Rednav III: O mensageiro de Bilic

Certa noite, estava perto de uma fogueira queimando meus neurônios, quando bateu um vento repentino, faíscas voavam, o fogo estava vorazmente devorando a madeira, as faíscas pareciam pirilampos em noite escura, e o vento insistia, ventava, ventava, começou a esfriar corri para dentro de casa, peguei um pulôver um tipo de casaco de lã, lembrei também do meu bornal, pois tinha umas poesias para terminar, sentei no jardim, comecei a olhar para o céu, vi um risco de luz, quase que instantaneamente meu bornal começou a levitar, me arrastando para cima, fiquei assustado, cada vez mais para o alto ele me levava, fiquei com medo, fiquei flutuando por uns minutos, quando o risco de luz passou bem perto de mim, o bornal seguiu o risco numa velocidade estonteante, era como se meus ossos tivessem sendo arrancados de minha carne, estava muito frio, mesmo com a blusa de lã.

De repente foi diminuindo a velocidade, foi quando avistei um platô, tinha uma luz marcando o local onde o bornal me levava, desci devagar, a luz me dava segurança, pousei, mas meu coração parecia que ia sair pela boca.

Quando desci, me acalmei, meu bornal ficou no chão ao meu lado, levantei, fiquei de pé, com o bornal atravessado no corpo, mas reparei que tinha um brilho esverdeado dentro dele, como se pulsasse, abri e olhei, era a folha sólida, o presente de Rerchain guardião do planeta Rednav, peguei-a com cuidado, ela começou a brilhar intensamente formando uma névoa esverdeada ao meu redor, me cobrindo, fiquei sem saber mas não tive medo, de repente tudo ficou coberto, só via a névoa verde, passado alguns instantes, ela foi dissipando, dissipando e comecei a enxergar uma pequena imagem na minha frente, cada vez mais nítida, uma cor lilás, a figura parecia sorrir, fiquei parado, esperando a poeira colorida se espalhar, O sorriso ficou nítido e os olhos da figura eram brilhantes, meu coração bateu forte, a sensação de ter retornado a Rednav, ficou evidente, a figura que me fitava e sorria era Rerlorkay o guardião jovem e brincalhão.

Nesse momento aproximei e olhei bem dentro de seus olhos, uma luz forte me penetrou e fomos teleportados para um lugar, telepaticamente ele me contou:

-Esse local é Bilic, um jardim de Jaskaol, são montanhas de minério, muito importante para o planeta Rednav. A parte que ele me levou era tão bonita e cheia de brilho, e esse brilho emanava tonalidades multicoloridas, percebi que muitos guardiões tinham esse minério em suas vestimentas, agora entendo porque eles tinham tanto brilho.

Rerlorkay pegou na minha mão e saímos flutuando pela montanha afora, cada parte me enchia de uma alegria espontânea, calorosa e apaixonante, ele é tudo que um jovem queria ser, tem ternura, compaixão, rosto de quem te entende, andrógeno, nem homem nem mulher, só pessoa, um ser iluminado no interior e exterior. Isso me deixou completamente apaixonado, não na figura masculina, ou feminina mas sim na pessoa, que acredita no ser humano, te imagina como um ser de luz, sem preconceito, sem agouro, sem julgamento, só amor, só amor, era o que eu sentia.

Rerlorkay era um ser sem sexo, ou seja, uma figura que não preocupava com seu corpo e sim com sua mente ou sexto sentido. Rerlorkay queria me ensinar o amor, a juventude da vida.

Rerlorkay pegou novamente em minha mão e fomos teleportados para uma área restrita, assim ele me comunicou.

Chegamos onde ele queria, assim que chegamos Rerlorkay me apresentou sua irmã era uma Rednaviana chamada Rerflakaya, linda cor de violeta, lábios carnudos, cintura fina, quase uma modelo terráquea, muito bonita e comunicativa.

Assim que ela chegou Rerlorkay ficou fantasiando e não comunicou mais comigo, senti uma certa distancia, achei que seria como na Terra, ciume. Mas Rerflakaya me falou telepaticamente.

-Não se preocupe isso acontece com todos os Contactos, mas ele não percebe que eu amo ele e não os iluminados da Terra.

Assim começamos a conversar e Rerlorkay me falou está na hora.

Não entendi?

-Indaguei Rerlorkay.

-Hora de que?

Ele me respondeu.

-Você tem que aprender os valores de Bilic, ou seja, os valores do jardim de Jascaol, pois tudo que brilha tem valor, mas os humanos pensam no mercadício no valor imediato e não no valor humanístico, esse é o erro mais comum, pois a felicidade está no brilho dos olhos e não no brilho dos diamantes, a perfeição está nos pequenos gestos e não nas fortunas.

Rerlorkay apesar de ser jovem me ensinou valores básicos, aqueles que deveriam vir de berço, mas a gente é corrompido pelas veias da fortuna a qualquer preço, isso veio das heranças sem medidas, que precisamos combater.

Rerlorkay chegou perto de mim juntamente com Rerflakaya e falou telepaticamente.

-Teodoro você veio, eu te recebi, te mostrei o jardim de Jascoal, viu tanto brilho!

-Você tem todo o conhecimento para aplicar na sua raça, para que eles possam, voar, planar, flutuar e imaginar e construírem um mundo melhor, espalhe um pouco desse brilho mas mentes dos terráqueos, siga sua intuição, veja nas crianças a esperança, a ternura, o amor sem medida, você é o responsável pelas brincadeiras lúdicas, para que cresçam com sede de viver, pois cada criança é um deus.

Nesse momento Rerflakaya chegou perto de mim, olhou nos meus olhos pegou na minha mão, sorriu e soprou no meu rosto, nesse momento senti vertigem e apaguei.

Acordei perto de um riacho, senti a frescura da água, o cheiro do verde, o orvalho das folhas, o vento soprando, levantei, olhei, e percebi que meu bornal estava colorido de violeta, abri, vi um amuleto, uma pedra de Jascaol, do vale de Bilic, tão linda e brilhante, tive suspiros de alegria, um presente de Deus, pois conheci criaturas tão impressionantes e interessantes nesse planeta que parece serem meus irmãos, sai andando, sorrindo e sentindo leve, leve......

Vander P
Enviado por Vander P em 04/04/2013
Reeditado em 08/09/2015
Código do texto: T4223465
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.