Rednav IV: A bela de Jaskaol

Tudo ia bem, noite enluarada, e céu estrelado, estava calmo e compenetrado em em minha oficina confeccionando um artesanato. A base era de bambu e pensei em colocar a pedra de Jaskaol que tinha aparecido em meu bornal, da última vez que visitei o planeta Rednav, para ornar aquela criação tão natural, de mineral e vegetal. Quando peguei a pedra ela começou a emitir feixes de luzes me deixando meio tonto, cai e desmaiei.

Nisso minha mãe escutou um barulho e subiu á oficina para verificar, chegando abriu a porta e deparou com meu corpo estirado e inerte, pegou minha cabeça e começou a abanar me chamando:

-Teodoro, Teodoro!

Acordei com as vistas ainda embaçada, os olhos lacrimejantes e não conseguia conversar.

Minha mãe pegou no meu braço e me levantou perguntando:

-Teodoro, o que aconteceu com você?

-E essa pedra que estás segurando?

-Tentei retirar mas você não largava?

-E essas luzes saindo desse objeto?

Tentei conversar mas não conseguia, acenava mas minha mãe não entendia.

-Teodoro o que você anda aprontando, ultimamente andas muito estranho, tenho reparado que estás muito solitário?

-Tentei explicar mas a minha voz estava embargada, presa, como se alguém estivesse me impedindo de falar.

Levantei fiquei pensando um pouco e sentei na cama.

Minha mãe perguntou:

-Teodoro você está bem mesmo?

-Acenei que sim.

Minha mãe pegou aquela pedra e levou com ela.

Não pude evitar, fiquei preocupado com medo do que ela podia fazer com aquela pedra.

-Teodoro você vai se deitar agora, chega de ficar construindo esses objetos artesanais, veja acho que é de tanto firmar as vistas!

Olhei, dei aquele sorriso amarelo e concordei.

Tentei dormir mas não conseguia.

Minha mãe foi para o quarto e adormeceu rápido, fiquei preocupado pois tinha uma luz que vinha pelo corredor, era uma luz violeta, passou alguns instantes ela apagou.

Não escutava passos e nem via alguma sombra.

Tudo silenciou, e comecei a pegar no sono.

A janela do meu quarto que me iluminava todas as noites, estava fechada com uma cortina, quando olhei e percebi uma faixa de cor violeta nas frestas. Fiquei paralisado, pensei, refleti, e a luz ficava cada vez mais forte, a janela tinha um aspecto de portal.

Levantei abri a cortina e olhei aquela beleza de luz, ela me cegava, tonteava, apaguei.....

Quando acordei estava em um lugar cheio de árvores, animais muito estranhos mas lindos, sentei olhei ao meu redor, não conseguia entender que lugar era aquele, firmei os olhos no horizonte e vi uma montanha, firmei mais os olhos e avistei um feixe de luz saindo de seu cume, parecia que ele vinha ao meu encontro.

Levantei e comecei a andar, observando cada detalhe daquele paraíso, caminhei e deparei com uma criatura cheia de espinhos coloridos, seus olhos pareciam duas lanternas de cor violeta, parecia um cachorro ou um lobo, mas muito belo. Chegou perto de mim, fiquei meio assustado, mas ele tinha uma fisionomia bem interessante que não representava ameaça, foi chegando, chegando e me tocou, senti uma descarga de luz e meu corpo parecia pairar no ar, quando olhei estava levitando com aquela criatura, rumo a aquela montanha onde avistei aquele feixe de luz.

A criatura uivava e me tocava com uma alegria, não entendi mas achei muito engraçado e tocante, parecia que me conhecia a muito tempo. Quando chegamos perto daquela montanha, comecei a avistar uma luz bem forte de cor violeta, pousamos serenamente naquela montanha e a luz chegou bem perto de mim, me envolvendo.

A luz me envolvia cada vez mais, tornando uma densa cortina ao meu redor, fiquei com um pouco de medo.

De repente a cortina de névoa começou a dissipar e avistei um vulto a minha frente, a criatura era magra, esguia, e de uma cor violeta a lilás, quando a névoa dissipou quase que completamente visualizei com mais nitidez, era uma rednaviana muito bonita, de lábios carnudos, corpo perfeito um brilho nos olhos cor de mel, uma perfeição, reconheci sorri e disse:

-E você Rerflakaya?

