A CAVEIRA NA VITRINE

25 de fevereiro de 2024 (240225)

Enquanto nas estrelas, acontecia tudo isto, na órbita da Terra uma nave em forma de disco aproximava-se da barragem de naves sirianas que a protegiam.

Era a Vra-001; uma das naves auxiliares de Pru Atol 7752, que achou melhor deixar sua enorme Vranara em órbita de Marte, para não impressionar os sirianos.

Ele sabia muito bem aonde ir, mas antes deveria seguir o protocolo; primeiro entrou em contanto com os sirianos, e após identificar-se com uma senha fornecida por Huáscar, foi-lhe permitido entrar na atmosfera.

Depois deveria entrar em contato com Antártica, para dar notícias, como uma forma de cortesia.

Para tanto, o enorme disco pairou sobre o polo sul, e radiou uma senha fornecida por Valerión... Onde estaria Valerión...?

Após ser autorizado a pousar numa das bases próximas da cidade antártica, ele desceu, sendo recebido por funcionários maravilhados, que não sabiam que esta era a segunda vez que uma nave milkara pousava na Terra.

A primeira vez tinha sido a nave do seu antepassado Pru Atol Numero Um, há mais ou menos setenta milhões de anos no passado.

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–...E isso é tudo, senhor presidente Marcos. Neste momento há terrestres em uma estrela próxima, que vocês conhecem como Alfa do Centauro.

Marcos maravilhou-se de entender as palavras do ser de Milkar, graças a um aparelho de tradução semelhante a um fone de ouvido.

O gabinete de Marcos estava diferente de quando Alan o visitara anos atrás.

Agora Marcos estava mais relaxado, o mundo estava diferente, a radiação da terceira guerra mundial tinha desaparecido, graças aos sirianos, como Huáscar prometera, e agora estava inclinado a confiar nestes aliens.

–E o que você procura na Terra, capitão Pru?

–Procuro os restos mortais de meu antepassado, que visitou este mundo antes que sua raça existisse.

–Este planeta é muito grande – disse Marcos incrédulo.

–O Lorde do Espaço indicou onde devo procurar.

–E onde seria isso?

–Num lugar chamado San Petersburgo, num local de estudo.

–Esperemos que não tenha sido destruído pela guerra...

–Isso preocupa – disse Pru, puxando um disco – este disco pode localizar o disco perdido do meu antepassado. O Lorde do Espaço disse-me que os restos que procuro estão perto dele, ele os viu e me disse que ambos existem ainda.

–Isso deve ter sido antes da guerra, capitão. Hoje não tenho ideia de como deve estar essa cidade. Sabe como chegar?

–Sim, o Lorde do Espaço me deu um mapa da Terra.

–Você quer ajuda?

–Quero que me permita ir.

–Claro! Posso fornecer alguns auxiliares para que o acompanhem.

–Seria ótimo. Minha nave auxiliar deve ser incomum por aqui.

–Não creia, ultimamente tem havido muitas naves incomuns... Sirianos, marcianos, hiperbóreos...

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A Caveira na Vitrine.

O disco voador de Pru pousou nas imediações de um edifício enegrecido pelos incêndios, milagrosamente inteiro.

O milkaro, acompanhado por meia dúzia de soldados antárticos armados à guerra, ficou de pé na entrada, examinado a fachada do único edifício em pé do outrora belo campus da universidade de São Petersburgo.

Se os milkaros suspirassem, ele suspirou, se os milkaros se emocionassem, ele se emocionou.

Tantos milênios de busca estavam chegando ao fim.

Só faltava uma coisa; que o disco acusasse a presença do disco milenar.

Os soldados ficaram alerta, olhando os arredores; em silêncio respeitoso, já que sabiam de que se tratava essa missão fora do comum.

Pru ainda não tinha puxado o disco na sua armadura, estava propositadamente demorando o momento, talvez pensando nas instruções do Lorde do Espaço, talvez se lembrando do seu pai, que lhe entregara o disco de busca cinquenta e cinco anos terrestres atrás...

“–Sim, já sei o que é – dissera o Lorde do Espaço – vou lhe dar as coordenadas. Na minha juventude andei pela União Soviética, hoje Rússia; tive a rara oportunidade de visitar a Universidade de Leningrado, hoje San Petersburgo e alguém, muito curioso, me mostrou um crânio de um ser como você dentro de uma vitrine na sala de antropologia e paleontologia dos falecidos professores Ilya Andreievitch Davydov e Aleksei Petrovitch Satrov, no segundo andar. Se a terceira guerra mundial não destruiu a cidade, ainda deve estar por lá.”

Vários minutos depois, puxou o disco de busca...

–Capitão Pru – disse o sargento antártico – tem certeza que este é o local?

–Tenho – disse o alienígena com o disco brilhando na sua mão de finos dedos.

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Silenciosamente, Pru, escoltado por dois antárticos, um dos quais entendia o idioma russo, entrou no prédio, após os acompanhantes confirmar que era seguro.

O disco continuava brilhando.

–Esta é a sala – disse o antártico, abrindo a porta.

E lá estava ela, iluminada pelas lanternas dos soldados antárticos: a caveira de Pru Atol Numero Um, tal qual como fora deixada nos anos cinquenta.

Do seu lado, o milenar disco, brilhava como um sol.

Finalmente a procura tinha acabado.

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Continua em: RETORNO A ZHOROPAK

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O conto A CAVEIRA NA VITRINE - forma parte integrante da saga inédita Mundos Paralelos ® – Fase II - Volume V, Capítulo 42; páginas 81 a 83; e cujo inicio pode ser encontrado no Blog Sarracênico - Ficção Científica e Relacionados:

http://sarracena.blogspot.com.br/2009/09/mundos-paralelos-uma-epopeia.html

O volume 1 da saga pode ser comprado em:

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Gabriel Solís
Enviado por Gabriel Solís em 09/07/2017
Reeditado em 08/12/2019
Código do texto: T6049962
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