PERDIDOS NO ESPAÇO – PARTE 8
PERDIDOS NO ESPAÇO – PROJETO JUPITER – PARTE 8
´´O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.´´
Fernando Sabino
Anteriormente...
Esse ultimo salto os trouxera coisa de um dia mais longe do ponto onde estavam, em relação à Terra. Mais um dia e chegariam ao Sistema Solar, e em poucas horas chegariam à Terra. O Dr. Smith era o mais insistente ao retorno à Terra. Ainda assim foi uma surpresa ao adentrarem o Sistema Solar que a nave, conseguindo captar, ainda que de maneira muito precária, os canais de TV da Terra, descobriu que uma nave alienigena gigantesca os estava atacando e eles não estavam conseguindo resistir. E quase imediatamente o robô avisou que uma pequena nave, saida da nave mãe, estava em rota de interceptação com a Jupiter II. O que fazer? Tentar ajudar a Terra, ou ir de encontro à capitã Lilian.
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- Já conseguiu contatar o Comando da Terra, Major? – perguntou o Professor Robinson, que dera a ordem de parar a Jupiter II, assim que adentraram o Sistema Solar.
- Não Professor, até agora não houve resposta, mas nossa comunicação está sendo interceptada pela nave desconhecida.
- Mas já podemos ver a nave? – Eles detectaram que a Terra estava sendo atacada pelos canais de TV, que não mostravam o que os estava atacando. De onde estavam também não tinham um contato visual. O que fazer? Eles tentavam voltar à Terra para que o Comando os orientasse para a busca da Capitã Lilian, mas a Terra estava, aparentemente inoperante. Será que eles conseguiriam ajudar de alguma maneira a Terra e não perdem a Capitã para sempre?
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A solução veio da própria nave desconhecida que rumava na direção deles, também como, eles detectaram que várias naves menores, caçadoras, vinham com seus armamentos ligados. O embate os destruiria, com certeza, e a única solução no momento era fugir. Depois de feito os cálculos, deram um novo salto ao desconhecido.
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Dessa vez o salto demorou mais, mas chegaram de uma forma mais ordenada. Maureen, Penny, Will, Judy e o Dr. Smith ficaram em hibernação, enquanto o Professor Robinson e o Major Don West tentariam umamanobra arriscada e desconhecida: no meio do salto desacelerariam a nave e depois acelerariam novamente, antes de ela parar por completo. Eles não sabiam o que poderia acontecer, mas o robô os instruiu para assim o fazer.
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O salto no espaço, aparentemente deu certo dessa vez. Nada anormal aconteceu e acabaram chegando ao seu destino. O robô conseguiu detectar que aquele era o universo onde Lilian estava. Em dois dias a velocidade máxima, chegaram ao planeta Lar.
O imenso disco voador, de dois andares, que era a Jupiter II entrou no espaço do planeta, tentando rastrear onde a Capitã Lilian descera. Mas para surpresa eles detectaram dois sinais humanos: um era o de Lilian, mas de quem seria o outro?
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A Jupiter II detectou também um outro sinal, num lago próximo. Era um sinal de rádio, da Jupiter III, um SOS. Havia alguém dentro da nave, pedindo socorro, mas quem seria? E como a Jupiter III chegou àquele planeta?
O ar do planeta tinha agentes nocivos aos humanos. Judy conseguira sintetizar um remédio que duraria algumas horas apenas, mas que os permitiria andar naquele lugar e resgatar a tripulante perdida.
O Professor Robinson, o Major West e Will foram no carro de encontro à nave Jupiter III, descobrir quem estava pedindo socorro. O Robô, Maureen e o Dr. Smith iriam de encontro aonde estava Lilian. As ordens eram para observarem o que estava acontecendo e se comunicarem constantemente. Judy e Penny ficaram na Jupiter II, com as portas fechadas, segundo a ordem de papai.
