NOVO MUNDO FINAL.
NOVO MUNDO, PARTE FINAL
depois de muito tempo. o final. para entender melhor a historia, leia a primeira parte.
Na fronteira entre Estados Unidos e México havia como de costume vários policiais, americanos de um lado e mexicanos do outro, todos corruptos. Xavier integrante do sistema e aliado do No Fear, passou facilmente pelos americanos, mas foi barrado pelos mexicanos que queriam revistar o veiculo, Xavier que era filho de pai americano e mãe mexicana. Conversou fora do carro com um agente, ofereceu-lhe propina e passou sem problemas.
Agora a missão seria formar um novo grupo NO FEAR de mexicanos. Já em território desconhecido, Lothar saiu do desconfortável porta-malas e sentou no banco de passageiro.
- Estava quase desistindo, se não fosse as pedras de gelo estaria derretido lá atrás – disse Lothar.
- agora o senhor pode dormir se quiser, até Tijuana é uma longa viagem, no banco de trás tem uma garrafa de café e tequila, pode escolher – disse Xavier.
Lothar não bebia, largou o vicio assim que começou sua luta pela liberdade, teria que dar exemplos para os aliados. Já deitado no banco traseiro, Lothar pôde finalmente esticar as pernas e dormir sentindo o vento que entrava pelas janelas do carro.
Em Tijuana um contato de confiança de Martin, aguardava Lothar e Xavier. Gutierrez era reitor da U.F. M (universidade federal do México) conhecia muita gente importante que ainda mantinha a esperança de uma mudança da sociedade e do governo falido. Um grupo seleto de pessoas de alto nível, como médicos, cientistas, chefes das forças armadas, prefeitos, governadores, delegados, empresários entre outros que queriam ver a ordem ser restabelecida, mas sem poderes e sem pessoas não poderiam fazer nada, a presença de Lothar seria muito importante para um recomeço.
Enquanto isso AS RAMIFICAÇÕES DO “NO FEAR” prosseguiam. Em Los Angeles Steve recrutou novos membros e aos poucos se formavam pequenos grupos nos principais bairros da cidade. Em Nova York, reverendo Martim também seguiu o mesmo plano, de bairro em bairro pequenos grupos eram formados sem causar suspeitas do SISTEMA.
Estava tudo um caos, pessoas armadas nas ruas brigando por combustível e água, alguns carros foram adaptados para funcionarem a energia solar, placas solares instaladas nos carros recebiam e transmitiam energia suficiente para rodarem por horas sem ser preciso recarregar. Mas nem todos tinham esse privilégio, a água potável era coisa rara, muitos bebiam água contaminada dos rios, não havia águas nas torneiras das casas. Nas ruas carros incendiados, casas e prédios depredados, grupos de pessoas que pareciam verdadeiros zumbis, sujos, maltrapilhos, outros quase nus usando drogas, no caso o “Oxi e crack”.
- como pode o ser humano chegar á esse ponto degradante, como os governos perderam o controle? – indagou Xavier enquanto dirigia.
- Eles subestimaram os chefes do trafico, estavam mais preocupados com o progresso, com o poder politico, deixou o povo fora disso com descasos na saúde, educação, lazer e principalmente segurança publica, os pais criaram seus filhos sabendo que perderiam eles para os quartéis do trafico, quando os governantes abriram os olhos para o problema, já era tarde porque até seus filhos também estavam envolvidos – respondeu Lothar que já estava acordado observando as imagens devastadoras.
Xavier e Lothar chegaram ao prédio de arquitetura estranha e ao mesmo tempo magnifico. Homens de segurança estavam disfarçados de mendigos na rua, dando assim cobertura para os dois, um dos mendigos apontou para Xavier onde era para entrar, do lado do prédio havia um corredor estreito e escuro, os dois caminharam pelo corredor até que uma portinhola de aço se abriu e rapidamente entraram.
Logo acima das paredes de tijolos aparentes, câmeras infravermelhas estavam instaladas no teto.
- Boa tarde senhores, meu nome é Ramon, o senhor Gutierrez está os aguardando no 15’ andar, é só entrar no elevador.
Dentro do prédio parecia um quartel general com todo tipo de espionagem, homens fortes com uniforme militar e fortemente armados, varias salas com divisórias e pessoas monitorando o movimento nas ruas por câmeras infravermelhas, um canal de comunicação com chave de segurança impossível de ser quebrado pelos inimigos, sem duvida o México estava mais avançado que o país vizinho, isso era vergonhoso pensava Lothar.
O elevador parou, as portas se abriram e já saíram dentro da sala de Gutierrez. Lá estava ele, um sujeito baixinho, gorducho de bigode e ar de muito autoritário, Ramon bateu continência para o chefe e saiu.
