A Despedida Da Diarista


Todo dia fazia quase tudo igual, acordava as 5 da manhã e preparava o café para o patrão. Diferentemente das demais diaristas, Waldirene lábutava diariamente na mesma casa e como lábutava... lábutava aqui lábutava ali e acolá também lábutava.

O patrão da Waldirene diarista era fascista porco chauvinista na década de 70. Waldirene, a diarista, comia o pão que o diabo amassou todos os dias. Waldirene, a diarista, era na verdade escrava sexual e residencial.

Além das obrigações inerentes a sua honrada profissão, era obrigada sob jugo da chibata a satisfazer os desejos carnais do porco seu escravocrata, que eu ainda não disse, era famoso diplomata.

Um dia ele chegou bem diferente do seu jeito de sempre chegar, não arratou-a para o quarto não lhe deu porrada e pra seu grande espanto convidou-a a sentar, não em seu colo, mas no sofá. Sacou da pasta seu chaveiro, livrou-a das correntes que quase a impediam de andar.

Waldirene, a diarista, não esperou para saber a que estava acontecendo, acertou furiosamente a cabeça do porco com a corrente, o sangue era fluente.

Deitado no piso de mármore italiano da sala de estar da mansão, agora adornado em seu craquejado por linhas tintas de sangue, balbuciou:
Waldirene, você esta demitida.
E morreu.

Waldirene, a diarista, até hoje se pergunta em pensamento:
Por que ele tirou as correntes?

Faz-se essa pergunta em pensamento, sempre que vai aos bancos movimentar suas poupanças e contas correntes. O porco só vendava Waldirene, a diarista, apenas nos atos de estupro e tortura.

Todo dia fazia quase tudo igual, acordava as 5 da manhã e levava o café para o patrão as 6 e 30. As 7 e 05 ele abria o grande cofre embutido na parede sul do quarto para pegar seus brinquedos de tortura na presença da Waldirene, a diarista, que tinha memória de artista.








 


 
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 14/08/2017
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