Octaedri - 8

Kooru sai da mansão junto com Gutérres e Máryan e se dirigem até

um casebre de madeira bem feito e de cor envelhecida. Entram por uma porta e se deparam com uma mesa cheia de escrituras antigas.

- Vamos guardar tudo isso bem guardado- Disse Kooru

- O Pessoal deve estar vindo ai para queimar tudo !- Disse Gutérres .

Máryan começa a guardar tudo em um baú de bronze e fecha bem fechado, enquanto os 2 saem com alguma coisa velha.

Máryan toca em uma taça com vinho e cheira mas , não joga fora, apenas coloca de lado , bem junto a uma cabaça. Ela percebe que ao toque na taça o vinho ferveu. Então toca de novo e vê o fervilhar.

- O quê é isso?- Pergunta ela assustada - Ao meu toque ele ferve.

- É isso mesmo Menina !- Disse Kooru entrando e vendo o que aconteceu - Você tem dons que nem imagina.

- Para que vai servir?

- É agora que você vai saber o que fazer!- Disse Kooru se aproximando dela e tocando-a no ombro direito - Sente-se na cadeira -

Aponta para a cadeira ao lado da mesa.

Máryan obedece e se ajeita na cadeira , se colocando de modo confortável.

- Feche os olhos- Disse Kooru tocando a testa dela calmamente.

Gutérres pega a taça de vinho e entrega a Kooru. Este pega e a leva até os lábios de Máryan que sente o cheiro.

- Vinho !- Exclama ela.

- Beba-o todo !- Fala Kooru passando a taça para as mãos dela que obedece prontamente. Bebe tudo de uma vez e treme o corpo levemente. A respiração fica um pouco sôfrega e depois vai se acalmando aos pouco até ficar totalmente calma.

- O que vê ?- Pergunta Kooru colocando o dedo indicador entre os olhos dela - Fale pausadamente para entendermos.

Máryan dá 3 respirações profundas e depois relaxa falando :

- Vejo muitos homens e cavalos vindo para cá . Um homem da igreja na frente com jeito de mal...ele lidera e todos o teme....daqui a pouco estarão aqui.

- Muito bem ,menina.- Kooru une as mãos na altura da boca- Preste atenção nas árvores no caminho que fazem....muita atenção.

O lugar fica silêncioso enquanto Máryan parece meditar.

- Quase posso tocá-las.

- Toque-as.

- Posso balançar as folhas!

- Balance-as !

- Estou conseguindo balançar até o tronco!

-É o que vai fazer agora com toda força.

Padre Lorenzo segue a frente do grupo e vê as copas das árvores próximas balançarem com muita força. Seu cavalo relincha e empina.

Todos os cavalos parecem fazer o mesmo e empacam.

- Que diabos está acontecendo?- Perguntar o abade se dirigindo para junto de Lorenzo . Aponta para as árvores ao longe - Veja !- Olha a seu redor - As árvores só balançam próximas de nós!

- Demônios!- Grita um soldado sendo logo acompanhado pelos outros.

- Demônios ! Demônios ! Demônios!- Gritam todos.

- Não vamos temer isso !- Disse Lorenzo sendo jogado para o chão pois, seu cavalo parece muito assustado - Em nome de Deus isso para agora !- Grita com toda a força.

Parece que a coisa fica pior e se torna em um vendaval.

Seus homens começam a abandonar o local em desespero e gritando. As árvores giram as copas e folhas secas caem . Poeira do chão seco se levantam e parece se formar um tornado.

Após ver todos se debandarem, inclusive o abade, Padre Lorenzo sai correndo acompanhando-os.

Algumas espadas ficam para trás e os cavalos desaparecem. Por algum tempo as árvores balançam e depois cessam.

Máryan sorri e fala balançando o corpo:

- Foram todos embora !

- Então você vai acordar aos poucos e continuará sentada.