Gutierrez terminou de fumar seu cigarro e virou-se, talvez com essa atitude quisesse mostrar sua autoridade para um americano.
- Senhor Lothar, é com muita honra que recebemos o senhor aqui, sente-se, por favor, mas seria que poderíamos conversar a sós?
Xavier nem esperou Lothar falar alguma coisa e saiu para outra sala e aproveitou para fumar e olhar pela janela a paisagem da cidade em fumaça.
- senhor Lothar sua presença aqui será de grande importância pro futuro de nossas missões na América.
- Obrigado senhor, por isso é importante a cooperação de todos, sabemos que há pessoas do bem espalhadas por aí que não podem fazer nada porque não tem como, temos que passar confiança á essas pessoas para que possam sair e suas casas e lutar conosco.
- Aqui temos total controle da cidade, conseguimos com pessoal de campo descobrir essas pessoas e aos poucos elas foram levando ao conhecimento de outras pessoas de confiança, foi assim que conseguimos implantar as câmeras nos prédios e casas sem chamar atenção do inimigo, sabemos de toda movimentação deles e é esse sistema que pretendemos levar as cidades vizinhas, em Guadalajara já está funcionando com esse método.
O elevador parou novamente e dele saiu alguns homens fardados e outros civis, todos batendo continência para o chefe das forças armadas, senhor Gutierrez.
- senhor Lothar, esses são os homens que farão esse país se reerguer das cinzas literalmente.
Estavam presentes: Raul Manzoni, almirante, Pablo Gomez, general do exercito, Hernani Martinez, general da aeronáutica, senhor Carlos, empresário dono da maior rede de telecomunicação do país, doutor Soares, médico especialista em distúrbios da mente, doutor Chávez especialista em epidemiologia. Epidemiologia é uma ciência que estuda quantitativamente a distribuição dos fenômenos de saúde/doença, e seus fatores condicionantes e determinantes, nas populações humanas. Alguns autores também incluem na definição que a epidemiologia permite ainda a avaliação da eficácia das intervenções realizadas no âmbito da saúde pública.
Considerada como a principal “ciência básica” da saúde coletiva, a Epidemiologia analisa a ocorrência de doenças em massa, ou seja, em sociedades, coletividades, classes sociais, grupos específicos, dentre outros levando em consideração causas categóricas dos geradores estados ou eventos relacionados à saúde das populações características e suas aplicações no controle de problemas de saúde.
Desta maneira podemos entender a epidemiologia como a ciência que estuda o comportamento das doenças em uma determinada comunidade, levando em consideração diversas características ligadas à pessoa, espaço físico e também tempo, desta maneira é possível determinar as medidas de prevenção e controle mais indicadas para o problema em questão como também avaliar quais serão as estratégias a serem adotadas e se as mesmas causaram impactos, diminuindo e controlando a ocorrência da doença em análise.
- Senhor Lothar esses sãos meus fiéis aliados que serão os responsáveis cada um na sua área, para restabelecer a ordem em nosso país. Lothar cumprimentou uma a um e conversaram por horas, comeram Burritos e tomaram tequila.
- muito boa essa comida o que é? – perguntou Lothar.
- Burritos, - respondeu Xavier que também estava presente depois da conversa e explicou como é feito: burritos também é preparado com a massa de tortilha. A diferença para o taco é que o burritos é servido enroladinho e os recheios também variam. Ele pode ser recheado com carnes, queijo, tomate, feijão, chili, entre outros.
Lothar durante a reunião com os mexicanos, explicou sua estratégia na terra do tio San, que foi uma ideia bem recebida por Gutierrez. Gutierrez era uma espécie de “comandante geral”, já que o presidente havia sido sequestrado pelos homens do “SISTEMA”, a ideia de Gutierrez era preparar uma emboscada para o chefe do “SISTEMA” e fazer uma troca com o presidente Carlo de La Roca e depois de uma só vez juntar as forças armadas e a população para retomar o comando nas ruas. Lá do decimo quinto andar Gutierrez pôde observar a cidade lá embaixo. Nas câmeras de vídeo instaladas ele viu as ruas e os pontos onde se reuniam os chefes do trafico, assim poderiam a qualquer momento tomar uma decisão de ataque. Lothar ficou no México a semana toda acompanhando e aprendendo as estratégias dos mexicanos.
Embora a devastação estivesse acontecendo em todo planeta, em alguns países da Ásia e Oceania o controle já havia sido dominado novamente pelos governos de seus países. O problema mais grave ainda permanecia nas Américas e na Europa. Não houve tempo de Lothar voltar para seu país antes do confronto com os homens do SISTEMA mexicano. Através de uma fonte de espionagem, um integrante infiltrado no SISTEMA, disse que o presidente Carlo estaria sendo levado até a cidade de Puebla e o chefe Suarez estaria também presente, seria uma boa hora para captura-lo, mas a estratégia teria que ser cuidadosamente orquestrada, pois caso desse errado colocaria a vida do presidente em risco.
