SÍRIO DO CÃO MAIOR
Depois de ZHOROPAK (já publicado)
18 de janeiro de 2021 (210118)
Foi a bordo da Amarna, na órbita de Sírio-6, ou Amaru Xel, como seus habitantes o chamavam, que nasceu o filho de Iara e Alan.
Assistida pela doutora Gates Henna; deu à luz branca de Sírio, um robusto menino de cabelos pretos. Huáscar foi conhecer o filho do seu amigo. O segurou delicadamente entre suas garras peludas, esboçando um sorriso por entre seus dentes afiados.
–Bonito exemplar de humano! – grunhiu – Qual será seu nome, Iara?
–Ainda não sei. Não pensamos nisso, com tudo o que tem acontecido.
–Gostaria de escolher um nome xeliano. Você escolhe um nome humano.
–Dois nomes? Sim, é uma boa ideia.
–Outra coisa, Iara; acabo de enviar para a Terra uma frota de cinco naves de descontaminação com alguns boralianos da minha tripulação para orientá-los, como tínhamos combinado com o líder Marcos.
–Que bom! É uma ótima notícia.
–Não tudo é bom, Iara. Há uma frota de Amaru Xel prestes a atacar Xawarek Amaru para depor o líder Tupac.
–Uma guerra civil?
–Sim, e será demorada.
–Oh...! O que faremos?
–Não podemos perder tempo participando, Iara. Assim que organizar minha frota; temos que retornar a Erspak, que pode estar sendo atacado pelos confederados.
–Sim. Alan precisa conhecer seu filho.
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25 de janeiro de 2021 (210125)
Os preparativos em Xel, demoraram alguns dias xelianos de 56 horas padrão.
Oito enormes astro-encouraçados em forma de raia, de mais de mil metros de comprimento, juntaram-se à Amarna, na órbita de Xel, enquanto várias centenas de astro-caças, subiam desde o planeta para entrar nos enormes hangares das naves.
Mais de 15.000 tigres tomariam parte da caçada. A Amarna iria na frente, como nave capitânia. Iara estava maravilhada, assim como os tripulantes não sirianos da Amarna.
–Não duvido que impressionaremos os confederados, Huáscar.
–Talvez mandem uma frota maior do que a nossa, Iara, mas nós estamos motivados. Todos meus camaradas são guerreiros livres, detestam tanto os confederados como o tirano Tupac, de Xawarek Amaru.
–Você está feliz, Huáscar?
–Entre meus irmãos estou feliz.
–Já estamos de partida?
–Sim, mas antes deveremos dar um nome para seu filho. Conforme nossas crenças, o nome do novo ser será o talismã da nossa caçada.
–Você é o melhor amigo de Alan. Escolha você.
Se os tigres se emocionam, Huáscar estava emocionado. Iara o percebeu, embora alguém dissesse que isso era coisa impossível de ser percebida por uma mulher ou um homem terrestre.
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27 de janeiro de 2021 (210126)
O filho do guerreiro.
A bordo do majestoso Quetzalek; astro-encouraçado insígnia do Almirante Atharlak Chavim, Baharnum de Amaru Xel; quase uma cidade estelar orbitando o planeta Amaru Xel, Sírio-6 para os terrestres; rodeado das naves de batalha da frota xeliana; o estado maior xeliano está reunido no hangar principal, junto com a oficialidade da Amarna, composta de tigres e humanos de Boral e Taônia.
Todos aguardam a ordem de partida para a batalha, mas antes precisam testemunhar uma cerimônia previa; o batizado do pequeno humano nascido em Sírio.
Acompanhado de Iara; Huáscar, com a sua armadura de guerreiro, apresentou-se com o bebê nos braços:
–Guerreiros! Vamos empreender uma caçada gloriosa contra a Suprema Confederação! Depois voltaremos para apoiar os rebeldes contra o tirano Tupac, se os deuses permitirem! E vão permitir!
Um coro de rugidos elevou-se no hangar. Logo Huáscar acrescentou:
–Agora, guerreiros; vou dar um nome a este pequeno ser nascido em nosso mundo; ele será o talismã que nos levará à vitória gloriosa!
