingido por outras rajadas, lançou o objeto.
Foi só depois de tê-lo feito que caiu em si.
O “Manual do Combatente Interplanetário” dizia taxativamente que nunca se deveria liberar explosivos quando se estivesse na superfície de um planetóide. Eles eram pequenos e instáveis e não toleravam explosões.
Amaldiçoando a sua pouca atenção pelos estudos, Edson foi lançado ao espaço junto com os fragmentos de asteróide, ET e espaçonaves, e, conquanto estivesse inteiro, o seu traje pressurizado rompeu-se em vários pontos.
Jogo empatado.
.......................................................................................................................
— Tucano 21, responda, aqui Águia 2!
— Aqui Tucano 21, pode dizer.
— UFO de reconhecimento localizado no setor 20 dos asteróides. Distância da sua espaçonave: dois milhões trezentos e vinte mil quilômetros nor-nordeste 45 graus acima. Vá ao seu encontro e abata-o sem demora!
— Ordem entendida. Parto imediatamente, cambio.
— Boa sorte e dê notícias, cambio final.
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Quando Edno Alvarez se deu conta as turbinas já estavam quase dando de si; em todo o caso o disco voador fora seriamente atingido e agora...
imagem pixabay
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Miguel Carqueija
Quando Edno Alvarez se deu conta as turbinas já estavam dando de si; em todo o caso o disco voador fora seriamente atingido e agora efetuava um pouso forçado naquele asteróide escuro e pedregulhoso. Um asteróide que deveria estar devidamente catalogado, mas na pressa da perseguição o que menos importava era a sua exata identificação.
Edno acionou os retro-foguetes, tremendamente excitado pela proximidade do combate. Os bulbosos ET’s de 61 Cygni haveriam de amargar aquela baixa! Patrulheiro do espaço, Edno não via os alienígenas como seres humanos, mas como coisas repulsivas, que precisavam ser mortas no interesse da liberdade humana. Anos de treinamento condicionado fizeram dele uma máquina de matar ET’s.
O OVNI batera violentamente nas rochas e lá ficara, enviesado. Edno, trajando o volumoso macacão extraveicular, e empunhando sua metralhadora plasmática, saltou da sua nave de patrulha e observou, naquele mundo minúsculo que só por sua irregularidade geométrica (não era uma esfera mas um retângulo super-imperfeito) não sumia com a paisagem em menos de dez metros, os esforços do ET em se posicionar atrás de uma pedra. Edno disparou primeiro, derrubando o adversário cujo traje porém resistiu sem romper. Uma rajada de revide e a arma do patrulheiro voou longe e logo começou a entrar em órbita.
Praguejando, Edno retirou de seu cinturão uma granada molecular, dotada de retro-foguetes próprio, e, ocultando-se atrás de um pedregulho para não ser atingido por outras rajadas, lançou o objeto.
Foi só depois de tê-lo feito que caiu em si.
O “Manual do Combatente Interplanetário” dizia taxativamente que nunca se deveria liberar explosivos quando se estivesse na superfície de um planetóide. Eles eram pequenos e instáveis e não toleravam explosões.
Amaldiçoando a sua pouca atenção pelos estudos, Edson foi lançado ao espaço junto com os fragmentos de asteróide, ET e espaçonaves, e, conquanto estivesse inteiro, o seu traje pressurizado rompeu-se em vários pontos.
Jogo empatado.
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— Tucano 21, responda, aqui Águia 2!
— Aqui Tucano 21, pode dizer.
— UFO de reconhecimento localizado no setor 20 dos asteróides. Distância da sua espaçonave: dois milhões trezentos e vinte mil quilômetros nor-nordeste 45 graus acima. Vá ao seu encontro e abata-o sem demora!
— Ordem entendida. Parto imediatamente, cambio.
— Boa sorte e dê notícias, cambio final.
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Quando Edno Alvarez se deu conta as turbinas já estavam quase dando de si; em todo o caso o disco voador fora seriamente atingido e agora...
imagem pixabay