Monrak: Mundo subterrâneo
Solitário, andando nos vales de Cassimiro, arredores da pequena cidade de São Pietro, região de Lavrália, avistei um lugar que me chamou a atenção, era um buraco, tipo loca, caverna, espiei cheguei perto, tive coragem de me arrastar na pequena fenda escura, seguindo arrastando, comecei a ouvir sons de tambores bem baixinho, fui invadindo aquela abertura e foi ficando mais confortável a entrada, os sons dos tambores foram ficando mais fortes e mais audíveis.
Parei um pouco para recobrar minhas forças, mas a vontade era de seguir adiante, sabe aquele senso de pesquisador, e para ser um pesquisador a regra número um é ter curiosidade e vontade, segui comecei a ver uma certa claridade, quando olhei já não conseguia ver a abertura que entrei, a claridade parecia cada vez mais longe, não conseguia alcançar.
Pensei em voltar, mas a vontade de descobrir foi maior, segui agachado pois a abertura estava cada vez mais larga, em determinado momento já podia ficar de pé, ouvi ruídos juntamente com o som dos tambores, abaixei, escondi atrás de uma coluna de pedra, ouvi conversas mas não dava para entender.
-um idioma estranho
As figuras tinham um pisado forte.
As sombras na parede denotava que se tratava de criaturas maiores que os humanos, passaram alguns minutos, aquelas criaturas pararam de fazer barulho e sumiram na imensidão da caverna. Tive coragem de seguir em frente, caminhei mais um pouco, mas sempre ouvindo aqueles tambores, o som estava bem forte e comecei a ver um foco de luz, cheguei mais perto, um vulto passou por mim, senti um arrepio de dar dor na coluna, fiquei sem folego, parecia ser uma criatura de asas, senti até o vento de suas asas, me escondi novamente, apavorado e trêmulo, nesse momento senti uma dormência no corpo, estava formigando, uma sensação de desfalecer, faltando ar, sangue, amarelo açafrão!
Voltei a percorrer esse labirinto, e os tambores continuavam bem mais fortes, segui e vi uma iluminação intensa, rodeei, achei um local para melhor observar, eram criaturas com asas, lindas, pareciam borboletas mas os rostos eram quase humanos, toques delicados umas nas outras, todas ao redor de algo maior e mais iluminado. Observei melhor, aquela luz era o nascimento de um filhote, cor azulada, asas douradas, uma criatura encantadora, os tambores cessaram assim que ele nasceu, começaram a voar freneticamente ao seu redor, as criaturas começaram a emitir um som tão potente que me deixava surdo, confuso, e desorientado, abaixei a cabeça, cobri os ouvidos, e esperei, passado algum tempo, o som cessou, as criaturas foram pousando uma a uma, os tambores começaram a ressoar novamente, com batidas vibrantes.
Olhei, levantei, começaram a formar fileiras, essas fileiras tinham uma dança tão bonita e coreograficamente perfeita, eram como um balé de teatro profissional, as criaturas do meio da fileira tinham um brilho azulado, antenas brilhantes, olhos faiscantes, e cabeça ornada de um halo cintilante. Elas subiam perfeitamente sincronizadas, quando estava em cima emitiam um som vibrante, uma melodia linda, sem agressão aos tímpanos, era como se comemorassem a chegada de um rei.
Sumiram na caverna até as luzes foram apagando, fiquei com uma sensação de bem estar, pois foi lindo, quando comecei a andar senti que estava sendo seguido, comecei a ficar apavorado, senti uma leve pressão no meu ombro, tremi, a sensação era leve, mas mesmo assim quando eu olhava não conseguia enxergar nenhuma criatura, isso dava maior anseio, pois não sabia o que ia encontrar, a mão foi materializando seguido do braço, a cor azulada me dava a impressão que eram as criaturas que eu tinha observado, seu corpo foi surgindo cada vez mais lindo, as asas surgiram vibrantes e coloridas, nesse instante começou a levitar, me carregando........
Continua