Saga Novo Tempo - Prólogo Parte II
A sala de meu pai não ficava muito distante dali. No caminho passei um rádio para Eddie e Jane, pedindo para eles transmitirem a reunião para mim pelo rádio.
Entrei na sala e me sente. Ela estava vazia, era uma sala bem aquecida.
No rádio muita gente conversando até que todos se calaram e pude ouvi apenas a voz de Clark:
—Senhores, senhoras. Para quem ainda não o conhece, este é o Doutor Norrinson, chefe da divisão ambiental responsável pelas recentes descobertas. Doutor aquela é a sua cadeira, sua prancheta está lá
Nas telas estão da direita para a esquerda, respectivamente: Os chefes de estado dos EUA, Canadá, Brasil, Reino Unido, China, Coréia do Sul, Japão, África do Sul, Espanha, Itália, França, Índia, Israel, Alemanha, e seis dos empresários mais influentes do planeta: Três americanos, um chinês, um brasileiro e um sheik árabe. E os que encontram-se pessoalmente você já conhece. São os chefes de cada divisão. Esta reunião será presidida pelo senhor presidente dos EUA e tem seu início agora. Com a palavra, George W. Bush:
—Senhores chefes de estado, empresários e pesquisdores. Guardem bem o que vão ouvir aqui. Pois nesta reunião, totalmente sigilosa, será debatido o futuro da raça humana.
Eu fiquei boquiaberto com o que estava ouvindo. Ali se encontravam reunidos 20 das pessoas mais poderosas e influentes do planeta. Era quase todo o poder do planeta seja ele financeiro, militar, tecnológico, energético ou recursos naturais. Ali só faltavam Rússia, Coreia do Norte e dois ou três empresários para essa concentração de poder ficar à cima de 99%.
—Senhor Norrinson. –Disse Bush. –Vamos começar por sua divisão.
—Sim Senhor. –Respondeu meu pai –Klarc, é com você.
—Certo. Como todos já sabem, nos últimos trinta dias, nós tivemos as três maiores temperaturas já registradas no ártico, desde quando a temperatura começou a ser medida. Com isto, este mês que é o fim do verão, também foi registrado a maior área de derretimento de gelo. Isso não seria de tanta importância, não fosse pelas descobertas do doutor Hary.
—Obrigado Sr. Klarc. Senhores eu sou David Hary, chefe da divisão de geologia. Em um dos nossos estudos, voltado para o manto e o núcleo da Terra, descobrimos a existência de uma partícula instável de íons. Isto é muito raro, pois o solo é composto quase que totalmente por partículas neutras e ânions. Por isso que atrai a eletricidade.
Bom, acontece que essas partículas ficam no núcleo e se espalham um pouco para o manto, geralmente na direção dos pólos, pegando carona na força do campo eletromagnético.
Existem momentos em que elas ficam mais instáveis e agitadas e chegam mais próximo da superfície. Nós sabemos que partículas instáveis geram radiação e consequentemente, calor. Não havia relação entre elas e a temperatura da superfície. Até agora.
Quando eu vi as datas do registro de temperaturas do doutor Norrinson eu fiquei pasmo. Pois elas coincidiam com as datas de maior agitação e proximidade das partículas. Foi aí que eu convoquei uma reunião geral e é aí que entra a doutora Cristina.
—Obrigada doutor Hary. Olá Senhores eu sou Carla Cristina chefe da divisão espacial e representante da NASA. Se a NASA não tivesse colocado esta divisão aqui, nós jamais cruzaríamos estes dados, e jamais descobriríamos tais informações.
