Os Sobreviventes IV
Chegando do front, não pude nem descansar, logo fui chamado ao posto de comando. O Capitão me esperava ansioso:
- Como foi a missão, soldado?
Respirei fundo e soltei tudo de uma vez, nervoso:
- Tivemos uma baixa, Capitão. E um de nossos carros foi avariado.
- Como assim, tenente! A missão era para ser rápida e extremamente fácil. - Disse ele quase espumando pela boca, notei que uma veia bem no meio de sua testa estava bem saltada.
- Eles tinham armas, estavam alertas e se moviam com muito mais facilidade do que nós, esses trajes de isolamento são muito desajeitados.
- Não quero saber de desculpas! Tratem de achá-los e acabar o serviço! - Berrou ele e saiu da sala.
Sentei na cadeira mais próxima e tentei relaxar um pouco, antes de voltar e procurar os sobreviventes. Meu amigo, o tenente Gomes, entra na sala e diz:
- Fiquei sabendo do couro que vocês levaram dos sobreviventes...
- Pior cara, o Carvalho morreu. Está muito perigoso andar lá fora agora, não sei porque temos que capturar os sobreviventes.
- Quando "eles" fabricaram e soltaram a super bactéria não contavam que poderia haver pessoas imunes a ela, não tem como começar uma nova população com esses infectados ainda vivos lá fora.
- Então porque não podemos matá-los de uma vez? Porque temos que capturá-los?
- Porque "eles" querem estudá-los, antes de eliminá-los, saber o que tem no corpo deles que os fez sobreviver... pode ser útil para o repovoamento no futuro.
- Tanto faz pra gente né, estamos vivos ainda porque precisam de alguém que faça o serviço sujo pra "eles". Vou procurar esse raio de povo infectado antes que me julguem um inútil. Te vejo mais tarde.
- Ei, calma amigo! Cuidado com as palavras. Você vai acabar se complicando. A gente não sabe de nada ainda. Boa sorte lá fora.
Refiz meu esquadrão, peguei um carro novo, colocamos nossos trajes de isolamento e fui atrás deles. Tinha um palpite de onde encontrá-los.
Continua...
Indico a leitura do texto de meu amigo Aristóteles da Silva, vamos juntar os textos no final da série:
http://www.recantodasletras.com.br/contosdeficcaocientifica/5700845