PERDIDOS NO ESPAÇO - PROJETO JUPITER - parte 2

PERDIDOS NO ESPAÇO

PROJETO JUPITER - PARTE 2

PAULO SERGIO LARIOS

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A nave decolou no meio de um fogaréu, rumo ao céu, num estrondo que iluminou a noite escura. Alguns testes eram feitos de vez em quando e não era de se estranhar, se houvesse algum repórter, filmando de longe. A Júpiter II fora criada no formato de um Disco Voador, por que era uma nave de apoio e deveria ter condições de manobrar, quase que instantaneamente em todas as direções. A idéia da Júpiter II não era tanto a rapidez, apesar de que ela poderia, teoricamente, alcançar uma vez e meia a velocidade da luz, mas sim mobilidade para flutuar no ar, ou mover-se para a frente, ou de lado, ou recuar muito rápido.

Haviam sete enormes cadeiras espaciais na ponte, uma delas fora instalada às pressas, para a nova componente do grupo, a capitã Lilian Cartwright, piloto de vôos de naves de primeira linha a sete anos; hoje ela contava com vinte e três anos. Lílian seria co-piloto, recebendo ordens diretas do Major Don West. Don e Lílian tinham as primeiras cadeiras, à frente do painel, principal. Todas as outras cadeiras seguiam o formato circular da nave; eram todas dispostas uma ao lado da outra. À direita de Don vinha o Professor Robinson, logo após Maureen. Do outro lado, logo após Lílian, vinham Judy, Penny e por ultimo o menino Wil, que perdera a cadeira para Lilian.

Quando a Júpiter II saiu da atmosfera da Terra, às 3:01, adentrando o espaço estelar, logo viram à frente a enorme e imponente nave negra, Júpiter. A Júpiter era chamada de cargueiro, pois comportava, literalmente um mundo, dentro de si. Com um aprimorado suporte de vida, estavam já há muitos meses, duzentas famílias em hibernação, algumas apenas formadas com marido e esposa, algumas delas tinham um filho, ou filha. A única família maior, que estaria na Júpiter era a dos Robinson, que seriam os responsáveis em levar a todos para o planeta de onde o sinal de rádio vinha, a muitas décadas. Judy acumulava o cargo de médica e nutricionista da nave e seria acompanhada pela sua mãe, Maureen.

Enquanto chegavam próximo à Júpiter, um compartimento lateral se abriu, onde a Júpiter II, entrou, pousando em instantes. Assim que saíram da nave Walter os saudou.

- Olá Dr. Robinson, olá família. – disse o robô. – Existem duas pessoas que não estou conseguindo reconhecendo. Bom dia Sr. Bom dia Senhorita. Posso observar que a senhorita é muito bonita?

Lílian sorriu e retribuiu.

- Obrigada, pelo galanteio. Como é o seu nome?

- Ah, perdão – dizia enquanto os tripulantes iam adentrando a nave Júpiter, que ia acendendo luzes, conforme caminhavam.- Eu ainda não me apresentei. Meu nome é Walter, sou o computador da nave, e irei ajuda-los a essa travessia até o planeta que tem mandado os sinais de rádio para a Terra a muito anos. Sou da categoria Hall 5000.

- Bom, eu sou Lílian, capitã de vôo e nessa missão co-piloto do Major Don West.

Walter ficou quieto um instante quase imperceptível.

- Acessei meus bancos de dados e fiz contato com a base na Terra e já vejo todos os dados da senhorita Lílian. Vejo que a dois meses a sua mãe morreu. Meus pêsames, senhorita.

- Muito obrigada Walter.

- Também tomei a liberdade de acessar os dados do Major Don West, condecorado 3 vezes com a Cruz de Honra Mundial, piloto de kart, de fórmula 1, nadador profissional, paraquedista, enxadrista, exgrimista. Lutou 3 anos nas Guerras Bônicas. E ainda construiu uma casa num formato Art Noveo que vem gente do mundo inteiro fotografar. É um excelente currículo Major West.

Don sabia que as partes podres da sua vida já estavam no bando de dados do robô. Tomara que isso não venha causar problemas depois, pensou.

- Muito obrigado Walter. No Controle tivemos algumas aulas para entender como a categoria Hall 5000 funciona e só posso dizer que estamos com o melhor de todos.

- Eu agradeço muito Major. Isso me deixa muito feliz. – Os Hall 5000 eram robôs que de tão perfeitos, alguns cientistas afirmavam que tinham sentimentos. Os bons sentimentos nunca eram problemas, os problemas eram os maus.

Assim que todos estavam acomodados e alguns controles foram ligados, fazendo toda a estrutura do casco tremer, a nave começou lentamente a sair do lugar, até que em instantes estava quase na velocidade total, rumo a Alpha Centauri.

A comunicação com a Terra era clara e duraria até os limites do Sistema Solar. Nunca nave nenhuma, tripulada saíra para o espaço profundo, a Júpiter era a primeira.

Seis horas depois que tinha alcançado o espaço profundo, o Controle da Terra observou estupefato que a Júpiter explodiu.

pslarios
Enviado por pslarios em 26/04/2013
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