PIRATAS II - NÁUFRAGOS!

Náufragos!

Io é uma das quatro luas descobertas por Galileu em 1610.

Sua distância de Júpiter é de 421.600 km.

É menor do que Ganímedes.

Tem em torno de 3.200km de diâmetro e sua magnitude aparente na oposição é de 4,8. Uma lua excepcional que possui grande número de vulcões que lançam gases a uma atmosfera mais rarefeita do que a de Marte e é castigada por freqüentes terremotos.

É montanhosa como toda lua com pouca atmosfera e pouca gravitação, e por isso mesmo, árida, com desertos de areia fina sobre fundo rochoso.

Foi num desses locais; perto de uma muralha de rocha; que a Hércules, presa pelos caças; caiu. No último momento a uns metros do solo as garras magnéticas desprenderam-se e a nave caiu com lentidão.

Ficou meio inclinada na areia.

Os caças pousaram e em seguida todos desembarcaram.

Mais uma vez, os antárticos chegaram a um mundo novo e desconhecido.

Apesar dos problemas e da situação desesperada, sentiram-se emocionados. Aldo aproximou-se de Boris, que desembarcava com Regina e Inge.

–Vocês estão bem?

–Quase – respondeu Boris – não fomos felizes desta vez.

–Vamos recuperar a nave, amigos. Isto não vai nos deter.

–Antes de começar o conserto – disse Boris, sombrio – quero enterrar nosso camarada Basil Muslimov e render-lhe a homenagem que merece.

*******.

Funeral Súrdico.

Os antárticos acreditavam nos deuses nórdicos.

Sua religião ainda se praticava secretamente no norte da Terra, em Escandinávia e Islândia.

E agora no século XXI, praticava-se no sul da Terra.

Os antárticos eram súrdicos.

Nas tradições; nórdica e súrdica; deve-se lutar sempre para vencer, mas se formos derrotados, se morrermos com a espada na mão; virá nossa Walkíria, a mais bela de todas; porque é a nossa, para conduzir-nos carinhosamente no seu cavalo alado às portas do Walhalla em Asgard.

Entraremos com ela segurando nossa mão e nos entregará uma taça da nossa bebida predileta. Comeremos carne de javali, fresca e saborosa, beberemos hidromel e contaremos as memórias das nossas batalhas aos grandes heróis do passado que ali encontraremos; Siegfried, Heracles, Aquiles, Rei Leônidas, Rei Arthur, Rolando, e outros Grandes Avatares mais recentes...

Teremos muitos solstícios, mas o tempo não passará mais para nós...

*******.

Quando um antártico morria em combate era amortalhado no traje e disparado pelo lança-torpedo rumo ao Sol. Longe do Sol; iria num salva-vidas e seria abatido com um torpedo para que o fogo o conduzisse aos deuses.

Basil morrera em combate longe do Sol, mas a própria nave estava ferida e não podia realizar a cerimônia. Mas existia um ritual de solo.

Não era espetacular como o do fogo, mas era honroso e os deuses receberiam o guerreiro com carinho.

A cerimônia foi realizada e o corpo de Basil Muslimov, o Russo Alegre, descansou num túmulo de pedras, amortalhado com seu traje, como era costume no espaço. Suas armas e pertences foram empacotados e

enterrados com ele, para os arqueólogos do futuro, inclusive sua balalaica.

–Para que toques música aos deuses – disse Regina entre lágrimas.

–Sempre lembraremos de ti e da tua música – disse a Reverenda Sacerdotisa Inge, que realizara o ritual de passagem, invocando a Walkíria mais bonita de Asgard; a Walkíria da pele mais branca, das tranças mais douradas, dos olhos mais azuis e dos lábios mais doces; para que conduzisse pela mão até as portas do Walhalla o Herói que morreu em batalha salvando seus camaradas.

Com os rituais de praxe, Inge preparou o corpo com carinho; ajudada pelas outras mulheres, já que tinha o braço entalado.

Empacotou os pertences e enfeitou o túmulo que os homens cavaram com laser; ao tempo em que pronunciava as palavras pertinentes à ocasião.