Naquela altura dos acontecimentos, Lothar recebeu uma bela notícia do seu homem de confiança, Steve em Nova York, “a população de uma certa forma teve conhecimento do “NO FEAR” com isso os gerentes e chefes do tráfico estavam procurando o esconderijo, mas também a noticia chegou até os militares que através de um informante, disse que tinha armas e munição, mas precisaria de homens para enfrentar o exército de traficantes, então a população cansada disse que estava pronta para a guerra e que iriam enfrentar o SISTEMA, e que precisaria de uma autorização de Lothar para atacar e que os outros estados americanos estariam prontos também. Lothar perguntou a Gutierrez se tinha alguma linha segura para falar com Steve, Gutierrez com charuto na boca, disse:
- mas é claro! Isso não é problema, nossas linhas são quase todas seguras, temos algumas não seguras de propósito para enganar o inimigo, use os telefones vermelhos, qualquer um deles.
Lothar ligou para o amigo e disse que estava feliz e preocupado, mas como não tinha outra opção, ele autorizava o ataque e pediu para avisar a todos os membros do “NO FEAR”.
Gutierrez e sua equipe seguiram para Puebla, o plano era atravessar a cidade com um ônibus velho, mas com motor novo, assim não faria muito barulho e assim chegaram até um local já planejado pelos homens que que estavam na cidade. Ficaram todos espalhados como se fossem pessoas comuns curiosas, com roupas largas para esconder as armas ficaram até o amanhecer.
A jornada foi longa e cansativa, mas todos estavam em total alerta e em pontos estratégicos, o dia amanheceu, havia movimentação de carros e homens exibindo suas armas em motos e nas carrocerias dos carros. Lothar ficou no quartel general para saber o que acontecia em Los Angeles e Nova York.
O pessoal de Gutierrez aos poucos se misturavam entre os curiosos e criminosos, já adiantando a estratégia ensaiada. Um homem alto, forte com uniforme preto apareceu em um carro de quatro portas e vidros escuros ao lado do motorista, no banco de trás mais dois homens do lado das janelas e no meio estava o presidente, vestido com uma camisa bege que deveria ser anteriormente branca, e cabeça baixa e barba cerrada. Uma porta do prédio se abriu e os homens do carro saíram e trazendo o presidente para dentro do prédio, nesse instante os homens de Gutierrez neutralizaram os soldados inimigos matando-os com as facas, para não fazer barulho, mas a multidão saiu correndo e chamando atenção dos soldados do SISTEMA, então houve troca de tiros, os homens que estavam com o presidente correram para dentro do prédio, mas foram cercados enquanto outros homens de Gutierrez acertaram os que estavam na porta do prédio e entraram em busca dos inimigos. Cercados do lado de fora o homem de uniforme preto e seus soldados foram cercados e rendidos, o chefe do SISTEMA mexicano estava preso e o presidente salvo. Dentro do prédio os inimigos revidavam, mas não eram páreos para a eficácia dos homens treinados de Gutierrez e os poucos de sobraram acabaram se rendendo.
A população logo sabendo do ocorrido saíram as ruas e em ato de coragem se rebelaram contra o SISTEMA e atacaram os soldados inimigos tomando suas armas e prendendo e matando aqueles que queriam revidar, pessoas caíram mortas nas ruas com a batalha, mas morreram como heróis, lutando para seu País voltar a ser o que era, pelo menos poderem sonhar em andar livres nas ruas, sentar na sua porta ou ficar da sua janela aberta observando a lua, poder ir a um supermercado, visitar parentes distantes, rever os amigos e reestruturar suas vidas.
Gutierrez e seus homens voltaram para Tijuana com o presidente e o chefe inimigo com seus homens.
Ficando para trás os homens infiltrados que já estavam em Puebla para dar apoio a população e se apoderar do prédio do SISTEMA.
Enquanto isso no quartel general em Tijuana, Lothar ficou para saber o que acontecia no seu País, Steve e o reverendo Martin estavam na frente de batalha nas ruas americanas, e Lothar sentia por não poder estar presente. O telefone vermelho tocou, era para Lothar.
- Lothar aqui é Steve, você não vai acreditar, nosso ataque foi certeiro, prendemos os principais chefes, alguns de nossos homens morreram, mas acabamos com eles e a população saiu nas ruas para nos ajudar com armas e abrindo suas casas e prédios para podermos realizar os ataques, e muitos dos moradores ainda nos ajudaram a prender os inimigos. E em Manhattan tem alguma notícia? O reverendo ainda não me ligou. – Perguntou Lothar.
