O Encontro
Smuk deu alguns passos, abriu uma porta e já estava na praia. Ninguém menos do que Libes o esperava, logo ali, debaixo do sol e com um sorriso róseo, quase divino, iluminando ainda mais seu rosto maravilhoso. Smuk beijou a esposa, passou a mão por seus cabelos negros, deu-lhe a mão e ambos começaram a andar. Uma brisa morna acariciava suas faces e seus pés descalços eram massageados pela areia macia. Um cheirinho bom e peculiar vinha do mar. A vegetação da praia, verde, estabelecia um equilíbrio gostoso com o azul do céu e o brilho das ondas iluminadas pelo sol que, cá e lá, insistia em penetrar entre as nuvens.
Conversaram. Falaram dos filhos. Sorriram. Trocaram lembranças .Era bom estar ali, um sentir o outro. Afinal, foram tantas coisas juntos, tantos momentos. Depois aquela longa separação, coisa da profissão dele. Mas agora podiam se ver, pelo menos de vez em quando. Ficaram horas se deliciando um com o outro. Eram tão íntimos que completavam a frase um do outro. Smuk e Libes definitivamente se amavam.
Chegou o momento de se despedirem. Um abraço afetuoso,um beijo na boca. Ela foi voltando com passos leves e lentos para o outro lado da praia, de onde viera. Seus pés suaves deixavam leves marcas na areia que logo a seguir eram desmanchadas pela brisa. Smuk fez um último sinal com a mão e entrou.
O último aceno que Smuk fez, demorou pouco mais de dez minutos para chegar até a Terra e, na verdade, foi um aceno virtual. Ele estava na Estação Centaurus, em Marte, sentado em uma sala especial de efeitos virtuais. Sua esposa Libes estava na Terra numa sala do Departamento de Controle de Estações extraterrestres. Tinham acabado de participar do encontro quinzenal promovido pelo departamento entre funcionários trabalhando em Marte e seus familiares aqui na Terra.
Quando estava saindo da base, alguém perguntou para Libes como havia sido o encontro. Ela sorriu e disse que aquela praia podia ser virtual, mas era a mais linda que ela já tinha conhecido até então!