Após novos rugidos, um sumo sacerdote de uma antiga religião guerreira, aproximou-se e pegou o menino entre suas garras, agora o silêncio era absoluto:
–Guerreiro Mestre de Clã, Capitão Estelar Huáscar Linx, Baharnum de Amaru Xel, aceita este filhote humano recém-nascido em nosso mundo como filhote adotivo?
–Aceito, Mestre da Fé.
–Que nome escolheu para ele?
–Alan Linx-El, Baharnum de Amaru Xel, filho de Alan e neto de Martin.
O sacerdote apresentou o menino à luz branca de Sírio, que entrava pela enorme janela do hangar, recitando antigas orações em um idioma milenar:
–Alan Linx-El, Baharnum de Amaru Xel; Filho de Alan e neto de Martin; seja corajoso em combate, protegido dos deuses de Amaru Xel e Xawarek Amaru!
Dito isto o sacerdote devolveu o menino a Huáscar, dizendo:
–Mestre de clã Huáscar Linx Baharnum de Amaru Xel, você está unido com seu filhote adotivo e sua mãe. Proteja a família até a morte gloriosa!
–Assim será, Mestre da Fé!
Após rugidos dos tigres e aplausos dos humanos, Huáscar disse:
–Todos às naves! Vamos caçar!
–Vamos caçar...! – foi a resposta de todos.
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30 de janeiro de 2021 (210130)
O retorno da Amarna a Erspak, na frente da frota siriana foi rápido, menos de uma semana no subespaço.
Foi nessa viagem que Lin Sad, a jovem boraliana, antes garçonete de Tíber, esposa do piloto Antar; atendida pela doutora siriana Gates Henna, deu à luz, seu bebê. A tigresa anunciou no corredor, onde esperava Antar, o pai:
–Uma fêmea humana saudável! Parabéns guerreiro Antar de Boral! Teve uma filha, você agora é um mestre de clã! Isso é bom, uma fêmea nascida a bordo no subespaço deve dar bons augúrios para nossa caçada!
–Ela vai se chamar Sadie Hol das Estrelas! – disse Antar.
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31 de janeiro de 2021 (210131)
Os tigres se encontraram com centenas de poderosas belonaves confederadas com o átomo desencadeado nos seus paióis rondando em torno de dois milhões de quilômetros do espaço imediato ao planeta Erspak.
Sem atrever-se ainda a atacar, os confederados esperavam os informes do espião infiltrado poucos dias antes. E os informes chegaram.
O espião informou que os sobreviventes das naves abatidas estavam sendo mantidos em Menfis como reféns. Soldados são soldados, não monstros, não atacariam a superfície a menos que conseguissem a liberação dos camaradas. Ainda mais que sabiam, de acordo com o espião, que estavam sendo bem tratados.
As semanas seguintes foram agitadas.
Com breves escaramuças os antárticos sangravam a frota confederada.
Lorde Markus, no comando da força expedicionária, informou que não retiraria seus efetivos em órbita sem previa liberação dos seus soldados prisioneiros no planeta, incluídos o capitão Q’rq e seu segundo L’rko.
Haviam chegado num impasse.
Não havia garantias que após a liberação dos reféns a frota suspenderia as hostilidades.
–Não os soltaremos até não saber o que aconteceu com Alan e Aldo – disse Inge, comunicando-se nave a nave com Huáscar.
–Ainda não voltaram de Zhoropak?
–Não.
–Vá buscá-los, Dama Inge – disse o tigre – com Lilla Henna no comando da Hércules você consegue. Eu me entendo com os confederados.
–Muito bem. Huáscar. Agradeço. Iara pode vir, também.
–Ela ainda não pode. Acaba de ter uma cria a bordo.
–Ah... Sim... Claro...! Parabéns para ela...! Está tudo bem?
–Sim, Dama Inge, ela está bem. Vá para sua caçada!
A Hércules partiu para Zhoropak em impulso máximo e em menos de uma hora entrou em órbita. Inge e Boris, acompanhados por Lobsang e Regina, abordaram uma patrulheira, escoltados por Kowalsky no seu caça e desceram até uma altura em que seus sensores pudessem detectar alguma coisa.