É o seguinte: Há muito tempo que nós observamos e estudamos o Sol, seu comportamento e sua influência no planeta Terra. O Sol é uma estrela que está na fase adolescente de sua vida e portanto, muito instável. Nossos estudos sobre o sol é voltado principalmente para os raios que ele projeta, bem como para suas erupções, também conhecidas como tempestades solares. O Sol projeta vários tipos de raios, os mais conhecidos são os gama e os ultravioleta. O Sol assim como a Terra tem uma atmosfera. A atmosfera solar impede a projeção em massa desses raios, assim como anula totalmente outros raios. Quando a tempestade solar acontece, a erupção pode atravessar a atmosfera, assim os raios são liberados na direção em que aconteceu a erupção. Nós já sabíamos que as erupções solares interferem na transmissão de energia elétrica e em equipamentos eletrônicos.
Quando o senhor Hary convocou a primeira reunião eu achava que a minha presença era desnecessária, mas depois vi que era fundamental. Como podem ver nesta comparação feita por gráfico, a agitação e a proximidade das partículas de íons da superfície, bem como a alta das temperaturas, coincidiram com a chegada na Terra, de raios solares liberados nas três maiores erupções voltadas para a Terra já observadas. A data da maior erupção é bem conhecida por todos como "O Dia Pré Histórico". Quando ocorreram apagões em vários países e levamos quase 3 dias para restabelecer as conexões de Internet, devido à queima de diversos dispositivos eletrônicos por todo o planeta.
Vários raios funcionam como raios x, atravessando o planeta e atingindo o núcleo. Fazendo com que as partículas de íons, que como nós sabemos, são eletrizadas, ficassem mais instáveis e agitadas, chegando mais perto da superfície, emitindo mais radiação e gerando mais calor. Isso fez com que a temperatura da superfície, fosse alterada pela primeira vez pelas partículas. Doutor Hary.
—Obrigado doutora Cristina. Este, senhores, é apenas um acontecimento instantâneo. Com certeza haverá consequências futuras drásticas. Foi notada uma leve alteração no tamanho do núcleo terrestre pressionando o manto contra a crosta. Temos certeza disso, porque sugiram dois novos vulcões e um foi reativado. Além disso, terremotos fortes foram sentidos nas mesmas datas citadas nos relatórios. Isso mostra que a quantidade dessas partículas no núcleo é muito grande. E uma tempestade solar muito forte, pode na melhor das hipóteses derreter todo o gelo, Ártico e Antártico, e na pior hipótese causaria o colapso da crosta terrestre e até a explosão do planeta. Doutor Norrinson
—Obrigado doutor Hary. Na verdade as duas coisas aconteceriam nesta mesma ordem, é claro. Primeiro as calotas entrariam em colapso, jogando bilhões de toneladas de gelo no oceano e inundando centenas de cidades no mundo. Os oceanos temperados e tropicais resfriariam rapidamente, paralisando as correntes marinhas, que mantém aquecidos os oceanos árticos e antárticos. Isso, junto com a redução brusca do percentual de sais na água, faria com que os oceanos glaciais e temperados congelassem quase que totalmente. Trazendo à Terra uma nova era do gelo. Isso se o núcleo não se expandir o suficiente para destruir a crosta, e transformar o planeta numa bola de fogo.
Eu estava tentando imaginar as caras de todos olhando para o meu pai. Se eu tivesse um espelho bastaria olhar para a minha. Eu escutava tudo em silêncio, não conseguia imaginar que uma evolução que durou cerca de quatro bilhões e meio de anos pudesse regredir a estaca zero em uma simples tempestade solar. Quer dizer, nem tão simples. Já que uma erupção solar pode ter dezenas de vezes o tamanho da Terra.
—Doutora. –Disse meu pai.
—Sim, doutor.
Bom. A pior informação vai vir agora.
As nossas pesquisas mais recentes concluem que no final de 2012, daqui a exatamente dez anos acontecerá uma tempestade solar com proporções inimagináveis, capaz até de engolir Mercúrio se ele estiver na frente, será voltada para nós.
Isso quer dizer que: Se todos os estudos aqui apresentados estiverem corretos, o que todos afirmam que estão, vai acontecer o que os Maias já previram há muito tempo: O fim do mundo em 2012.