O carro era um protótipo largamente testado na Terra, nos locais mais inóspitos possíveis. Tinha a aparência quadrada de uma perua grande, com esteiras de trator no lugar de rodas. Com vidros enormes em todo o seu redor, dava uma visão quase absoluta, de todo o seu redor.
Chegaram, uns quinze minutos depois ao lago e o carro encaminhou-se para a sua beirada, entrando nele. Os comandos do carro mostravam a topografia do lago e um enorme Disco Voador no meio dele. Will ainda avistou alguns peixes estranhos, que achou serem de um período pré-histórico do planeta.
Próximo à nave Jupiter III, no fundo do lago escuro, onde as luzes do carro refletiam diretamente no casco da nave afundada, tentaram se comunicar, mas não obtiveram respostas. O Major West então vestiu uma roupa de mergulhador e nadou até a nave. Achando uma porta lateral, logo estava na ponte, onde alguém estava sentado na cadeira de comando.
Quando a pessoa que estava sentada na cadeira da ponte se virou, o Major levou um susto, mas no bom sentido, pois a pessoa que estava ali era uma moça lindíssima e sensual. Com vestes seminuas, e jeito meigo, desarmou completamente o Major, que via-se instantaneamente apaixonado por ela.
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Do alto de um morro próximo Maureen e o Dr. Smith viram, com potentes binóculos, que um rapaz desconhecido, vestido sumariamente com peles de animais, entrava numa cabana improvisada de peles, levando o que acharam que era comida, num pequeno pote. O robô afirmava que a Capitã Lilian estava lá dentro.
Colocando as armas em tonteio, os três desceram até o acampamento.
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Will, por falta de maiores opções, decidiu seguir o meteoro que caira no planeta. Durante dois dias rumou até os desertos gelados do Pólo. Will deparou-se com dois rastros deixados na neve. Alguém, que poderia ser sua mãe, ou seu pai, estava fugindo de um urso das neves, como batizaram seus pais o estranho animal branco de dois metros e meio, feroz e carnívoro, que habitava ali. Fosse quem fosse , estava em grande perigo de vida.
Numa reentrância na neve, que nem era uma caverna, mas um buraco, estava uma moça, para surpresa de Will. Era questão de tempo. Will sabia que era só esperar, que esses animais acabavam saindo de perto da presa, quando não a conseguiam pegar logo de cara, para que ela fugisse e ai então ele aparecer novamente e caçar.
Não demorou muito e duas horas depois, o enorme e feroz urso da neve, afastou-se bastante, indo além de um morro próximo, ficando contra o vento, para que o que fosse não detectasse o seu cheiro. Will sabia de tudo isso e logo correu para pegar a moça que estava meio desmaiada, com sinais claros de hipotermia. Will precisava tirá-la logo dali, pois ela estava morrendo congelada. Foram mais algumas horas de fuga, até que chegando já a locais mais quentes, o animal parou de persegui-los, voltando ao seu habitat.
Will levou a moça para a sua tenda e cuidou dela durante todo o período de febre, que durou dois dias de sóis e luas.
Ele nunca tinha visto outra mulher a não ser a sua mãe, Penny, que também era linda, mas a moça era diferente. Ele sabia, pois seus pais o ensinaram tudo o que sabiam, apesar dos parcos recursos, que existiam muitas pessoas de onde vieram, a Terra. E lhe disseram também que um dia ele encontraria alguém e casaria. Só o que ele não sabia é que seus pais não tinham idéia de como sairiam dali, se é que saíssem um dia.
De repente a cabana foi invadida por um homem de lata, uma mulher e um homem. Will tentou pegara lança, mas levou uma descarga de um raio desconhecido, azulado, e caiu desmaiado.
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A nave Jupiter III, com o Major West dentro, começou a acender todas as luzes e a funcionar, num claro sinal de que levantaria vôo. O professor Robinson, guiou o carro o mais rápido que pode até a Jupiter II, e viu de longe, que a nave estava sendo atacada pela Jupiter III, que chegara antes deles. Ai ele lembrou-se que só estavam na nave Judy e Penny.
Continua...