Primeira Parte: O COMEÇO DO FIM

Há muito e muito tempo, em um lugar que hoje é chamado de Exitium, aconteceram coisas que ninguém sabe ao certo como entender, mas que ocorreram. Acontecimento esse que nos assombra até os dias de hoje. Muitas histórias falam que naquela época houve um grande clarão, uma tão grande e forte que parecia que o próprio sol tinha descido na terra, tudo que estava a um raio de vinte quilômetros do centro da luz foi dizimado, todo ser vivo que ali estava foi reduzido a cinzas, e todas as casas, prédios e carros fora transformada em escombros, ou boa parte delas. Logo após a essa imensa catástrofe, todo o céu da cidade foi coberto por uma fumaça escura e pegajosa que era extremamente tóxica a quem respirasse. E quando tudo não poderia piorar mais, coisas começaram a emergir na escuridão, bestas dignas de serem do próprio inferno, por onde você andasse, encontraria pessoas mortas aos montes pelas ruas, estraçalhadas como se fossem papel, por onde você olhasse só veria a morte em forma de demônio, ou ela lhe encontraria. A fumaça negra e a loucura daquele dia quase esquecido pelos homens se espalhou pelo mundo, a doença liberada na grande destruição se disseminou como uma praga entre os sobreviventes, transformando eles em criaturas irracionais, que tinham e ainda tem como único objetivo matar qualquer ser humano que ainda esteja vivo. Outras cidades, países e continentes inteiros entraram em estado de sítio, a doença e o terror se propagou rapidamente, o pior era que ela se reproduzia rápido demais. Comida e água, são os dois pilares que mantêm uma pessoa ainda sã, e sem elas foi questão de tempo para que os povos dessas cidades entrassem em pânico, rebeliões foram feitas, a guerra por sustento cresceu nesses locais, muitos morreram. E assim o caos se estabeleceu na terra. “É o mal” os adoradores de D falam, “o mal ordenado pelo Divino caiu sobre nosso povo em Exitium, e dali ele começou a varrer todo o pecado deste planeta”, eles contam isso como se hoje o pecado ainda não estivesse entre nós. Eu particularmente não ligo para o que ocorreu naquele local, porque nem meu pai e nem o meu avô sabem com certeza o que realmente aconteceu, certamente essa história foi modificada várias e várias vezes, e a verdade já foi esquecida há muito. Só sei que hoje vivemos na maioria das vezes em paz, sobrevivemos do que criamos e plantamos, e quando estamos com sorte, também temos uma boa caça para jantarmos, e, para minha tristeza. . . somos rodeados por uma grande cerca murada feita de puro concreto, ela é o motivo de nós ainda estarmos vivos.