890-A CIVILIZAÇÃO DE ATLAN- Cap. 3 de O exilado de Kaplan

Continuação - ver anterior # 889 -

Quando estávamos encerrando a construção das três pirâmides, chegaram a Kar-Nac, a principal cidade do reino de Zingan, viajando pelo lago Sah-har navios movidos pela força do vento que enfunava grandes velas. Era uma delegação do governante de Atlan, que chegava a fim de pedir nossa ajuda.

Em uma língua diferente da falada no reino de Zingan, o chefe dos atlans nos disse:

— Nosso domínio fica num grande arquipélago no meio do grande mar. Estamos tendo muitas dificuldades com vulcões e a obtenção de água doce. Nosso rei Antic teve notícias de suas poderosas máquinas. Por isso pedimos que nos ajudem.

O comandante de nossa expedição, cientista de muito conhecimento e interessado por civilizações onde quer que se encontrem, viajou para Atlan e acedeu ao pedido do rei Antic. Logo nossas máquinas e toda a equipe estava trabalhando por lá. Era um arquipélago de centenas de ilhas, sendo a principal chamada de Atlan-Sum. Em pouco tempo organizamos todo o sistema de água potável, que obtivemos de profundos poços e sistema de distribuição subterrâneo. Aproveitamos o imenso o poder dos vulcões, instalando potentes transformadores de energia. A energia incalculável dos vulcões passou a ser usada nas cidades e para muitas finalidades. É claro que tivemos de transmitir aos Atlans algumas informações e instruções para usar e manter funcionando esses inesgotáveis mananciais de energéticos.

Em seguida, ajudamos o Rei Antic a reorganizar as cidades (muitas destruídas pelas erupções dos vulcões), a erguer palácios, construir portos para a grande frota de navios. Os Atlans era um povo de índole pacifica porem muito arrojado. Gostavam de viajar pelos mares, visitando as terras já conhecidas, e chegando a locais que nunca tinham chegado.

Segundo a medição do tempo em Atlã, que era diferente da do reino de Zingan levamos cerca de duzentos anos nessa tarefa. A construção das pirâmides haviam nos ocupado outro tanto de tempo, mas para nós, nada significava, pois, como já disse, temos outras referências de tempo, diferentes das dos terrestres e nossa existência individual é muito longa. Beira à eternidade.

Ainda em Atlan, obtive permissão, juntamente com outros membros de nossa expedição, para acompanhar os atlans em algumas viagens por barco para outras terras situadas à oeste do arquipélago. Viajando naquelas pequenas embarcações à vela, pude sentir como eram corajosos, audazes e intrépidos os navegantes de Atlan. Chegamos a regiões que eles já tinham visitado anteriormente, e levado conhecimento às pequenas civilizações daquelas paragens.

Nossa equipe ensinou a alguns membros dessas civilizações (geralmente, o rei e os sacerdotes, que constituíam a classe dirigente) algumas técnicas — aquelas que podiam aprender com facilidade — para melhorar a qualidade de vida deles, que era muito inferior a dos Atlans ou dos reinos de Sah-har.

ANTONIO ROQUE GOBBO

Belo Horizonte, (14.02.2015)

Conto # 890 da Série 1.OOO HISTÓRIAS

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 05/10/2015
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