Capítulo 3 Família Blackwell Parte II
“__ ... o desbravamento da região tivera início por bandeirantes paulistas que buscavam ouro e pedras preciosas no território da Capitania do Espírito Santo.
__ Em qual século? Perguntara a professora.
__ No século dezesseis.
__ Muito bem senhor Blackwell, continue.
__ Em mil seiscentos e noventa e três, as primeiras desco... hum... hum hum hum...
Tomas arregalou seus olhos em sinal de desespero. As palavras não saíam, seu maxilar ganhara vida e começava a pressionar seus dentes um contra o outro, e a força, cada vez mais, aumentava. Olhou para a professora em sinal de socorro.
__ Hum hum!! HUUMM!!
Mas nem uma palavra saía. Até que ele sentiu um estalido, com a força espremendo os dentes, fez com que os dentes começassem a trincar um após o outro.
__ HUM HUM HUM HUUUMMM!!! - O medo começava a tomar conta de seu corpo e alma por completo.
A agonia e o desespero só aumentavam junto com a aflição, mas nessa altura todos os dentes haviam se quebrado formando, onde deveria haver dentes, navalhas afiadas que começaram a penetrar sua gengiva tornando pior e torturante a dor. Revirou os olhos em sinal de desmaio e caiu abruptamente ao chão.”
Tomas abriu seus olhos rapidamente, seu corpo suado deixara a cama inundada, respiração pesada, olhou em volta tentando reconhecer o ambiente em que estava; ainda com dificuldade por estar sonolento lembrou-se do hotel. Desenrolou-se do cobertor e sentou no beiral da cama, esticando seus braços em sinal de preparar-se para o dia que se seguia a frente. Bocejou ele esfregando os olhos. Um pesadelo não é? Bom, já que acordei cedo tenho certeza que não vou conseguir voltar a dormir. Vou aproveitar e dar uma caminhada ao redor desse hotel para conhecer as redondezas, daqui a pouco o pessoal começa a acordar.
~*~*~*~*~*~
O céu ainda estava escuro, ventava gelado, podia-se ver algumas folhas secas dançando junto ao vento em referencia a chegado do outono. Tudo estava calmo, poucas pessoas se arriscavam a passear nessas primeiras horas do dia. O cheiro leve de pão ao forno da padaria infestava as ruas com a promessa de café da manhã reforçado e saudoso.
Tomas estava usando sua calça tactel azul claro com duas linhas brancas paralelas que saiam da cintura aos pés lateralmente, uma blusa branca comum e um tênis esportivo. Para deixar o passeio um pouco mais leve estava usando seu fone bluetooth e sua faixa predileta: Rapsódia N°2 de Franz Linzst (NOTA: https://www.youtube.com/watch?v=Tp27ji7CmPs ). Deixou a música ditar a harmonia do ambiente e começou seu alongamento.
__ Esses meus braços estão tensos demais, provavelmente eu dormi de mau jeito. Hugh! Exclamou ele esticando-se.
Após alongar seus braços ele deu atenção ao seu quadril e depois suas pernas. Começou com uma caminhada leve observando tudo ao seu redor, uma árvore completamente desnuda de sua folhagem e logo em seguida uma completamente deslumbrante, irradiando vitalidade com suas folhas verdes, e logo em seguida uma árvore bem grande e majestosa, um ar de superioridade emanava de sua cobertura bicolor amarela e verde que fez Tomas pensar :"O que esperar de um lugar tropical?"
Sempre atento ao seu redor percebendo cada detalhe, cada cor, de forma inconsciente, pois seu trabalho exigia isso. Alguns carros passavam preguiçosamente ao seu lado, e vez ou outra conseguia sentir o perfume que emanava de dentro deles, os mais comuns era o doce e madeira que inundavam o ambiente.
Acelerou mais os passos, pois o corpo já estava se acostumando com a velocidade inicial, em outras palavras, pedindo por mais. Passou-se algum tempo e sua respiração começou a ofegar, foi nesse momento em que ele disse em bom tom:
__ Isso aí! Vamos esquentar as coisas por aqui! - exclamou ele com um sorriso largo no rosto começando a correr.
__Animado e acoRdado assim tão cedo? – Disse uma mulher sorrindo para ele, pareando com o trotar de Tomas.
__ E-er... Sim, eu tive um pesadelo e não consegui voltar a dormir. - Disse ele com os olhos semicerrados e com a voz abafada e ofegante-. Adorei sua voz, você não é brasileira...
