A única e nunca contada verdadeira história do monge da Lapa
Esse texto é dedicado a todos lapeanos em geral e à familia Prince-Paraná em particular.
A história:
Essa história que vou contar, veio a minhas mãos acidentalmente. Era outono de 1976, quando um grande amigo veio de Santo André para passar um final de semana em Curitiba. Resolvemos passar uma tarde na Lapa. Como eu estava sem carro na época, meu primo Candido dispôs-se a nos acompanhar. Saímos de Curitiba pela manhã, eu, meu irmão Paulo, Mauricio e Candido num maverick V8 vermelho que pouco se incomodava com os buracos da estrada, pois praticamente voava sobre os mesmos. Passeamos pela Lapa e resolvemos mostrar ao Mauricio a gruta do monge. Andamos, tiramos fotografias e quando nos preparavamos para voltar, derrubei meu isqueiro (nessa época eu ainda fumava) que caiu no vão de duas grandes pedras. Mal passava minha mão, e quando pensei ter pegado o isqueiro, o que veio foram três laminas metálicas de dez por dez centímetros. A superfície estava toda marcada com pequenos símbolos que não pude identificar. Guardei as laminas que ficaram em casa como peso de papel por vinte anos. Já faz outros dezenove anos que voltei a me interessar por elas e venho tentando decifrar seus símbolos, muito parecidos com caracteres árabes. Embora apenas 15% decifrado, surgiu uma história que nem a mais insana mente imaginaria. Comecei a pesquisar também a história do Paraná e da Lapa, e como um quebra cabeças, foi-se formando a uma imagem totalmente inesperada.
A primeira menção do monge da Lapa remonta dos idos de 1600. Conta-se que os primeiros tropeiros a passarem pela região faziam ali parada, pois estranhamente não haviam indígenas num raio de 900 km². Muitas tribos de ferozes Kaingangs habitavam a norte e leste, ao sul encontravam-se tribos Guaranis, porém todos recusavam-se a chegar nas proximidades da Lapa. Foi considerada uma superstição kaingang que dizia ali morar um guerreiro branco chamado jogonki marain (pai que cuida alegre e <mora> longe de casa). Com a mutação da língua e aglutinação feita pelos tropeiros, passaram a chamar esse personagem de joon marain, que acabou se alterando para João Maria. Poucas anotações temos do período que se segue. Durante algumas dezenas de anos passou quase incógnito, porém não se eximia de auxiliar quem lhe procurava, diziam que era um monge santo que usava sua agua brilhante para a cura. Sua fama de curador começou a difundir-se. Morava em uma gruta de difícil acesso no paredão formado pela separação entre o primeiro e segundo planalto paranaense. Luzes de azul brilhante sempre foram vistas próximas a gruta e tal fato criava rumores das atividades “magicas” do monge.
O povoado dos tropeiros foi crescendo e em 1769 o padre João da Silva Reis instalou a freguesia de Santo Antônio de Lisboa que em 1797 passou a se chamar Freguesia de Santo Antônio da Lapa. Em 1806, com mais de 2.000 habitantes foi elevado à categoria de Vila sendo chamada de Vila Nova do Príncipe, tornando-se comarca em 1870. Em 1872 foi desmembrada de Curitiba passando a chamar-se Lapa.
Diz a história que pela “beatificação popular” do monge Joao Maria, o pároco da Lapa solicitou ao governador Manuel Antônio Guimarães, Visconde de Nácar, a prisão do “herege” sendo então enviada uma tropa de doze soldados comandada pelo tenente Antônio Marcondes de Oliveira, que desapareceu sem deixar vestígios. Comenta-se ainda que seis meses depois do incidente, Lavínia, a filha caçula do governador, foi acometida de uma enfermidade, sendo desenganada pelos médicos inclusive da corte no Rio de Janeiro. A moléstia que deixava a menina pálida, tinha também um doloroso inchaço no abdome. Sem mais opções, o governador Manuel Antônio Guimarães, levou sua filha até o monge da Lapa sendo por ele tratada e curada apenas bebendo da agua de uma “bica” próxima. Após esse episódio nunca mais o monge foi importunado.
Embora se falem em três monges pela larga data 1600 a 1900, todos sendo curiosamente chamados de João Maria, nosso registro confirma que existiu apenas um de grande longevidade. O contato e a proximidade do monge com a população lapeana criou um vínculo de amizade que pode ser facilmente comprovado alguns anos mais tarde.
