Odisseia da Discórdia. - A Caça
O texto que se segue foi retirado do livro que venho trabalhando com outro escritor, aqui do Recanto (Scadelli).
Por favor comentem, opiniões e críticas são sempre bem vindas.
Obs: Desculpe pelos erros e, espero que tenham umaboa leitura !
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A Caça
O Caçador saltou entre as várias tendas da grande aldeia. Não demorou para que alguns nativos aparecessem curiosos. Apesar do tamanho, a vila estava com poucos moradores. A maioria fugiu após o caos que tomara o planeta primitivo. Os nativos ficaram a uma distância segura do invasor, o encarando surpresos. Enquanto ele procurava alguma coisa dentro da suas roupas, entre seu arsenal e olhava para os lados freneticamente, preocupado com a aproximação do inimigo.
- O que foi que vocês estão olhando? - Disse achando graça.
Sacou duas armas grandes, deixando-as no chão e, sacando uma terceira, se abaixou e começou a desmonta-las. Os primatas se falavam num dialeto incompreensível.
- Espero que vocês não estejam falando sobre minhas roupas rasgadas. Isso me deixaria muito triste. - Disse focado nas armas à seu pé.
Guardou um pente de energia de uma delas. Separou um propulsor de raios e um catalizador de plasma e encaixou os dois, o melhor possível, sobre um esqueleto de dupla empunhadura.
- Alguém aí tem um condensador de fusão fácil? - Perguntou procurando entre suas vestes.
Seu inimigo apareceu no mesmo instante. Era um Martelo, o ser mais temido da galáxia. Quando seus olhares se cruzaram ele investiu contra o Caçador sem hesitar.
Em sua mão direita empunhava a arma divina. O martelo dos engenheiros. A arma estava na sua forma básica, seu cabo era curto e grosso, do pomo à cabeça era cheio de detalhes que nem o melhor ferreiro conseguiria recriar. O olho da arma se destacava. Era grande e emitia uma luz dourada, principalmente a borda, o centro era denso, um dourado escuro pulsante. A cada pulsação uma onda de luz corria pelas quatro linhas que saiam das diagonais do olho. Duas delas desciam até o pomo, o iluminando. As outras duas subiam para a cabeça do martelo formando desenhos simétricos na superfície lisa e cizenta do metal. Todo o corpo do usuário da arma, era envolvido por uma armadura escamada do mesmo metal e a mesma luz dourada também emanava de seus olhos.
No segundo passo do soldado o Caçador se levantou segurando, desajeitadamente sua arma ainda incompleta. Assobiou chamando a atenção de um primata que encarava o recém chegado.
- Segura aí parceiro! - Disse atirando amigavelmente uma granada de plasma para ele. Acenou com a aba do chapéu sorrindo e correu na direção oposta, encaixando a peça que faltava na arma.
O nativo segurava a granada próxima do rosto. Estava encantado com seu brilho azulado e com as pequenas luzes que iam se apagando uma a uma a cada segundo, vários outros se juntaram ao seu redor, estavam fascinados pela beleza do objeto.
O Caçador corria sem perder seu oponente de vista. Parou quando percebeu o momento exato do conflito interno do Martelo, que continuava avançando contra o ele até que seus olhos falharam por uma fração de segundo, e depois de um breve momento imóvel ele se virou e foi em direção a granada.
Enquanto o Martelo corria ficou completamente de costas para o Caçador. Ele tomava mira ao passo que contava mentalmente o tempo que faltava para explosão. Quando restava dois segundos apertou o gatilho, mas nada aconteceu. A arma improvisada parecia prestes a explodir em sua mão, mesmo assim deu um murro no pequeno condensador de fusão, que parecia estar em curto, tentou novamente. Dessa vez o tiro saiu. Atingiu seu alvo um milésimo antes da detonação.
O Martelo voou pelo ar junto com os restos dos nativos inocentes. Estava muito debilitado quando atingiu o chão. Não entendia oque acabou de acontecer, sua armadura era capaz de suportar muito dano. Mais cedo, o próprio Caçador provara isso, usou todo tipo de arma de fogo e explosivos contra ele e nada teve efeito, até mesmo sua espada branca não foi capaz de superar a armadura. Quando tentou se levantar notou que sua arma estava diferente.
O ultimo tiro não foi contra o usuário. Seu inimigo mirou na fonte de seu poder, sua arma. O disparo acertou em cheio olho do martelo, danificando-o, diminuindo a eficiência da armadura.
A arma de fogo se despedaçou na mão do Caçador. Satisfeito, voltou a sacar sua espada longa e investiu contra seu inimigo aproveitando a oportunidade.