Com o rosto levemente corado, acrescentou ela:
__ ExtRemo obrigada. Nasci na Rússia, mas no meu caso, eu simplesmente acoRdo nesse hoRáRio paRa manteR a foRma e a saúde.
__ Mas ainda são quatro horas da manhã...
Um lindo sorriso sincero surgiu de seus lábios e combinado ao brilho dos olhos deixando-o admirado, ela disse em bom tom que naquele exato momento, as horas marcavam cinco e meia da manhã.
Meio confuso e embaraçado, disse ele levando sua mão direita à nuca:
__ Wow! Eu não tinha percebido que o tempo correu junto comigo – sorriu ele timidamente.
__ Quando estamos em contato com a natuReza nos toRnamos um com ela. Pouco a pouco apenas pRestamos atenção ao que ela nos pRopoRciona e isso nos deixa imeRsos em sua foRmosura. Não é?
__ Concordo plenamente. Eu fico impressionado como que nosso céu pode se transformar com o decorrer das horas. Por exemplo, agora o céu está com uma cor avermelhada alaranjada... Quando eu era mais novo eu sempre me perguntava como que era possível um céu tão azul ganhar um visual tão diferente, isso me intrigava muito. Você em alguém momento já se questionou o motivo disso?
__ Nã-não... eu ainda não o fiz, mas faço a você. PodeRia me explicaR o motivo poR favoR?
__ Com toda certeza senhorita! Sabemos que nossa atmosfera é composta por gases partículas e microrganismos, certo?
__ Sim, continue.
__ Pois bem, sabemos também que a luz tem vários espectros visíveis. Ao amanhecer, o que acontece é que a luz tem um maior caminho para percorrer até chegar aos nossos olhos, isso em relação à atmosfera, por ter um espaço maior para percorrer acaba por sofrer maior refração/espalhamento, neste caso o ar funciona parecido como um "filtro" que impede a passagem dos espectros de luz com ondas menores, permitindo assim as que possuem as ondas maiores, luzes como laranja e o vermelho. Por esse motivo que o céu fica nessa tonalidade de cor, entendeu?
__ Ah... Sim, entendi peRfeitamente bem, mas isso não explica o azul.
__ Bom, senhorita o azul tem o processo muito parecido. Os gases presentes no ar fazem com que o azul sofra um maior espalhamento, fazendo assim nossos olhos enxergarem nosso céu azulado, pois nesse caso vemos a cor que foi re-refletida por diversas vezes e a luz passa pela região mais curta na atmosfera.
__ Hahaha... ha! Como eu disse antes e vou continuaR a dizeR, a natuReza é fascinante. Pois bem... CamaRada, devo voltaR agoRa.
__ Ma-mas, assim? Tão logo?
__ Hahaha... ha! Já são sete e meia e extRapolei meu tempo. De todo modo, extRemo obRigada, camaRada.
Aquela jovem mulher já aprontou seu novo curso para ir embora quando a uma boa distância Tomas se lembrou e liberou um brado:
__ Eu ainda não sei seu nome.
Como resposta com ela ainda de costas, apenas um breve aceno e com um sorriso pequeno no canto de seus lábios, a expressão fez seus olhos fecharem por alguns instantes.
*~*~*~*~*~*~*~*~*~
...Se tudo o que conseguimos ver, é apenas o ricochete da luz que os atingem e volta em direção aos nossos olhos, e nosso cérebro interpreta, então nós nunca vemos como as coisas realmente são? Ou indo um pouco mais além, se a luz demora um período de tempo até chegarem aos nossos receptores e um pouco mais para que nosso cérebro interprete isso, é possível afirmar que apenas vemos as coisas no passado? Analisando essa colocação então nosso deslocamento no tempo não é indo em direção ao futuro e sim, a regressão. Se a luz se comporta como onda e como partícula, então possivelmente ela tem uma massa, se tem massa então por que não vemos "aglomerado" ou "monte" de luz? Como pó em cima de um armário, por exemplo...
__ Preciso parar de ler essas coisas, vão acabar me enlouquecendo... Mas, quanto mais loucas, mais eu me interesso... Isso me fascina de certa forma.
Levando a mão ao queixo sua expressão ficou duvidosa e seu olhar via aquelas cenas com aquela jovem mulher. A lembrança recém-feita o fez reviver aquele momento.
__ Quem será aquela mulher? De qualquer forma, preciso ir logo tomar um banho. Afinal, tenho um café da manhã para comparecer.