Inge tinha certeza de que Basil; após ser amortalhado pelas mãos amorosas de três mulheres; agora cavalgava direto ao Walhalla.

De braço em alto gritaram as três saudações de praxe, formados em posição de sentido ao redor do túmulo marcado com uma pedra Rúnica; uma lápide cortada a laser, em que Henschel gravara, com o maçarico de plasma, os sinais rúnicos que indicavam quem estava enterrado aí e por quê.

–Vá para Asgard com a tua linda Walkíria, nobre e valoroso guerreiro; que o Walhalla te seja propício – disse Inge.

–Descanse em paz, camarada – disseram dezoito vozes.

–Assim seja, pela graça de Odín-Wothan, do seu filho Thor, e dos Grandes Avatares do passado – disse Inge, encerrando a cerimônia.

Depois de um instante de respeitoso silêncio, Inge perguntou:

–Onde está o norte desta lua, Konstantin?

–Para lá – disse o navegador indicando uma direção com seu pentacorder.

–Vamos caminhar ritualmente oitenta e oito vezes oitenta e oito passos em direção norte – ordenou Inge – nesse local será fundado o Acampamento Muslimov.

–Assim sempre será lembrado – acrescentou Lídia.

Em silêncio, os terrestres caminharam tristemente os 7744 passos, ou 2500 metros, encabeçados pela sacerdotisa, afastando-se do túmulo, que agora ficava solitário naquela imensidão, enquanto Júpiter brilhava ameaçador no céu negro.

*******.

(***)

Acampamento Muslimov, Io – 17 de março de 2014.

Na árida e fria superfície, estremecida por erupções vulcânicas e terremotos, dezoito humanos lutavam para sobreviver.

Furaram a rocha com laser e abriram uma caverna onde montaram seu último iglu. Dormiam entre caixas de alimento, munição, torpedos, bombas, armas e ferramentas.

Material menos delicado ficou na intempérie camuflado com tela que endurecia com o frio; tambores de deutério, barras e chapas de vitrotitânio, bobinas de cabos óticos, tubos, ferramentas, latas de alimento, peças de carne, latas de bebida e tonéis de Poliágua; tudo protegido pela parede rochosa do perigo das pedras cuspidas pelo vulcão Tupan, violenta chaminé de lava incandescente a menos de cem quilômetros ao norte.

A 500 metros do acampamento, na muralha de rocha, fixaram barras metálicas para improvisar um estaleiro. Nele, como um pássaro engaiolado; pendia de cabos a chamuscada Hércules, vazia.

Tudo fora descarregado para evitar acidentes que poderiam deixá-los sem mantimentos.

Motores, freios e manobradores foram retirados para conserto.

A nave era uma carcaça vazia de eclusas e comportas abertas, com negros buracos nos lugares dos motores, sensores e canhões.

As janelas e o visor frontal foram retirados para não danificá-los enquanto se soldavam chapas.

Poltronas e beliches ficaram à intempérie para dar espaço aos trabalhadores no interior da nave.

Os aviões e o Jeep Lunar estavam embaixo de uma rede de camuflagem, encostados na parede de rocha a oitenta metros do alojamento, junto com o espelho parabólico que aproveitava a escassa energia solar para o gerador de campanha.

Um cabo do coletor ia até o gerador de solda com que Wassermann e Simon Gart soldavam pranchas da fuselagem, enquanto os franceses Jacques e Ives, trepados na fuselagem, revisavam a estrutura, marcavam as partes danificadas para soldar ou reforçar e retiravam pranchas danificadas.

Ivan Kowalsky e Tom Cikutovitch, em improvisados bancos de trabalho, ocupavam-se do conserto dos motores principais, realizando testes com a aparelhagem que lhes permitia ligá-los à mínima potência.

Dentro, Henschel e Dreisen consertavam o impulso. Marnes refizera a instalação elétrica e agora se ocupava de recondicionar os três acumuladores restantes, já que um queimou-se de vez.

Os artilheiros Grubber e Báez arrumavam o interior e consertavam os estragos dos incêndios.

Ingeborg, com seu braço bom; ressuscitava o computador, consertava os terminais danificados e recuperava o software perdido; ajudada por Konstantin.

