GUERREIROS DE PURANA

GUERREIROS DE PURANA

(Depois de KOVURO E ARUEN - última parte - já publicado)

20 de fevereiro de 2024 (240220)

INTERLÚDIO

O piloto confederado sentou nos controles com Kovuro do seu lado. Enquanto o arsenal continuava explodindo e alguns setores do palácio ardiam, o aparelho voador remontou-se ao céu noturno, no qual as estrelas apagavam-se com a aproximação do novo dia.

Na cidadela o terror continuava desatado, todos tinham medo uns dos outros, os cadáveres deixados pelo gigante de Purana apareciam por todos lados, aumentando o pânico geral.

–Será que ela morreu? – disse Tules.

–Talvez ela tivesse um plano de fuga – disse Ariadna com receio – mas eu espero não vê-la nunca mais!

–Você fez um massacre e tanto! – disse Yrnal, olhando pela tela visual.

–Fiz pouco ainda.

–Não quero ser seu inimigo, guerreiro.

–Não seja.

*******.

FIM DO INTERLÚDIO

A estada em Erspak foi curta o suficiente para que Huáscar e Alan se organizassem para partir para Sírio.

Foi sabido que em todo este tempo, a guerra civil siriana continuava, e que muitos combatentes humanos e marcianos tomavam parte contra os poderosos xawareks governados por Tupac.

Segundo os informes, os combates ainda estavam em andamento em Xawarek Amaru e no espaço imediato, o que incluía o segundo sol e seus planetas.

–Estou com vontade de ir a combater, Mestre Alan – disse Huáscar, na ponte da Amarna, reunido com Aldo, Inge, Shiram e Lilla Henna.

–Vou lhe acompanhar, pode ser que encontremos a Empreendimento.

–Eu vou voltar para Taônia, amigos – disse Aldo – já estivemos fora tempo demais. Meus filhos querem voltar a casa.

–Entendo – disse Shiram – Não está obrigado a buscar a tal espada.

–Engana-se. É uma questão de honra. Vou procurar a armadura e os braceletes em nosso sistema solar e depois partirei para Erfos.

–Do outro lado da galáxia, Aldo? – brilharam os olhos de Alan – talvez lhe acompanhe. Quando pretende partir?

–Assim que encontre os objetos. Sem eles é impossível tentar.

–Planeje Aldo e me espere. Não vou demorar, vou vencer essa guerra civil.

–Você não vai lutar Alan, você vai procurar sua tigresa.

–Sim.

–Desejo-lhe sorte.

Algo deveria atrasar os planos de todos.

De repente uma nave confederada saiu de dobra, era a Explor-008, do capitão G’Hekoo, proveniente de Zhoropak...

–Minha nave! – exclamou Shiram.

–Está chamando – disse a tigresa auxiliar.

–Na tela – disse Huáscar.

–Quem está no comando? – disse G’Hekoo.

–Aqui Huáscar Linx de Amaru Xel, no comando.

*******.

Os passageiros.

–... E isso é tudo, capitão Shiram – disse o reptiliano, pouco à vontade a bordo da Amarna, perante Huáscar, Shiram, Lilla Henna, Alan, Inge e Aldo – meu pessoal resgatou uma nave auxiliar da Explor-002, com cinco seres a bordo; um piloto confederado chamado Yrnal Markoo e quatro nativos, três fêmeas e um macho.

–Esse piloto violou nossas diretrizes – disse Shiram.

–Sei disso, capitão, mas há algo muito mais grave acontecendo em Zhoropak; o capitão da Explor-002 cometeu violações piores: vendeu armas de plasma aos nativos, em troca de mutara.

–E como você sabe disso?

–O piloto confessou, e uma fêmea nativa confirmou a venda das armas a uma fêmea governante local chamada Mama Dotir Apak. E há coisas piores, capitão Shiram; há um dominion vendendo escravos na cidade de Marka, e suspeito que esteja vendendo a droga mutara em quantidade para essa mesma fêmea governante local.

–Isso é muito sério – disse Shiram.

–Foi por isso que colocamos um espião na superfície. Ele nos informou sobre as armas modernas de nossa fabricação aparecendo num mercado deles e também do parasita dominion escondido entre os nativos e traficando escravos e talvez drogas, mas antes que desembarcássemos um grupo discreto para capturar e matar o parasita dominion, os alakranos nos atacaram, e o resto você já sabe.

–E como foi que o piloto da nave auxiliar recolheu esses nativos?

–Foi forçado por um humano, um guerreiro gigante que o ameaçou de morte e fez um estrago lá embaixo, matou, queimou e destruiu o depósito de armas. Depois resgatou as três fêmeas humanas, uma delas drogada com mutara. Já está na enfermaria, sendo tratada, vai ficar boa.

–E onde está a Explor-002? – perguntou Inge – não havia nada em órbita por ocasião da nossa visita em 210215.

–Escondida numa das luas, segundo o piloto. Quando ele foi obrigado a decolar a nave auxiliar, o capitão e alguns oficiais ficaram no solo, numa fortaleza pertencente à fêmea governante. A tripulação principal aguardou muito tempo lá na lua e talvez recém agora saibam do que aconteceu.

–Quero falar com esse piloto... Yrnal Markoo.

–Vou mandar trazê-lo – disse G’Hekoo, abrindo o comunicador.

–Melhor, não – disse Shiram – eu vou a bordo.

–Como queira.

–Eu vou lhe acompanhar, Shiram – disse Aldo – estou curioso. Venham ao hangar; vamos à minha patrulheira.

Lilla Henna disse:

–Vamos ficar marido. Estes humanos nativos podem se assustar conosco.

–Talvez – disse Huáscar – mas G’Hekoo deve ser mais assustador para os humanos do que nós.