Largou a revista no criado-mudo e foi à procura de seus artigos de higiene. Saindo do banho, com a toalha ao redor de seu corpo úmido, andou em direção ao guarda roupas procurar o que vestir.
__ Talvez eu devesse usar minha blusa social azul marinho com minha calça social preta e não pode faltar meu sapato social preto... ou talvez eu use uma roupa mais casual... hummm.... Mas e se ela for exigente? Ou será que ela não se importa? Ou será que ela é severa a esse ponto? Não sei. Vou agir de acordo com meu gosto. Decidido! Vou usar uma roupa casual. Será um bermudão, uma blusa branca sem estampa e chinelo!
*Toc-Toc*
__ Entre, por favor.
__ Bom começo, Senhor Tomas.
__ Bom.
__ A Senhorita Blank está a sua espera.
__ Extremo obrigado. Irei descer num estante.
O bellboy retirou-se do quarto, nesse momento toda preocupação e ansiedade caiu sobre Tomas. Seus olhos espantados e sua respiração pesada denunciava seu estado emocional, gotículas de suor começavam a reunirem-se em sua testa, pareciam zombar de sua face tão amedrontada.
Correu para o banheiro, pegou duas folhas de papel toalha e secou sua testa e mãos. Encarando o espelho tentava de alguma forma se convencer de que tudo acabaria bem:
__ Ca-calma Toms, respira cara, respira...
Deu tampas relativamente fortes em seu rosto e continuou a proferir palavras de incentivo, encarando seus olhos bem próximos ao espelho e com um sorriso discreto no rosto:
__ Não há nada com o que se preocupar Toms. Quem foi o aluno com melhores pontuações?
Apontando o dedo para o espelho e com o peito estufado:
__ Isso mesmo Toms, você! Então agora vai lá e dê seu melhor. Você consegue, é claro que consegue!
Seu indicador retraiu-se dando espaço para o polegar entrar em cena, reforçando o que acabou de dizer a si mesmo, o sinal de positivo.
Lavou o rosto com rapidez e desceu de encontro com a misteriosa patroa, que o aguardava, para conhecê-lo pessoalmente.
*~*~*~*~*~*~*~*~*~
O dia está bem arejado, com o sol irradiando acima, céu bem límpido e azul. Hoje o dia pede por uma aventura - pensou Tomas olhando a imensidão acima. O cheiro convidava-o a comer, aroma este que denunciava a presença de bolo de cenoura com cobertura de chocolate à mesa. O estômago e sua boca já se aprontavam a receber aquelas gostosuras que o esperava após transpassar a porta do refeitório. Amplo e com tamanho de aproximadamente meio campo de futebol, era mesa para todo o lado. Provavelmente era um lugar usado para festas e shows ao vivo e claro... um rasta chinela.
__ Hey... SenhoR Blackwell...
Disse uma voz feminina ao fundo, ecoando por todo o salão interrompendo o devaneio de Tomas. "Eu conheço esse sotaque..." - lembrou-se.
__ Desculpe inteRrompê-lo, mas temos assunto a tRataR. PoR favoR, apResse-se; pois não temos muito tempo.
Tomas ficou estático, petrificado, perplexo, boquiaberto, sem reação seus pensamentos mal se conectavam. Tudo ao seu derredor tornou se branco, apenas os dois estavam imersos nesse novo ambiente e o único ruído que escutava era as batidas de seu coração, cada vez se tornando um som mais alto. Insinuou um passo, mas suas pernas não respondiam; de alguma forma aquela mulher causava reações incomuns nele.
__ Hey, algum pRoblema? Disse ela incarando-o perto o bastante para tirá-lo da crise de ansiedade.
Deu um passo abrupto para trás surpreso com a proximidade dela.
__ H-hã?
__ Ficou paRado poR ceRca de cinco minutos e você não me Respondeu aos meus chamados.
__ Sério?
__ Sim.
__ Muuuuuiiiito estranho isso, não?
__ Eu penso que sim. Hahaha... Ha!
__ Podemos ir então.
Ambos caminharam lado a lado em direção à mesa ao fundo. Tomas reparou-a com a visão periférica. Conseguiu reparar que ela estava usando Uma calça jeans azul marinho com um sapato social, um cinto preto de dez centímetros de espessura, uma blusa três quartos xadrez combinando as cores: marrom claro, vinho e um vermelho rosado. A blusa estava colocada por dentro da calça, fazendo assim seu busto e cintura ficar ainda mais destacados.