A doutora Lídia checava a diário a saúde de todos e ocupava-se de controlar o oxigênio, a energia e o improvisado almoxarifado na caverna; alcançando materiais.

Regina estava em tudo, ajudava a todos, alcançava peças e ferramentas, fazia pequenas tarefas, não parava nunca com seu bom humor contagiando a todos; sempre com a palavra certa para infundir ânimo.

O Mudo Gatti estava permanentemente no iglu.

Preparava refeições, fazia a faxina, cuidava do banheiro, lavava roupas de todos, levantava as camas improvisadas pela manhã, quando todos iam trabalhar e esperava-os à noite, quando voltavam cansados; com o jantar servido, o banho preparado, a roupa branca limpa e as camas estendidas. Apenas saía para controlar os condutos de lixo e banheiro que terminavam num buraco do chão, cavado por ele mesmo.

Boris e Aldo cavaram com pás, por vários dias seguidos, um poço para enterrar o tanque portátil, um saco gigante de vitroplast; no qual verteram os míseros noventa mil litros de combustível que se salvaram de perder-se no espaço, quantidade que apenas serviria para molhar o fundo dos enormes depósitos da Hércules.

*******.

Após bombear combustível, Aldo e Boris foram descansar, pois sua tarefa foi pesada. Após o banho e a mudança de roupa interior, que o Mudo mantinha sempre impecável, comeram, colocaram as armaduras e dirigiram-se ao local onde Kowalsky e Tom estavam trabalhando.

–Quero boas notícias, Ivan – disse Aldo.

–Os motores principais e os tubos laterais se salvaram – disse Kowalsky.

–Os deuses ainda olham por nós.

–Sim, capitão – disse Cikutovitch – os manobradores vão funcionar.

–Ótimo. E os freios, Tom? – perguntou Boris.

–Perdemos um, comandante. Podemos tampar o buraco e frear com três.

–Ótimo. Vem, Boris, vamos ver como estão os acumuladores.

Henschel e Dreisen trabalhavam nos delicados acumuladores de energia que criavam antigravitação e o vital escudo magnético.

–Conseguiram consertar o número quatro?

–Não, capitão – respondeu Henschel – os indutores derreteram.

–Sentiremos falta dele, longe do sol – acrescentou Dreisen.

–Os três restantes funcionam a pleno, capitão – disse Henschel.

–Economizaremos energia dentro do possível – disse Aldo.

Aldo e Boris seguiram enfrente, deixando os engenheiros trabalhar.

–Perdemos quase todo o combustível, Aldo.

–Ainda há cinqüenta tonéis de concentrado, Boris.

–Mas e os outros ingredientes? Há deutério, mas não peróxido...

–Podemos fazer peróxido suficiente para decolar; embora não encha o tanque; temos água potável e oxigênio. Perdemos o ar circulante, mas a reserva está intacta, com um mínimo de quatrocentos mil litros podemos...

–Isso implica... – Boris fez um rápido cálculo – descomprimir 149.850 litros de água e 49.950 de oxigênio líquido; mas dois tonéis e meio de concentrado... Perdemos toda a água líquida do circuito fechado e a que estava servida e pronta para entrar no reprocessador, mas a que estava comprimida se salvou, e ainda há água congelada nos encanamentos... Há água suficiente para fazer peróxido. E a reserva de oxigênio está intacta, Aldo. Sobra um pouco de água. Em ultima instancia podemos extrair oxigênio e hidrogênio das rochas. Não estamos tão mal.

–Sairemos daqui, Boris. Quase vazios e leves, mas sairemos.

*******.

O Eremita.

Enquanto conversavam, chegaram perto do Jeep Lunar.

–Vamos explorar enquanto os outros trabalham? – sugeriu Aldo – Faz uma semana que estamos aqui e ainda não vimos nada.

–Trabalhamos bastante por hoje – disse Boris, subindo e dando a partida.

Aldo sentou-se em silêncio, enquanto Boris rumava em direção ao túmulo solitário sob as estrelas; onde Basil Muslimov descansava de uma vida curta, porém intensa e proveitosa.

Ultrapassaram o local e aceleraram rumo ao deserto amarelo avermelhado, do qual não se enxergava o fim, devido à curvatura da pequena lua.