Logo perceberam os destroços da patrulheira de Aldo, na cima de um planalto sobre uma montanha baixa. Ao redor havia alguns nativos vasculhando os restos, que logo fugiram espantados com o pouso barulhento das naves terrestres.
–Lilla Henna! Está monitorando? – disse Inge, colocando óculos polarizados.
–Sim, Dama Inge. Vá em frente.
Um arrepio percorreu a espinha dos terrestres. Nunca tinham visto uma patrulheira semidestruída. Inge, Boris e Kowalsky desceram das naves e foram até os restos. Ela foi a primeira a entrar.
–As armaduras não estão, o controle de emergência do reator está abaixado e a antimatéria está desligada.
–Tiveram tempo de evitar a reação em cadeia – disse Kowalsky.
–Estão vivos, disse Lobsang – mas não estão aqui.
–Onde, então? – disse Kowalsky.
Antes de Lobsang responder, um enorme guerreiro loiro, atlético, de torso desnudo, mas com uma capa marrom nas costas, aproximou-se montado numa blenfa, sem demonstrar medo, com uma pavorosa espada na cintura e um enorme machado de guerra na sela do animal. Passeou a vista em todos e disse:
–Salve forasteiros! Mim Kovuro E'rskul de Purana! Quem vocês?
Inge estranhou o idioma raniano rústico, mas seguiu o protocolo:
–Salve, guerreiro Kovuro E'rskul de Purana! Sou Dama Ingeborg de Taônia, e estes são meus amigos. Sabe o que aconteceu aqui?
–Nave voadora queimar, dois seres mágicos voar longe com trovões nas mãos.
–Sabe onde foram, guerreiro Kovuro E'rskul de Purana?
–Capturados. Olhos pretos iguais olhos vocês, Dama Ingeborg de Taônia.
–Alakranos?
–Muitos Alakros. Vocês Alakros?
–Não somos alakranos, somos inimigos deles. Onde estão as naves voadoras?
–Naves partir céu.
Inge mordeu os lábios. Mas se recompôs e disse:
–Muito obrigado, guerreiro Kovuro E'rskul de Purana.
–Deuses bons você, Dama Ingeborg de Taônia.
Kovuro saudou, cortesmente os visitantes do céu com a mão direita em alto e retirou-se montado na sua veloz blenfa, em direção norte, com seu cabelo loiro ao vento, enquanto seus azuis olhos escrutavam o horizonte à frente.
Dirigia-se para a cidade amuralhada de Marka, em cujo porto de mar pretendia embarcar-se em busca de aventuras e riqueza.
Não sabia ele o que lhe esperava na cidade maldita.
O guerreiro nativo ainda não se perdia no horizonte quando Lobsang Dondup, até agora afastado do grupo, disse, como em transe:
–Vejo um escorpião.
–Um escorpião? – disse Regina, sempre atenta às visões do jovem tibetano.
–Vejo um sol vermelho... Vejo um sol branco junto ao sol vermelho... Eles... Eles estão indo para lá numa nave negra... Uma nave escura...
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A fronteira de Alakros.
–Antares – disse Konstantin Diakonov pelo sistema – Antares Escorpião!
Inge elevou seus belos olhos azuis ao céu crepuscular.
Os dois sóis; amarelo e laranja, já tinham se ocultado sob o horizonte e do lado oposto, a Próxima; vermelha e triste; emergia do lado oposto sem conseguir ocultar o belo espetáculo de estrelas que começavam a aparecer no céu negro.
Logo girou seu olhar à direita e lá estava Antares, vermelha e sinistra. Regina, junto da sua amiga, pegou sua mão em silêncio.
Inge parecia uma estatua de carne.
A estrela vermelha refletia-se nos olhos e na lágrima que rolou pela bela face da mulher terrestre. Os outros permaneciam em silêncio, respeitosos. Apenas ouvia-se o murmúrio abafado dos exaustores das naves.
–Antares... Fronteira de Alakros – disse.
E seus olhos azuis agora estavam vermelhos, Antares estava neles.
O momento foi interrompido pelo radio:
–Uma nave confederada acaba de partir de uma das luas – disse Lilla Henna.
–Entendido – disse Boris – Estamos subindo, preparar para partir.
–Prontos para zarpar assim que chegarem.