A criatura me disse conversando telepaticamente:

-Sim Teodoro, achei que nunca mais ia te ver?

-Eu é que achei, minha querida, pois seu planeta é longínquo e em outra galáxia?

-Ha Teodoro, eu teleportei para seu planeta, mas uma figura entrou no seu quarto assim que começamos a nos contactar quem era?

-Ha sim, aquela é a minha mãe e chama Mitakássia!

-Pois é eu tive que fazer ela adormecer para te trazer para cá!

-Mas o que foi que aconteceu Rerflakaya?

-Rednav sofreu um duro golpe, alguns guardiões foram contaminados por uma névoa negra e estão agindo de maneira contrária a luz, que sempre fora o regime eterno de nosso planeta!

-Mas o que eu um simples mortal posso fazer?

-Os humanos possuem uma força interior jamais vista e sentida no universo, eles passam por avarias e sempre acreditam no reverso das situações, por isso os outros seres de várias galáxias sempre tentaram entrar em contacto com vocês!

-Poxa! estou sentindo um grande aperto no coração, e um nó na mente, pois acreditava ao contrário?

-Rerlorkay ficou com ciumes aquela vez que você veio, porque ele já sabia do que estava acontecendo, a cúpula escondeu que os guardiões estavam sendo contaminados e só um humano podia ajudar!

-Agora entendo, pois ele é uma criatura tão terna e doce, mas agiu diferente assim que nós nos encontramos?

-Quando ele me tocou a primeira vez foi uma viagem tão fantástica e preenchedora que jamais senti!

-Teodoro, você não sabe o que é capaz!

-Você é que tocou os rednavianos!

-Jura?

-Não só eles como eu!

Fiquei um pouco pensando e perguntei:

-Rerflakaya, você já amou alguém?

-Por que perguntas?

-Desde que te vi, não parei de pensar um só momento, em quando iria retornar para ver criatura tão linda e fascinante!

-Teodoro, eu senti a mesma coisa, mas Rerlorkay me tirava de mira, sentindo ciumes por eu ser sua irmã!

-Conversei com ele e os guardiões e chegamos ao consenso de que precisamos nos unir com os humanos para conseguirmos dizimar a névoa negra que assola os corações dos rednavianos.

-E você foi o escolhido!

-Tens certeza?

-Sinto tanto apego por esse planeta que parece que sou um rednaviano!

-Mas você é!

-Nós que colocamos sua semente na Terra para iluminar os corações dos humanos, mas agora nós precisamos de uma semente para nosso planeta, para germinar a luz!

Fiquei confuso, mas concordei pois isso explicava o amor que eu sentia por luzes, brilho, faíscas e cometas!

-Rerflakaya você disse que eu tinha que deixar uma semente mas de que forma?

Nesse momento Rerflakaya pegou na minha mão e me levitou, pegou na outra mão e olhou bem dentro da minha retina, seu olhos cor de mel penetrou nos meus e senti uma sensação maravilhosa. Sensação de reencontro como se já nos conhecíamos anos luzes atrás, chegou perto da minha boca e continuando me olhando pediu:

-Teodoro me beija!

Beijei-a ardentemente, apaixonadamente, nossos corpos rodopiavam no ar acima da montanha de Jaskaol e parecia que toda a montanha pulsava junto, nossos corpos eram só luzes em frenesi.

Sentia que as luzes eram uma forma de sugar nossas energias e realizar uma permuta, troca, saindo de nossas entranhas.

Ficamos paralisados no ar por algumas horas, só aquela bola de luz como fosse um globo, não distinguia quem era quem.

Aproximaram varias luzes cintilantes e ficaram ao nosso redor, como se fosse uma investigação, as luzes mudavam de cor mas continuavam cintilantes, numa espécie de luzes de neon.

Senti um colapso como se minha luz estivesse perdendo energia e desmaiei, apaguei........

Vander P
Enviado por Vander P em 30/04/2013
Reeditado em 03/03/2015
Código do texto: T4266681
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