889-AS PIRÂMIDES NO REINO DE ZAGAN-Aventura
PARTE 2 DA SÉRIE O EXILADO DE KAPLAN–
Ver conto # 747 – Viajantes do Universo
1ª. Parte de “O Exilado de Kaplan”
Fomos bem acolhidos por Zingan (era o nome do governante) que nos reconheceu como seres de um mundo distante. Era o senhor absoluto de uma grande área que se estendia desde as margens do mar mediterrâneo, ao norte, até a grande floresta tropical ao sul. A leste, um outro braço de mar separava suas terras do deserto e a leste, seu comando ia até as margens do lago Saa-ar. Um rio caudaloso corria placidamente pela planície, de sul para norte. As margens eram ocupadas por inúmeras grandes cidades, que constituíam uma civilização de características bastante interessantes. As cidades eram cercadas por vastas áreas de agricultura praticada o ano inteiro, irrigadas que eram pelas águas do rio. Além das áreas agriculturáveis, a floresta luxuriante ocupava toda a extensão de terras.
Era um reinado, pois todos chamavam Zingan de rei. Entretanto, o poder era exercido de forma suave e através de ministros e funcionários que trabalhavam em harmonia e sem atritos. As leis eram cumpridas por todos os habitante num consenso onde a compreensão e o entendimento prevaleciam.
Zingan preocupava-se muito com o misticismo, com deuses e coisas do gênero, própria de civilizações ainda pouco evoluídas espiritualmente. Quando nossas naves aportaram, ele nos recebeu como deuses e tudo facilitou para nós. Mas não nos comportamos como deuses. Porque todos nós, de Kaplan, temos uma espiritualidade muito avançada, respeitamos todas as crenças, costumes, sistemas de governo, usos e costumes de cada povo que mantemos contato.
A escolha do local já tinha sido feita antes da saída de nossa expedição do astro Kaplan, que gira em torno da estrela conhecida aqui por Ursa Maior. A posição da Terra, com vida inteligente e orbitando num sistema na periferia da galáxia, apresentava as condições ideais para a construção das estações inter-universais, em forma de pirâmides. Essas estações encontram-se espalhadas por todo o universo e são balizas para a navegação entre mundos distantes.
A leste da capital do reino de Zingan, o deserto era uma terra de ninguém, constituído de montes e colinas de quartzo e pedras que utilizamos para as construções das pirâmides. O corte das pedras em blocos padronizados foi feito nas colinas onde se encontravam, com ferramentas de raios que cortam até metais duríssimos. O transporte dos blocos era feito por pequenos veículos aéreos, usando a suspensão da força gravitacional. Assim, blocos de uma tonelada eram transportados facilmente, já que o peso era contrabalançado pela força anti-gravitacional, amplamente usada em nossa civilização.
Nosso trabalho era realizado dia e noite, pois não temos, como vocês, necessidade de dormir. Nunca dormimos, é próprio do nosso metabolismo.
Posteriormente (isso posso dizer por que vi o processo acontecer durante a minha quase infindável existência) as pirâmides foram aproveitadas por outros reis, chamados faraós, que as usaram como tumbas e as encheram de inscrições de sua linguagem. Mas esta história virá a seu tempo.
ANTONIO ROQUE GOBBO
Belo Horizonte, 15.09.2012
Conto # 889 da Série Milistórias –