–De acordo – disse Boris – vamos ver para onde eles vão.
–Para Erspak, segundo os sensores, comandante – disse a tigresa. *******.
–O capitão Shiram foi capturado em batalha pelos alakranos em órbita de Zhoropak, Almirante – disse G’Hekoo, um ser reptiliano de Kruger 60-A; segundo de bordo da nave confederada considerada perdida, que acabava de juntar-se à frota.
–E uma nave com linhas xawareks que orbitava o planeta, veio atrás de nós, almirante – acrescentou o segundo comandante confederado – consertamos a nave numa das luas e viemos para cá.
O Almirante, Lorde Markus, ficou preocupado, não esperava essa notícia. E a nave perdida aparecera sem seu capitão.
–Então Alakros está de olho neste sistema. Devem estar apoiando os xawareks.
–Não posso confirmar isso – disse o seu interlocutor – mas entrei em contato com essa nave e há uma fêmea xawarek no comando da tripulação de humanos, xawareks e gopakis. Ela afirma ser segunda em comando e estavam em Zhoropak à procura de dois capitães humanos, que disse terem sido capturados pelos alakranos. E deve ser verdade, já que as naves que nos atacaram partiram para Shaula. Acredito que o capitão Shiram estava a bordo.
–Tupac pode estar planejando nos atacar, comandante. Erspak está ocupado e há uma frota xawarek em volta dele. Você sabia disso?
–Não sabia, Lorde Markus. O capitão Shiram tinha nos ordenado procurar e identificar em Zhoropak uma nave civil nossa que pousou sem autorização violando nossa diretriz de não interferir nem comerciar com povos atrasados.
–Isso é muito sério, comandante G’Hekoo!
–Por isso colocamos um espião na superfície, que nos informou sobre armas modernas de nossa fabricação aparecendo num mercado deles e também de um parasita dominion escondido entre os nativos e traficando escravos... Mas antes que pudéssemos desembarcar um grupo discreto para capturar e matar o parasita, os alakranos nos atacaram.
–Ah... Então foi assim que ocorreu? Sabemos há tempos que há alguns parasitas dominions em Xawarek Amaru, fora do nosso alcance, que devem estar dominando Tupac, esse idiota.
–Sim, almirante. Mas precisamos mais informação. Mas não acho que os alakranos estejam por trás dele, como todos pensam.
–Sim. Pode ser, comandante. Aguardemos. Temos um espião trabalhando lá embaixo, precisamos saber o que acontece. Fique por aqui, no comando da sua nave.
–Muito bem, almirante. Mas penso que os xawareks são o menor de nossos problemas – disse G’Hekoo – como eu já disse, a fêmea xawarek afirma que os alakranos capturaram dois capitães humanos deles e os levaram embora. E com certeza meu capitão Shiram também foi levado por eles para Shaula.
–Já que falou com eles, devem ter lhe dito o que pretendem com a ocupação.
–Disseram almirante. Querem devolver os reféns e fazer a paz conosco.
–E Erspak como fica?
–Eles não querem ocupar o planeta, só querem comerciar com ele. Dizem que as hostilidades foram começadas por Q’rq e L’rko, que recusaram parlamentar e atiraram primeiro.
–Conhecendo Q’rq, esse exaltado, até acredito.
–Sim, almirante talvez as coisas não sejam como aparentam.
–Interessante – disse o Almirante, Lorde Markus – preciso pensar sobre isso, talvez consigamos evitar uma guerra aberta com esses xawareks. *******.
28 de fevereiro de 2021 (210228)
–Me admira que não ataquem abertamente – disse o Doutor Valerión.
–Estão com medo de Alakros – disse Huáscar – além disso, lá embaixo há reféns confederados em mãos dos nativos, como sabe.
Huáscar e Valerión conversavam nave a nave em órbita a Erspak.
–E Alakros está com medo da Suprema Confederação – interveio Iara, desde sua cabine particular no nível residencial da Amarna, que ela e Alan compartilhavam com Lin e Antar desde a partida de Vênus e agora com seus bebês.
–Imagino como deve estar Tupac – disse Huáscar – deve tremer de medo no seu palácio, com receio de ser abandonado por Alakros se a Suprema Confederação atacar.