Por primeira vez em dias podiam descansar e pensar. Até esse momento, só tiveram tempo e cabeça para as tarefas de sobrevivência, sem descanso para parar e ponderar.

Agora, sozinhos no meio do nada, apesar dos solavancos do veiculo, podiam recapitular os acontecimentos. Já estavam fora da vista da base e Aldo disse:

–Tenho uma pergunta engasgada há dias, Boris: Como isso aconteceu? Não estava levantado o escudo?

–Estava. Liguei o escudo direcional e os motores. Se não tivesse acelerado, eles teriam acertado na ponte e não teríamos esta conversa.

–Inédito. Um phaser marciano não afetaria a nave dessa maneira...

–Konstantin disse que talvez fosse um torpedo fotônico. Eles decodificaram instantaneamente nosso escudo. O disparo veio na nossa freqüência e simplesmente entrou. Não tivemos tempo de mudar os códigos.

–Não temos nada parecido, Boris. Estamos frente a um novo tipo de arma... E os rapazes dizem que era um disco voador? Alfas?

–Não há como saber. Os rapazes acabaram com eles. Mas era grande, com mais de vinte tripulantes, segundo os sensores.

–Mas, Boris, os canhões da Analgopakin não nos afetaram! Não entendo como esses torpedos de calor fizeram esse estrago...

–Os analgopakis não conseguiram descobrir nosso código.

–Porque muda em microssegundos. Está programado assim, foi idéia da Inge...

–Mas estes sujeitos conseguiram descobri-lo na hora; Aldo...

–Seu sistema não pode ser tão diferente do sistema dos Alfas, de onde tiramos nossa tecnologia. Vi o disco ao passar sobre nós em Ganímedes, mas acho que esses não eram Alfas...

–E então, Aldo, onde está a falha?

–Esse inimigo desconhecido tem um laser que atravessa o escudo...

–Mas aquilo foi uma descarga, um conglomerado de energia, Aldo.

–Seria um phaser, Boris, como o que Valerión andou testando?

–O phaser é um laser de alta potência, mas não atravessa o vitrotitânio, a não ser como plasma, como os maçaricos, e ainda assim demora.

–Mas este não atravessou a fuselagem...

–Foi mais um choque, Aldo, como um meteorito. Esquentou o metal quase até a incandescência, como uma bomba nuclear. A Hércules não suporta dois impactos desses; um só nos deixou fora de combate...!

–Então era mesmo um torpedo fotônico. Precisamos ter isso.

–Ah! Precisamos, sim.

–Deve haver alguma defesa para isso. Talvez as paredes daquela nave...

–A nave inimiga acusou os disparos do canhão de Báez e bateu retirada, Aldo, parece que o escudo deles não funcionou. Amassou a estrutura e arrancou chapas de cor prata brilhante. Fugiu para Ganímedes e Tom metralhou-a. Eles caíram, mas não sobrou nada que pudéssemos analisar, ele acertou-lhes um míssil atômico.

–Kowalsky disse alguma coisa, mas na hora eu não tinha cabeça para isso...

–Na atmosfera, Tom disse que tomou altura, atacou em picado, metralhou com balas de urânio e soltou uma bomba de cobalto.

–É isso, Boris! A defesa é essa; superfície que reflete luz! Valerión afirmou que o laser comum não atravessa um espelho de Vitrocerâmica!

–Os rapazes dizem que o laser atravessava onde a pintura estava descascada.

–Cerâmica refratária Boris. É isso!

–Então, quer dizer que no mundo deles não há armas de fogo, são imunes ao laser comum, mas não ao phaser marciano e usam um phaser aglutinante...

–Um phaser aglutinante, uma definição para torpedo fotônico, Boris. Estamos usando a arma equivocada contra eles. Para as balas de urânio, são como ovos e um míssil nuclear os vaporiza. E quanto à defesa que devemos usar...

–Mas se eles conseguiram atravessar nosso escudo, quer dizer que o conhecem e o possuem. Admira-me que as balas o penetrassem!

–São naves antigravitatórias. Devem ter limitações que nós não temos, já que usamos dois tipos de propulsão na atmosfera e no espaço.

