A felicidade de ser amado
Adorava aquilo e seu frenético rabo não esconderia nem se quisesse.
Corria de um lado para o outro brincando como nunca antes havia brincado.
Seu dono nunca lhe dera muita atenção, porém agora, em um momento de estranheza e infinito divertimento, não paravam de brincar.
Deitou-se exausta no chão. Arfava tanto que, se não estivesse com tanta sede, gotículas de saliva pintariam a terra enquanto sua pendurada língua repousava...
... porém lá vinha ele... seu querido dono, a única pessoa que se importara com ela. O homem mancava sofregamente em sua direção naquela provocativa pose de quem quer brincar, mantendo as feridas mãos em riste querendo alcançá-la. A boca aberta querendo...
Rapidamente se levantou e em um movimento brusco saiu correndo. Seu companheiro de brincadeira soltou um grunhido por quase a tocar. Virou-se agilmente e com as patas abertas assumiu sua típica posição de alerta... agora era só esperar ele vir para a brincadeira continuar.
Queria que aquilo nunca acabasse.
Queria que seu dono nunca mais a deixasse sozinha naquele cubículo onde ficara por tanto tempo.
Desviou de uma investida.
Sua pata tremia de exaustão, porém não se importava.
Não deixaria a brincadeira parar por causa de si mesma, NUNCA! Iria aproveitar até o último instante.
Não deixaria passar aquele singular momento de felicidade.
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