O improvável
O que vem na sua cabeça quando ouve a palavra "guerra"? Muitos provavelmente responderiam "morte". Bom, sim, guerras causam mortes, ótimo. Porém, para mim, "guerra" me lembra vida. Sim, vida! Simplesmente pelo fato de serem antônimos, simplesmente pelo fato de que para morrer é preciso viver, ter consciência disso.
Você deve se perguntar quem sou? Sinto informar, caro leitor, mas digamos que eu seja nada, e por isso mesmo que serei tudo. Serei um tudo que será nada e assim sucessivamente.
Se você procura uma história com nexo, uma história que seja narrada com personagens, crianças ou casais apaixonados, com certeza esta história não é para você. Tudo o que irei relatar pode até ser clichê, claro, tudo que existe é clichê, entretanto, digamos que tudo passe a ser mais melancólico e vazio, afinal, também somos todos vazios.
Talvez eu seja um louco, e você não entenda nada. É, talvez eu seja louco. Todavia, também sou só um homem comum que está comendo macarrão instantâneo, e que do nada pensou na seguinte pergunta: por que todos sempre pensam em morte quando se fala de guerra? Pense o que quiser, meu caro, sou alguém muito persistente, e guerra me lembra vida. Vida de muitos que as perderam. O que é a vida para você? Momentos? Uma busca implacável por aquilo que nem sabemos o que? Ótimo, estamos indo bem.
Olhe as estrelas, pessoa. Sim, vá lá, observe-as, a apreciem. Se estiver de dia, olhe para o céu a sua frente. O que vê? Uma camada ilusória? Só isso? Há tantas coisas lá fora. Coisas que nem sabemos o que é, coisas inexistentes para nós, seres tão inúteis. Lá fora há o improvável, a dúvida. Não sabemos o que há lá fora, não sabemos o que há aqui dentro, não sabemos o que há dentro de qualquer camada, e principalmente, não sabemos o que há dentro de nós mesmos. Um vazio igual a do espaço? Isso me assusta, pois me imaginar perdido no espaço me causa medo. Mas por quê? Já estou perdido em um nada dentro de mim mesmo, por que ter medo? Somos mesmo estranhos