–Direcionam o campo em sentido oposto ao movimento e ficam indefesos, por isso Nahuátl derrotou os alfas. É só forrar a Hércules com barro cozido – observou Boris, bem-humorado como sua esposa – de preferência polido e brilhante.

–Não deve ser tão simples – murmurou Aldo, preocupado, e sem perceber o senso do humor do seu melhor amigo.

Boris parou o Jeep Lunar numa duna de cascalho grosso.

–Estamos bem longe do acampamento, Aldo.

Na frente estendia-se uma planície vermelha como as areias de Marte, que lhes despertaria saudades se não fosse pela enorme bola de Júpiter, presente no céu negro, mas neste caso, apenas podiam ver menos de um quinto do planeta, em sentido oposto ao pequeno sol que beijava as montanhas.

No horizonte próximo, assomavam pontas de montanhas íngremes, como se fossem dentes de uma serra descomunal.

–Será óxido de ferro? – perguntou Boris, referindo-se às areias.

O pequeno veículo desceu a duna, e Aldo disse:

–A planície está coberta de manchas pretas, como se fosse vegetação, mas deve ser sujeira no meu visor.

–Não é sujeira, também vejo – disse Boris, acelerando.

Logo rodavam no plano e viram o que eram as manchas pretas. Entraram por uma clareira reta, uma trilha entre vegetais alinhados como se fossem plantados.

–Pára o carro, Boris.

–Aqui, no meio disto?

–Quero ver isso de perto com o pentacorder.

O Jeep Lunar parou no meio da trilha entre plantas de mais de dois metros.

–Sinto falta do sistema da Hércules, Boris. O pentacorder não funciona a pleno com a nave morta e não analisa a fundo estes vegetais. Mas parece indicar que se trata de vegetais de carbono... E há gelo embaixo da areia! Fascinante.

–E pensávamos que esta era uma lua morta, a não ser pelos vulcões...

–É óbvio que não há ninguém por aqui, Boris. Apenas estes pobres vegetais, que se adaptaram maravilhosamente neste ambiente, pior que Marte.

–Sinto saudades de Marte. Mas veja isto, Aldo.

–Cactos sem espinhos.

–Parece couro, Aldo.

–São fortes. Devem sê-lo, para viver neste ambiente hostil.

–E as raízes se agarram nas pedras como...

–Claro, para compensar a pouca gravitação.

–A natureza é sábia, Aldo. Lembro que lá no Brasil...

–Cada ser vivo tem uma peculiaridade que o faz dono do local em que vive.

–Isso mesmo.

–Se te deixo contar tuas aventuras, vou cair aqui e dormir, Boris.

–Bom sono! – disse Boris, paciente, sabendo que Aldo conhecia todas suas histórias de caça na Amazônia.

Descontraídos, relaxados, após as terríveis circunstâncias que os trouxeram a Io, esqueceram que estavam numa lua hostil de Júpiter. Estavam sozinhos, sem alma viva em milhões de kms em volta; a não ser seus camaradas.

Por isso, a adrenalina circulou neles ao perceber um detalhe insólito:

–Aldo! Olha bem essas plantas! Repara no detalhe!

–Quê detalhe? O quê elas têm?

–Estão plantadas em linha reta! Quê curioso!

–Agora percebo. Isso não pode ser natural.

–Como se alguém as tivesse plantado...!

–SÍ, CABALLEROS, YO LAS PLANTÉ...!

A inesperada e possante voz fantasmal, ressoando em espanhol nos capacetes provocou uma brutal descarga de adrenalina.

Os terrestres sentiram correr pelas pernas abaixo um líquido quente...

Tinham se urinado.

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Continua em: O EREMITA

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O conto PIRATAS II - NÁUFRAGOS! forma parte integrante da saga inédita Mundos Paralelos ® – Fase I - Volume II Capítulo 14, Páginas 81 a 82; e Capítulo 15, Páginas 90 a 94, e seu inicio pode ser encontrado no Blog Sarracênico - Ficção Científica e Relacionados:

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Gabriel Solís
Enviado por Gabriel Solís em 01/11/2016
Reeditado em 02/11/2016
Código do texto: T5809934
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