Após a proclamação da república, tropa de federalistas gaúchos comandados por Gumercindo Saraiva saíram do Rio Grande do Sul com intenção de dominar Santa Catarina e o Paraná, para em ato continuo chegar a capital do Brasil, Rio de Janeiro. Armou-se a resistência ao avanço dos “maragatos” na Lapa, Paranaguá e Tijucas. Tijucas e Paranaguá caíram facilmente frente a força invasora. Em 17 de janeiro de 1894 a Lapa foi sitiada tendo início o ataque federalista. O comando da resistência republicana, também chamados de pica-paus devido a seu boné vermelho, foi do Coronel Antônio Ernesto Gomes Carneiro. Com o poderoso exército federalista, mais numeroso e com muito maior poder de fogo, pensava-se que a Lapa também cairia prontamente como ocorreu com Tijucas e Paranaguá. Após cinco dias de cerco a situação da Lapa era desesperadora, quase sem alimentos, agua e munições. Não havia sequer tempo de sepultar os mortos, ficando cadáveres em decomposição espalhados pela cidade. Em determinados momentos a batalha tornava-se corpo a corpo pela cidade, com sangue empoçando entre as pedras lisas das ruas. Mesmo assim toda oferta de rendição dos maragatos era recebida a bala, essa opção não era sequer cogitada.
O sofrimento da sociedade que já se acostumara a respeitar, impele o “monge” a contrariar suas regras de não interferir em guerras e situações similares. Quando tudo parecia perdido, o monge surge do nada e junto ao Coronel Gomes Carneiro traçam a defesa da cidade. A noite no quartel general brilhava a luz azul e no dia seguinte, misteriosamente apareciam mais comida, agua e munições. Mesmo assim o menor número dos defensores da cidade foi fator decisivo; se no início do cerco eram 600 contra 3000, agora a diferença era assustadoramente maior. O monge ajudava a curar alguns, mas eram muitos os feridos e mutilados. Já passavam-se 20 dias de resistência. Algo nem sequer sonhado no início do cerco pelos invasores federalistas. Mas foi o tempo suficiente para que o presidente Mal. Floriano armasse uma nova linha de resistência em Itararé (São Paulo) logrando o êxito da invasão sulista. No vigésimo terceiro dia de resistência o Coronel Gomes Carneiro foi mortalmente ferido vindo a falecer no dia seguinte. Sentindo a proximidade do fim ordenou que não anunciassem sua morte, para não abalar a moral da tropa. Suas últimas palavras foram: resistam...resistam. Dois dias depois de sua morte a Lapa capitulou. Tal era seu prestigio, que quando o presidente Floriano soube que a Lapa tinha sido ocupada falou: “Se a Lapa caiu, então Carneiro morreu”.
Quando os maragatos invadiram o quartel general, não encontraram sinal do monge ou da referida luz azul.
A história não contada:
As laminas metálicas contam a história de um dos guardiões, vindo de Capela, destinado a proteger um dos três faróis galácticos da américa do sul. A gruta da Lapa faz a ligação subterrânea por milhares de quilômetros até São Thomé das letras e Machu Picchu. Para permanecer na região e poder executar seu trabalho sem expor-se, a melhor maneira seria adaptar-se, na anatomia e criar uma aura de misticismo, assim poderia agir com certa tranquilidade e não ser muito importunado. No interior da montanha está sua nave. A energia é retirada diretamente da natureza. Já repararam a intensidade de raios na região? Durante muito tempo foi relativamente fácil manter seu disfarce, com pequenas alterações faciais e a mudança do sobrenome, mantendo sempre o João Maria. Claro que ele sempre procurou de alguma forma auxiliar a sociedade lapeana pela qual adquiriu uma grande afeição.
A entrada da gruta é protegida por imagens holográficas, porém vem-se tornando cada vez mais difícil mante-la escondida. A evolução tecnológica humana começou a trazer problemas. Radares, ultrassom, Rx. Cada dia mais complicado para manter a sua camuflagem, tanto pessoal quanto da nave. Urge fechar a entrada e partir para uma diferente forma de proteção do farol. Provavelmente será obstruída com rochas. A proteção deverá entrar em sua segunda fase, que durará até a era de aquário. Época da grande ...
- A partir desta parte, o texto encontra-se totalmente danificado, sendo impossível sua tradução -.