O Pacto Lunar - Parte 2

(Continuação)

– Mas, afinal, o que é isso? O que esse... alien faz aqui? E porque está apontando esta arma para mim? – indaga Mark.

– Ele me fez uma proposta. Eu entregaria a Lua a ele e sua raça. Em troca, eles protegeriam a Terra – explica Ian.

– Protegeriam de que? – indaga novamente Mark.

– Há mais raças aliens por aí. Algumas hostis. É por isso que a Terra precisa de proteção.

– Mas você perguntou se mais alguém concorda com isso? A Lua não é sua! A Liga das Nações Terráqueas deveria saber disso... – diz Mark.

– A Liga não importa. O mais importante é que... De repente, um forte estrondo interrompe a fala de Ian. Tanto ele quanto Mark e Slan percebem que o barulho veio de fora da base. Um novo estrondo é ouvido. Ian abaixa sua arma, que estava apontada para Mark, e vai em direção a porta. Abre-a, e corre em direção à porta principal do centro de comando. Mark e o alien fazem o mesmo. Ao saírem pela porta principal, veem uma batalha entre os soldados que acompanhavam Ian e alguns guardas do centro aeroespacial.

– O que está havendo?! – pergunta Mark, com um forte grito.

Um dos guardas se aproxima dos três.

– O que foi? Porque estão lutando? – pergunta Mark ao guarda.

– Recebemos uma informação de que o senhor Ian estaria mentindo sobre... – o guarda percebe o alien – mas, o que é isso?! – e aponta sua arma para a criatura.

Rapidamente, Slan saca um bastão de sua cintura e aponta para o guarda. Um raio sai do bastão, atingindo o homem. Porém, o guarda, com anos de experiência e treinamentos, dispara uma rajada de balas em direção de Slan, antes de cair acometido ao chão. Slan também cai. As Balas da metralhadora turbo perfuram sua negra roupa, e um líquido verde escuro começa a jogar daquilo que seria seu peito. Rapidamente alguns guardas se aproximam de Ian, apontando-lhe suas armas.

– Renda-se senhor Ian. Largue a arma. Não lhe feriremos, eu prometo – diz aos berros o Coronel Lan Demarques, chefe da guarda do centro aeroespacial. Ian deixa a arma cair, enquanto olha para o alien caído no chão, jorrando aquele estranho líquido verde. Mark se afasta, observando tudo de longe. Apenas olha para Ian sendo algemado. Este já não carrega mais aquele sorriso irônico no rosto. Ele fita Mark, com um olhar de raiva. E sabe que a conversa entre os dois ainda não chegou ao fim. Ian é encarcerado em uma cela especial, assim como todos os seus aliados. Já o alien é colocado em uma cúpula, no laboratório central, para que possa ser estudado pelos cientistas da base.

Ian está sentado em uma cadeira, de cabeça baixa. Mark se aproxima de sua cela.

– Ian. Precisamos conversar.

– Não há nada para conversarmos – responde Ian.

– Por que? É só o que quero saber. Por quê? – indaga Mark, e prossegue – O que o levou a nos trair?

– Não traí ninguém. Estava apenas pensando na segurança da Terra.

– Mas, você confia realmente nesse alien?

Mark para de falar quando um funcionário do centro se aproxima.

– Senhor Mark, estamos precisando do senhor na sala de monitoramento.

– Mas, o que foi?

– Não sabemos direito, senhor. Parece que os computadores centrais estão com defeito.

– Está bem. Vamos lá ver. Depois continuamos nossa conversa, Ian.

Mark sai pelo corredor onde ficam as celas. Ian abaixa a cabeça e permanece em silêncio. Ao chegar à sala de monitoramento, Mark se depara com algo estranho. Todos os computadores estão com defeito.

– Mas o que está havendo? – pergunta ele.

– Não sabemos ainda, senhor Mark. Parece um tipo de interferência – responde Seymor Rogers, técnico responsável pelos computadores.

Mark resolve ajudar Seymor, na tentativa de fazerem os computadores voltarem a funcionar. Depois de alguns instantes, misteriosamente, os computadores voltam ao normal.

– Vejam só, os computadores estão funcionando agora

– diz Seymor.

– Mas o que poderá ter causado isso? – indaga Mark.

De repente, um guarda entra na sala aos berros.

– Senhor Mark, senhor Mark!

– O que foi? O que aconteceu?

– Ian, ele desaparece da cela!

Mark corre em direção à cela. Ao chegar, vê que Ian não está mais lá. Olha para a fechadura eletrônica. Nenhum sinal de arrombamento. Enquanto ainda tenta imaginar o que teria ocorrido com Ian, outro guarda se aproxima.

– Senhor. O alien, ele também desapareceu.

Mark vai até o laboratório, onde estava o alien. Ao chegar lá, vê a cúpula vazia.

– Mas como? – indaga ele – O que aconteceu com os dois?

Saindo do laboratório, ao se aproximar do corredor que dá acesso à porta de saída do centro, Mark escuta um barulho vindo do hangar. Chegando lá fora, vê a nave de Ian levantado voo.

– Mas como, quem está pilotando a nave? – pergunta ele.

– Senhor, uma mensagem, na sala de comunicação – diz um guarda, aproximando-se de Mark.

Chegando à Sala de comunicação, Ian se depara com o rosto de Ian na grande tela do comunicador principal.

– Olá Mark. Como pode ver, estamos voltando para a Lua. Eu e Slan vamos para lá, concretizar nossos planos. Tentarei evitar uma guerra com a terra. Mas não garanto nada. Até mais, amigo.

A mensagem chega ao fim. Mark apenas lembra de quando ele e Ian eram amigos. Uma guerra entre a Terra e a Lua poderia sim acontecer. Isso já era esperado há tempos. Mas a traição de seu melhor amigo, isso ele não esperava.

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Este conto foi publicado integralmente no livro "Uma Verdadeira Prosa - Contos & Minicontos"

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 21/01/2013
Código do texto: T4096715
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