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Mundos paralelos: o céu e o inferno

Mais de doze séculos haviam se passado desde que a Física Quântica tinha se estabelecido como a nova maneira de se ver o Universo. Ao longo dos séculos, teorias que pareciam absurdas, fantasias que só pertenciam aos livros e aos filmes de ficção ingênua ou barata, eram o cotidiano dos grandes cientistas. Eram discutidas como antes se discutiam o que um celular podia fazer ou como funcionava uma sonda espacial no começo do século vinte e um.
Foi então que aconteceu algo inesperado. Os antigos aceleradores de partículas foram substituídos por “alternadores de subpartículas”. Eles precisavam de uma quantia tão absurda de energia que não tinham permitido sua existência até então. No século 27, eles já haviam sido concebidos, mas só puderam tornar-se realidade com as novas fontes de energia e com o controle da antigravidade e da antimatéria.
O alternador de subpartículas era uma realidade. Ainda não era algo do dia a dia, mas qualquer grande centro de estudos possuía um. A gigantesca máquina não causava apreensão ou susto em Rudolf. Ele tinha se candidatado para o experimento por pura curiosidade e agora ouvia as explicações do Doutor Layman sobre o funcionamento do incrível equipamento:
-O alternador vai agir sobre todos os átomos do seu corpo. A partir de alguns segundos, você vai perceber que está em outra realidade, com outra consciência, em outro ambiente. Vai haver muitas coisas parecidas, mas para você não vai fazer diferença. Você vai ter se esquecido de tudo desta nossa realidade. Não vai ter como comparar. No entanto, nós sabemos que o tipo de pessoa que você vai ser, dependerá do que você é agora, aqui. A maneira como você interage com as pessoas neste nosso universo, como você encara os valores da sociedade, os valores pessoais, tudo isso, junto, vai definir seu novo mundo. E, precisamos avisar, não podemos garantir nada. Existe a possibilidade de você não gostar.
Diante disso, Rudolf perguntou:
-O seu assistente havia me dito que era impossível saber como a experiência tinha ido, como era o universo paralelo para onde o “paciente” havia sido lançado. Como, então, o senhor pode antecipar qualquer resultado?
-Eu entendo suas dúvidas e suas perguntas, e elas têm bastante fundamento. Não haveria como saber. No entanto, nesses doze anos, desde que o primeiro alternador foi acionado, houve dezessete casos em que o paciente “voltou”. Quando a experiência terminou, seus corpos estavam lá, no mesmo lugar. Você sabe, já explicamos, que quando você vai para um universo paralelo, seu corpo desaparece aqui do nosso, certo?
Rudolf, balançou a cabeça afirmativamente. O doutor continuou, então, sua dissertação:
-Nesses casos, lá estava o corpo. Quando isto aconteceu pela primeira vez, pensamos que a experiência tinha falhado. Logo depois, entretanto, percebemos que tinha acontecido algo diferente. Por algum motivo desconhecido, essas pessoas foram até lá e voltaram. Nas primeiras horas elas se lembraram dos instantes que passaram do outro lado. Eles tinham uma história nesse outro lugar, uma espécie de consciência, lembranças de tudo que havia ocorrido com elas. Fizemos uma comparação das duas vidas: entre esta e a nova vida “alternativa”. Havia uma correlação. Aqueles que tinham uma personalidade que chamamos de “negativa”, acabaram indo para uma realidade desse tipo. Da mesma forma que os que tinham personalidade “positiva” foram para uma realidade semelhante. Em outras palavras, parece que o “céu” e o “inferno”, de certa forma, existem. Talvez seja uma reminiscência longínqua de uma grande civilização que tenha alcançado a mesma evolução que nós e tinham essa capacidade de “alternar universos”. Talvez tenham desaparecido por alguma catástrofe, mas o “conceito” ficou em forma de “paraíso e trevas”.
E o Doutor Layman deu um sorriso que tinha um significado ambíguo. Ironia? Ou estaria falando sério?

Rudolf, então, teve alguma dúvida em prosseguir com o seu projeto. Era ele material do inferno ou do céu? No fim, decidiu continuar. Foi de encontro a seu infinito.


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Flávio Cruz
Enviado por Flávio Cruz em 27/11/2014
Código do texto: T5050865
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