–É possível tal coisa? – perguntou o Doutor Valerión.
–Não haverá tal ataque, doutor. Eles têm medo um de outro, ainda mais que nesta hora há uma guerra civil por lá. A frota de Xel deve cercar o planeta.
–E você, Huáscar? Acha que os xelianos vão ganhar?
–Sim, Iara. Vão derrotar Tupac, que o povo odeia, vão executá-lo junto com os malditos agitadores parasitas dominions que infestam o planeta.
–Ainda estão lá essas pragas? – disse Valerión indignado.
–Há muito tempo. Escondidos das garras da Suprema Confederação por Tupac, lacaio deles. Instigaram-no a hostilizar os confederados, para provocar uma guerra entre Alakros e a Confederação. Os dominions são uma das raças mais letais da galáxia, são cruéis, aproveitadores, sorrateiros, mentirosos, intrigantes, calculistas, sedentos de poder e conseguem se enquistar nos mundos onde chegam, sempre se dizendo perseguidos, para enganar povos inocentes.
–Sim, já conheço a história deles, que encontrei por acaso há tempos, mas também sei que são covardes. Tupac é aliado de Alakros?
–Em termos doutor, não se metem muito. Apenas o apoiam logisticamente.
–Alan disse que os dominions são criaturas a serem mortas assim que percebidas dentro do território da Suprema Confederação – interveio Iara.
–Por isso dependem de Tupac, para que a Confederação não os cace.
–Os confederados sabem que há dominions em Xawarek Amaru?
–Sim doutor – disse Huáscar – por isso não se dão com Tupac.
–E você disse que há uma guerra civil por lá?
–Sim, doutor. Nós, xelianos, esperamos libertar Xawarek Amaru da tirania de Tupac e seus mestres dominions.
–Precisamos urgentemente tentar de novo parlamentar com os confederados, capitão Huáscar. Havia uma nave confederada numa das luas de Zhoropak, que perseguimos até aqui, até que se uniu à frota, mas conseguimos falar com eles e espero que eles se convençam que temos um inimigo comum.
–Alakros, doutor. Pode ser que os confederados entrem em razão. Uma batalha de palavras também pode ser gloriosa.
–Mas temos outro problema. Alan e Aldo foram sequestrados pelos alakranos e levados embora para Shaula, uma estrela a 176 parsecs daqui. Lilla Henna e alguns engenheiros xelianos estão modificando a Hércules para atingir dobra oito.
–Sim, fui eu que ordenei. A Hércules tem condições de atingir dobra oito. Uma nave bem construída. Tive oportunidade de examiná-la em Rhea. Vamos para Shaula assim que as modificações forem concluídas.
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10 de março de 2021 (210310)
Vira Yupank Baharnum de Amaru Xel, era um dos melhores engenheiros de dobra da Amarna. Huáscar ordenou-lhe assumir a engenharia da Hércules na próxima empreitada, onde experimentariam dobra oito, para se igualar à Amarna.
Enquanto esquentavam os motores, Valerión e Inge, comunicavam-se nave a nave com Huáscar e Iara.
–Quanto se demora em chegar a Shaula, capitão Huáscar? – perguntou Inge.
–Segundo meus cálculos 204 dias padrão da Terra em dobra oito.
–Sete meses...? – exclamou Iara, derramando uma lágrima, ainda mais sensibilizada pelo parto recente.
Huáscar baixou as orelhas e passou seu enorme braço por sobre os ombros da mulher com gesto protetor.
Na frente da tela, Valerión e Inge, sensibilizados, advertiram o elo emocional entre a mulher terrestre e o siriano.
Um elo de amor platônico.
–Não chore; querida – disse Huáscar – nós o encontraremos. Eu lhe prometo.
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Continua em: A FENDA ESPACIAL.
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O conto SÍRIO DO CÃO MAIOR - forma parte integrante da saga inédita Mundos Paralelos ® – Fase II - Volume V, Capítulo 37; páginas 006 a 012; e cujo inicio pode ser encontrado no Blog Sarracênico - Ficção Científica e Relacionados:
http://sarracena.blogspot.com.br/2009/09/mundos-paralelos-uma-epopeia.html
O volume 1 da saga pode ser comprado em:
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