- Não, com certeza ele deve estar te ligando, talvez seja melhor desligar a linha, se ele estiver ligando dever estar dando linha ocupada, vamos nos falando e dando notícias, até breve amigo. – Despediu-se Steve.
Foi colocar o telefone no gancho ele tocou. Era o reverendo Martin.
- Lothar por favor. - Disse o reverendo.
Um soldado mexicano passou o telefone para Lothar. – Reverendo como estão as coisas? Está tudo bem com o senhor?
- Comigo sim, mas tivemos algumas baixas, aconteceu muita coisa, e para nossa surpresa a população nos ajudou, acabamos perdendo o controle, o chefe da gangue foi morto junto com seus soldados, sem comando, aqueles que eram obrigados a servir o SISTEMA, voltaram para suas famílias e ajudaram nosso grupo a prender aqueles que ainda lutavam contra. Carros foram virados e incendiados nas ruas, os prédios invadidos pelo SISTEMA, agora eram reintegrados a seus verdadeiros moradores, agora em cada rua tem seus próprios guardas, os moradores vão revezar a guarda para possíveis ataques do SISTEMA. E como estão as coisas aí no México? – Perguntou o reverendo Martin.
- Estou perdendo muita coisa importante, é um dia marcante para nossa história, aqui também houve uma grande conquista, Gutierrez conseguiu resgatar o presidente e ainda prendeu o chefão Salazar.
No quartel general em Tijuana, o General e sua equipe chegaram trazendo o presidente, o chefe do SISTEMA e seus soldados. Todos exceto o presidente foram levados para uma cela e ficaram sendo interrogados por três homens fortes e nenhum pouco amigáveis.
O presidente foi para uma sala confortável, tomou banho e trocou de roupas e a contragosto foi para um quarto descansar enquanto o General Gutierrez entrava em contato com o ministro da justiça e um helicóptero veio buscar o presidente para leva-lo até Los Pinos-DF.
Cidade do México também foi retomada pela segurança nacional, a capital mexicana estava parecendo um território de guerra abandonado, casas e prédios saqueados que aos poucos eram retomados pelos moradores, carros virados e incendiados, trincheiras com pneus nas principais avenidas eram destruídos pelos moradores revoltados e que tentavam restabelecer a ordem com ajuda daqueles membros do SISTEMA que agora voltaram para casa e ajudavam a polícia para identificar aqueles membros que não se entregaram a polícia ou voltaram para a família. O presidente Carlo de La Roca retornou para sua casa presidencial em Los Pinos.
O plano de Lothar foi implantado em todo território mexicano e posto em prática nas cidades que ainda lutavam contra o governo e a população, com o tempo essas cidades foram dominadas pelas autoridades mexicanas com ajuda da população, que sem eles nada seria possível.
Lothar retornou para Manhattan, Xavier agora dirigia um carro mais novo cedido por Gutierrez, dessa vez Lothar não precisou viajar escondido, agora viajava confortavelmente sentado num banco de couro e ar condicionado. Sua foto foi transmitida nos noticiários locais e tornou-se famoso como o grande responsável pela organização que pôs “fim” o SISTEMA, NO FEAR, se espalhou por toda parte, e novas organizações surgiam e colocava em pratica com a ajuda da população e da polícia, agora se tornou mais fácil retomar a situação porque muitos que eram obrigados servir o SISTEMA, criaram coragem para enfrentar o inimigo e retornar para suas casas.
Aos poucos o mundo se reorganizava, mas seria preciso muitos anos para ter total controle sobre o SISTEMA. Os Países mais pobres tinham, mas dificuldade de se restabelecer, assim como as cidades e bairros pobres das grandes capitais de países desenvolvidos.
Já se passaram 10 anos, e a luta continuava, um SISTEMA acabava e surgia outro, assim confrontos eram inevitáveis. Ainda presos Scar e Hunter, os principais chefes do SISTEMA americano, ainda estavam presos e permaneceria assim pelo fim de suas vidas, já que pegaram perpétua.
Emendas na constituição da maioria dos países foram necessárias para tentar diminuir a criminalidade, embora sempre que isso acontecia, havia discordância e debates com direitos humanos. Reverendo Martin se aposentou e foi substituído. Steve, amigo e parceiro de Lothar, criou com ajuda do governo um centro de reabilitação para dependentes químicos, com escola profissões. Lothar, viajava o pais e ao mundo dando palestras motivacionais.
A guerra por petróleo continuou, agora cada país teria que se manter da própria produção, foram criados grandes reservatórios para captação da água das chuvas que agora eram bem-vindas. Alguns países voltaram a se aliar e criarem planos de governo para dividirem produtos industrializados entre si.
Agora surgiram novas drogas, novos traficantes, desempregos e políticos corruptos, algumas coisas não mudaram e agora uma nova droga assustadora apareceu na Rússia e chegou na América. Seu nome? KROKODIL.