UNIVERSOS PARALELOS

Entrevista concedida pelo professor ARMAND TÉZIS ao jornalista Silvio Chaves, do jornal “Nossa Terra”.

SV – Professor Armand, como inserir sua teoria de Universos Paralelos dentro do Universo que a ciência nos apresenta atualmente?

AT – O Universo que conhecemos é, na verdade, um imenso vazio – eu diria, um vazio infinito – pontilhado de inúmeros corpos celestes, nuvens de matéria e até de anti-matéria, que são os “buracos negros”. Essa matéria e anti-matéria ocupa um espaço ínfimo do Universo. A maior parte – eu diria, noventa e cinco, noventa e seis por cento – é um tremendo vazio,onde a energia flui em total liberdade. Esse “vazio” existe apenas para nós, incapazes de detectar as outras dimensões. E é nesse “vazio” que estão os Universos Paralelos.

SV – Como explicar, em termos que todos possam compreender, a sua teoria dos Universos Paralelos?

AT – Nosso universo, este que conhecemos e no qual vivemos, é um universo binário. O equilíbrio está na alternância positiva/negativa. O sim e o não. O branco e o preto. O bem e o mal. Para cada situação, fato, questão, interação, há, num primeiro momento, duas respostas: sim ou não. Os Universos Paralelos surgem desse sistema binário: eles se desdobram através do sim/não. Nosso universo binário gera outros universos positivos ou negativos. Para cada situação, fato, questão, encontro, e até pensamentos, há inicialmente duas respostas. Cada resposta desencadeia uma sucessão de desdobramentos, conseqüências, em outras dimensões, em universos paralelos. Assim, há uma infinidade de universos. Quando os cientistas constatam que o “nosso” universo é na maior parte um “vazio”, é porque eles não têm condição de contatar as outras dimensões que existem paralelamente com a dimensão do “nosso” Universo.

SV - É possível equacionar essa teoria?

AT - Vale a pena reproduzir a estrutura básica da Teoria dos Universos Paralelos, que está demonstrada no meu livro Destino e Determinação. Imaginemos uma situação em que estou em frente a uma igreja. Devo exercer uma ação. Essa ação vai desencadear uma série de outras ações. Para efeito de identificação, digamos que todas as respostas “positivas” são A, e todas as “negativas” são B.

Situação : Estou defronte a uma Igreja . Posso fazer duas coisas:

Entrar na Igreja (Situação Sim, A )

Seguir Caminhando(Situação Não, B)

Em continuação à situação A, posso:

Ajoelhar-me e orar (situação AA)

Acender uma vela no local próprio (situação AB)

Ou, se seguir caminhando, (situação B) criarei mais outras situações:

Caminhar até o supermercado (situação BA)

Caminhar até o ponto do ônibus (situação BB)

Se continuar orando na igreja (situação AA),posso:

Orar com fervor e atenção (situação AAA)

Entrar em devaneios e pensamentos outros (situação AAB)

Após acender a vela (situação AB), posso:

Permanecer na Igreja ( situação ABA)

Sair da Igreja (situação ABB)

Ao chegar defronte do supermercado, (situação BA) posso:

Entrar no supermercado > situação BAA

Continuar caminhado > situação BAB

Ao chegar ao ponto do ônibus (situação BB), posso:

Tomar o Ônibus para o centro da cidade > situação BBA

Tomar o ônibus para o bairro >situação BBB

E assim indefinidamente. Cada letra A ou B significa que uma nova situação foi criada e uma outra dimensão foi acessada, a partir da situação anterior.

SC – E nós estamos presentes em todos Universos Paralelos, ao mesmo tempo?

AT - Sim. Estamos presentes em todas as outras dimensões. Assim como esta dimensão é um segmento de N alternativas que tomamos no passado, continuamos, com nossas afirmativas e negativas, a criar novos segmentos, dos quais somos partes integrantes.

SC - Como são criadas essas novas dimensões?

AT – Através de nossas atitudes, ações e pela força do nosso pensamento. Todas as dimensões são universos de energia. O pensamento é uma onda de energia com tremendo potencial de criatividade. Quando emitimos um pensamento, essa energia parte de nosso cérebro e jamais se extingue. Essa onda de energia é sintonizada por outras mentes, outras inteligências, forças criativas ou destrutivas, que irão construir, realizar, ou destruir (se for pensamento negativo) a partir do pensamento emitido. Ou fica armazenada no Inconsciente Coletivo. Júlio Verne afirmou, com a autoridade de quem emitiu muitos pensamentos para futuras realizações: “Tudo o que uma pessoa pensar, ela mesma ou outras pessoas poderão realizar”. Através de afirmativas e negativas, vamos criando Universos positivos ou negativos.

SC – Quer dizer que pessoas com pensamentos negativos estão criando sempre Universos Paralelos de negativismo?

AT – Claro. Você se expressou bem: sempre há Universos Paralelos em que situações positivas criam negativas e vice-versa. Mas há dimensões que podem ser, continuamente, AAAA ou BBBB - indefinidamente positivos e indefinidamente negativos.

SC – O professor poderia exemplificar?

AT – Veja Hitler, por exemplo. O Hitler de nosso Universo, claro. Suas ações desencadearam reações A e B. Mas no nosso Universo, só conhecemos as reações do tipo B, negativas. O tempo todo. O Universo criado por Hitler, na dimensão que conhecemos, é uma infindável série de respostas do tipo B: negativas, negativas, negativas. BBBBB ad infinitum.

SC – E um exemplo de Universo positivo, qual seria?

AT – Os grandes santos criam sempre Universos do tipo AAA. Jesus, Buda, São Francisco. Importantes humanistas, como Gandhi, Madre Tereza de Calcutá. Mas nós mesmos, cada um de nós, dentro de nosso âmbito, podemos ser pessoas geradoras de universos AAA>infinito ou BBB>infinito, conforme nossas ações e pensamentos.

SC – Mas como é que Jesus, que sempre pensou, pregou e viveu num Universo de respostas positivas, pôde sofrer tanto e acabar crucificado?

AT – Em algum momento de sua vida, neste Universo de nosso conhecimento, houve uma opção do tipo B. Foi na meditação do Monte das Oliveiras. Ali, fez a aceitação pelo segmento B, que culminou com sua crucificação. E por falar no Mestre: Ele mesmo nos mostrou, por diversas vezes, que podemos sempre optar pelo segmento A, positivo. Quando nos aconselhou a oferecer a outra face ao sermos esbofeteados , Ele quis dizer justamente isto: ao ser provocado para criar Universos paralelos do tipo B, devemos criar mais universos do tipo A, a partir de uma atitude ou resposta positiva. Este é o ponto transcendental da criação de Universos Paralelos. Oferecer a outra face à agressão, à mentira, ao ódio, à violência, ao negativo, enfim, significa um SIM consciente, que irá criar Universos Paralelos de paz, felicidade e amor.

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Antonio Roque Gobbo –

Belo Horizonte, 15 de novembro de 2001.

CONTO # 124 DA SÉRIE MILISTÓRIAS

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 06/04/2014
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