__ Ei...
__ Diga-me. Disse ela com o olhar fixo na mesa.
__ Se sabia quem era eu, quando nos encontramos nessa madrugada. Por que não disse nada?
__ Se eu tivesse dito... O que seRia difeRente de agoRa? Eu até pRefiRo que seja como está. Pelo menos o clima entRe a gente fique mais amistoso. Não acha?
Chegando próximo da mesa escolhida, Tomas aperta o passo para puxar a cadeira do lado esquerdo para Joana e por em prática o cavalheirismo, quando ela o interrompe.
__ SenhoR Tomas. Em que época está vivendo? Hahaha... ha! ExtRemo abRigada, poRém eu gostaRia de sentaR de fRente a poRta pRincipal do salão,no caso aquela outRa cadeiRa ali, mas não pRecisa se incomodaR pois eu mesma a puxo.
Ambos sentaram em suas devidas cadeiras e o olhar dela ficou serio.
__ Vamos falaR sobre os negócios. Como já é de seu sabeR, estou no meio de uma escavação e pReciso de seu intelecto. Estamos em estágio avançado e acRedito que com o que temos, o senhoR seRá capaz de veR quais tRaços de civilizações ali viveRam e estou com dúvida e não consigo tiRaR uma conclusão satisfatóRia. PoR este motivo o senhoR está aqui.
__ Entendo... Onde devo ir?
__ No momento; queRo que teRmine de se alimentaR. Após o almoço iRemos paRa o campo para te mostRar algumas peças paRa que assim, possamos continuaR.
__ Tudo bem.
Permaneceram comendo em silêncio por alguns minutos e um ar de timidez começou a se instalar no ambiente. Tomas tentando quebrar o clima de estranheza começou uma conversa casual:
__ Embora estejamos aqui presencialmente a negócios... Acredito que podemos tentar ser amigos.
__ Não há necessidade. Nós dois sabemos que eu pReciso de seu conhecimento e você, de meu dinheiRo. Esta é a única Relação entRe nós dois.
__ Wow! Um de direita bem no queixo! Mas é um tanto estranho seu comportamento de agora em relação a mais cedo.
__ De qualqueR foRma... Obrigada poR teR vindo, espeRo muito de você. Eu teRminei meu café da manhã. Às duas, Platão te levará no ponto de encontRo. PoR favoR, não se atRase.
Joana levantou-se evitando o olhar diretamente para ele. Caminhou elegantemente até a porta de saída dos fundos e desapareceu no clarão do Sol daquela manhã.
Tomas ficou boquiaberto, estático, com um pedaço de bolo de fubá coberto por uma camada espessa de chocolate em sua mão direita. "Essa realmente era a mesma pessoa de hoje cedo?", questionou-se.
O dia pareceu perder a cor, o ventar não corria com tanta determinação. Os poucos pássaros que cantavam, entoavam uma melodia melancólica. Um nó apertava cada vez mais a garganta do nosso bravo guerreiro e esta, dificultava cada vez mais sua passagem goela abaixo... Um turbilhão de confusão passava por sua mente, tentando em vão; explicar o que acabara de acontecer...
__ M-mas... e-eu... hã? Eu fiz algo errado? Falei algo errado? Não entendo... Falou ele olhando fixamente para a fatia do bolo.
__ Hum... Ela realmente quer trabalhar junto de você Senhor Blackwell...
Tomas virou-se surpreendido para ver quem se aproximava.
__ Então é o Senhor Platão.
__ Sim. Eu sei que vocês se encontraram por coincidência nesta madrugada. Ela nunca me esconde nada. Eu te disse não disse? Eu vi o que aconteceu agora a pouco, por favor, não a leve a mal. Eu sei que vocês ainda vão se dar muito bem. Peço que ao Senhor que não deixe que este pequeno acontecimento o faça desistir do trabalho.
__ Nã-não... Tudo bem. Deve ter acontecido alguma coisa com ela que explique esse comportamento. Mesmo que eu tenha a quase certeza que o Senhor sabe...
__ Desculpe-me, eu já lhe disse mais que o necessário.
__ Hummm... Tudo bem, eu não esperava que me dissesse, realmente... Extremo obrigado.
__ Tudo bem. Bom, preciso resolver algum assuntos pertinentes ao hotel. Aproveite bem seu café. Veremo-nos em breve, com sua licença...
