Conto : Foi apenas um pesadelo!
Estávamos no ano de 2.049. Eu sabia por que eu já tinha 101 anos. Não me lembro de todos os meus familiares, apenas de alguns. Acompanhada de uma amiga minha de 102 anos e minha filha de 70 anos , mas que ainda era nova fisicamente chegamos a minha antiga casa. Era a casa que eu fui criada. Mas esta estava muito engraçada. Era uma construção maior, com paredes bem altas, como muralhas, as paredes não eram rebocadas e o vermelho dos tijolos aparecia destacando um tom avermelhado na casa toda. Lembro que vi muitos cômodos , mas não sabia qual era o meu. Olhei por todo o lado, não vi minha mãe. Então convidei a minha amiga e a minha filha para irmos ao quintal. Tal não foi a surpresa. Achei bonito o jardim que estava no quintal. Vi seis vasos feitos com seis panelas de ferro, penduradas por correntes ou cordas , não recordo bem, em um local do jardim. Em outro local seis pneus de carros, grandes, plantados de flores miudinhas e coloridas. Fiquei olhando e gostei do que vi. Ainda contemplei árvores centenárias rodeando todo o espaço do quintal. Olhamos para a casa e parecia que havia uns papéis prateados incrustados em várias partes das paredes da casa. Uma casa que não havia o que comer.. Parece que havia apenas quartos. Nada de cozinha , não havia comida ali. Mas a cidade estava toda esquisita. Depois disso decidimos sair, dar uma volta pela cidade. Estranho aquela sensação. A cidade estava lotada d e habitantes. Parecia que havia uma feira no centro da cidade. Mas a feira era composta por objetos antigos, bem esquisitos. O movimento era muito. Pessoas iam e vinham. A maioria era pessoas de mais de cem anos. Não recordo de ter visto crianças e jovens. Só pessoas de setenta em diante. As ruas estavam velhas, não havia nada bonito. Ruas lotadas de gente, bugigangas por todo lado, uma língua diferente, nada de tecnologia. Era como se eu vivesse vivendo na época dos primatas. Coisa esquisita. Andamos bastante até chegarmos num bar. Pedimos uma bebida , não era para refrescarmos , pois nem sol nós vimos. Era tudo sombrio , frio e escuro. Parece que não havia mais dia. Até que enfim as bebidas foram servidas mas nunca soube o que bebemos. Senti meus olhos piscando e então descobri que estava acordando de um pesadelo. Quando abro os meus olhos, ouço um barulho d etelevisão , volto os meus olhos em direção e dou de cara com um mar enorme, lindo, azul. Barcos a motor passeavam no meio domar. Vi as águas domar se encontrarem numa marola. Viajei naquela imagem , achando linda , maravilhosa. Num lugar qualquer , na areia, um casal estava sentado olhando tudo aquilo que eu via. Nesta altura já havia percebido que havia tido um pesadelo. O que tirei de proveito foram apenas as flores, as árvores, essas maravilhas que são sempre minhas companheiras no dia a dia. Ainda fiquei olhando aquelas águas azuis e senti triste. Mas uma tristeza alegre, pois acordei vendo o mar, mesmo que tenha sido pela televisão, algo que sempre me inspirou a escrever. Não posso esquecer como eu já estava com 101 anos...já velhinha! Que sonho d eficção científica mais engraçado! Aff!
Autora : Margareth Rafael