–Acredito.

–Eles já me viram e se assustaram – disse G’Hekoo – mas agora confiam em mim, depois que o médico humano conversou com eles.

Aldo, G’Hekoo, Alan e Inge embarcaram na patrulheira sem suspeitar que logo encontrariam dois seres conhecidos a bordo do Explor-008... Kovuro E’rskul e Aruen A’nex, dois guerreiros de Purana, região de Zhoropak...

*******.

Os Guerreiros de Purana

–Que lugar ser este? Onde mim estar?

–Calma guerreira! Calma!– disse o médico humano confederado – você está se recuperando da mutara!

Aruen A’nex, a guerreira puraniana acordara na enfermaria da Explor-008, a nave do capitão G’Hekoo. A fantástica ciência médica confederada devolveu sua saúde em poucos dias, mas ainda assim, apenas reconheceu a menina Tules Dotir Reggihag e a mulher do harém que ajudara a resgatá-la; Ariadna Dotir Kassar.

Foi providencial, já que as duas a tranquilizaram, explicando a situação.

Não assim o guerreiro Kovuro E’rskul, do qual ela mal se lembrava, já que quando o conheceu estava sob o efeito da mutara, a maldita droga alienígena que dava poder à tirana de Marka, uma droga que depois os confederados souberam que era originária de um mundo longínquo; o planeta Haduk Prime, da estrela Alschaim, a estrela Beta da constelação da Águia.

O suposto mundo de origem da raça parasita dominion.

–Mim querer ver Aruen!

–Calma; guerreiro! – disse o auxiliar do médico de bordo – ela está bem!

–Mim querer falar com Aruen.

O médico que ouviu o enorme guerreiro gritar no corredor com seu auxiliar, disse, para evitar maiores danos:

–O deixe entrar, auxiliar, antes que ele quebre alguma coisa.

Kovuro entrou na enfermaria e se deparou com Aruen mais bonita, embora enfraquecida pelas semanas que passou drogada. Tules e Ariadna estavam com ela.

–Aruen! Como você está? – disse Kovuro em sua língua.

–Quem é você?

–Sou quem resgatou você da Mama.

–Sim... Agora lembro vagamente... Você matou um monte de gente na fortaleza, lembro que voamos pelo céu...

– Onde estamos? Isto não é Purana!

–Íamos para Purana, mas o estranho do céu, disse que você podia ser curada da mutara com os amigos dele... – interveio Ariadna.

–Mas... Que lugar é este?

–Estamos numa fortaleza no meio do céu – disse Tules – Há muitos seres estranhos aqui, mas são amigos.

–Eles curaram você da mutara – disse Ariadna.

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O capitão G’Hekoo apresentou o piloto Yrnal Markoo a Shiram e os terrestres.

–Vocês violaram nossas diretrizes – disse o capitão confederado, por primeira vez na sua antiga nave, antes de ser capturado pelos alakranos.

–Eu só cumpro ordens – disse o piloto.

–Onde está seu capitão? Aliás, onde está sua nave?

–A Explor-002 está em órbita à uma lua de Zhoropak. Eu pretendia levar os nativos a bordo, uma mulher nativa estava viciada em mutara e a convenci que nosso médico podia curá-la, já que em Purana não poderiam.

–Entendo, apesar de que isso também é violação das nossas diretrizes.

–Mas esta nave me interceptou antes, senhor.

–Quero ver os nativos – interveio Inge.

–Devem estar todos na enfermaria – disse o capitão G’Hekoo – o médico deve ter examinado todos eles, para evitar qualquer contaminação a bordo.

–Excelente – disse a terrestre – vamos lá?

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Encontro.

–Kovuro E’rskul, guerreiro de Purana...! Você aqui?

Inge reconheceu logo o gigante loiro.

–Dama Ingeborg de Taônia!

Kovuro sentiu-se bem melhor após suas recentes experiências ao encontrar alguém conhecido entre os estranhos do céu.

Alan reconheceu a paciente na enfermaria, onde todos estavam reunidos:

–Aruen A’nex, guerreira de Purana! O que ela tem?

–Está se recuperando rapidamente – disse o médico confederado – ela estava viciada em mutara.

–Mutara?

–Uma droga disseminada na região de Marka, em Zhoropak – interveio o capitão G’Hekoo – tudo culpa de um dominion escondido entre os nativos.

Kovuro interveio:

–Valdher Xon Zyszhak, ser traficante escravos. Drogar Aruen para vender.

–Como foi? – perguntou Alan, interessado ao saber do dominion.

Kovuro contou em limitada língua raniana os eventos anteriores, sua chegada a Marka com Tules Dotir Reggihag, sua captura pelos lacaios de Mama Dotir Apak, sua fuga, sua luta no palácio da fortaleza, o resgate de Aruen e Ariadna e por fim a fuga do planeta com o piloto confederado Yrnal Markoo.

–Devemos voltar a Zhoropak e matar o maldito dominion – disse G’Hekoo.

–Estou de acordo – disse Alan.

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Continua em: A CAVEIRA NA VITRINE

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O conto GUERREIROS DE PURANA - forma parte integrante da saga inédita Mundos Paralelos ® – Fase II - Volume V, Capítulo 42; páginas 78 a 81; e cujo inicio pode ser encontrado no Blog Sarracênico - Ficção Científica e Relacionados:

http://sarracena.blogspot.com.br/2009/09/mundos-paralelos-uma-epopeia.html

O volume 1 da saga pode ser comprado em:

clubedeautores.com.br/book/127206--Mundos_Paralelos_volume_1

Gabriel Solís
Enviado por Gabriel Solís em 02/07/2017
Reeditado em 11/09/2019
Código do texto: T6043743
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