__ À vontade. Vejo-te.
Após terminar sua refeição, dirigiu-se para um chafariz de porte médio. Nele haviam carpas de variadas cores e flutuando sobre a água, havia três vitórias-régias. A queda d'água passava por três etapas antes de escorrer para a pequena piscina. Escolheu um banco dos vários que contornava a obra de arte que harmonizava água e a arquitetura. Com toda a certeza, o ambiente ideal para acalmar sua mente.
Tomas juntou suas mãos, com as palmas viradas para o chafariz, permaneceu três segundos nessa posição e afastou-as. De imediato um painel de luz abriu-se.
— Vou dar uma olhada nas noticias da região. Esse Tudo Em Minas deve ser um bom começo. O assunto em destaque é a escavação da senhorita Blank, vamos ver o que eles têm a informar.
“A escavação do sítio arqueológico da Lapa do Santo encontra-se em estágio avançado, encontrou o grafismo rupestre mais antigo das Américas datado de nove mil e quinhentos anos. A responsável por essa surpreendente descoberta é a senhorita Joana Blank e sua esquipe formidável, porém ela ainda esta em busca de um integrante, o historiador para fazer parte desta historia.”
— Bom... nada diferente do que já é de meu saber. Vou dar uma olhada na coluna de tecnologia. Ah! Esse título me intrigou bastante. Humanidade mais próxima de ter um sonar biológico?
“Incrível avanço tecnológica da empresa Templenson. Pesquisas indicam que é possível, converter sons em imagens através da bionanotecnologia que Albert Templenson produziu. Os chamados “Ropes Prosthesis”, cordas vocais artificialmente projetadas para um único objetivo: Transformar a ecossonância em imagens para pessoas com deficiência visual. O princípio de funcionamento se baseia em uma corda vocal produzida pela impressora 3D, que é implantada na garganta e o paciente que receber esse implante deve passar por algumas sessões no fonoaudiólogo para adaptar-se e aprender a utilizá-lo; também deve ser feito uma cirurgia para ser colocado um nanochip no Lobo occipital e um em cima do Lobo temporal. O protótipo envia informações ao cérebro fazendo o processo de transformação em imagens sólidas a cinquenta metros de distância. A nova tecnologia faz a fusão entre a visão e a audição, uma nova esperança aos deficientes visuais”.
— Nossa! Isso realmente é animador! Eu gostaria de visitar essa empresa que tanto é falada, ela realmente parece ser incrível.
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— Bom meão, senhor está pronto para ir?
— Sim. Estou um tanto quanto ansioso Platão...
— Apenas acalme-se e respire fundo. Eu entendo que esse trabalho é muito importante. Acalme-se e tudo ficará bem.
— Seguirei seu conselho.
Permaneceram em silêncio por todo o trajeto. Chegando à escavação todos estavam bem animados e com sorriso largo. Joana logo o pegou pelo braço dizendo:
— Vamos! DepRessa, você pRecisar veR o que acabamos de encontraR!
— Ham? Es-espere...
Levou-o até uma região da escavação. Sem entender muito bem ele a seguiu.
— Olhe, bem ali no fundo.
— Ai meu Deus! Isso é um crânio humano!
— Sim! SenhoR Blackwell. AgoRa você entende todo nosso entusiasmo. Bem... mãos a obRa. Seja bem vindo a equipe.
— Extremo obrigado. Vou começar agora mesmo.
Um tempo depois com todos os estudos e teste realizados foi definido que o grafismo rupestre encontrado ali foi datado de nove mil e quinhentos anos, o mais antigo das Américas. E um dos crânios ali encontrado data entre doze mil e quinhentos a treze mil anos, batizada carinhosamente por nome de Luzia. A equipe manteve-se unida durante todo o trabalho do sítio e por um longo tempo depois.
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— Mana... Por que você demorou hoje?
— Você não vai acreditar... Eu estava conversando um colega.
— Colega? Perguntou Karl.
— Hahaha! Sim, colega... Ele me faz lembrar de papai sabia?
— Hummm, faz um tempo que não te vejo bem humorada em falar sobre um homem mana...
— Você acha? Disse Katie escondendo o olhar envergonhada. Talvez ele despertou minha curiosidade.
— Você quer ligar pra ele? Brincou maldosamente.
— Chega dessa conversa menino. Vá se aprontar para dormir. Vá, vá.
— Está bem.
Katie continuou no sofá perdida em seus pensamentos e um deles a fazia se questionar:
“Será que eu devo?”