Abduzido. Uma descrição verídica de minha real experiência com seres extraterrenos.

Segue aqui, indevidamente exposto como ficção, uma descrição verídica de minha real experiência com seres extraterrenos.

08/06/2012. Estava eu em pé, olhando boquiaberto para cima daquele campo cercado por mata onde agora me encontrava. Círculos brilhantes percorriam o céu abstratamente, por hora rodando entre si, por outras sumindo e reaparecendo em outro ponto. Era noite e tudo estava muito escuro, e mesmo estando sozinho, talvez por êxtase diante daquele fenômeno ou mesmo imprudência de minha parte, ali fiquei fitando-os estupefato.

Vi-me diante do perigo tarde de mais. Olhando para cima, pude enxergar um fecho prateado de luz descer como uma seta até mim, inundando meu corpo com sua luminescência. Por um instante me vi ainda consciente e pude pensar em correr, mas repentinamente senti meu corpo bambear e meus olhos arderam em agonia crucial, me obrigando a fecha-los apertados enquanto sentia meu crânio vibrar e minha cabeça pegar fogo. Atordoado, ceguei-me de todos os sentidos corpóreos por um tempo que não sei bem definir. Mas quando o atordoamento terminou, acometeu-me a lucidez acompanhada de imenso alívio. Olhei em volta assustado enquanto resfolegava. O campo que a pouco encontrava-se tomado pelo breu, agora banhava-se de luz piscante e um brando som, como o de um secador de cabelo, porem mais grave e alto. O terror me dominou quando vi a pequena nave pousada a pouco mais de trinta metros de mim. Dela emanavam as luzes, e estas me obrigavam a crispar os olhos e enrijecer o rosto para que pudesse vê-la. Não parecia ser maior que um ônibus em cumprimento, mas quanto ao formato não pude constatar nada devido a interferência das fortes luzes em minha vista, mas o que temia (e ao mesmo tempo ansiava, de certo modo) surgiu.

Quando vi os contornos perolados daquelas figuras pálidas senti um medo que jamais sentira antes, e duvido que você já tenha sentido. Como numa hipnose de terror minhas pernas não me obedeciam, estavam rigidamente fixas ao chão enquanto tremiam de maneira violenta. Assim, igual um rato assustado ali fiquei, imóvel, enquanto os três seres caminhavam em minha direção em um sincronismo quase robótico. Quando próximos a mim pararam para me analisar. Eram pequenos, como pigmeus, talvez um metro ou menos. Seus crânios imensos, portadores de negros olhos enormes, eram aberrantemente desproporcionais aos membros esguios e esqueléticos, brancos como cal, embora lustrosos, não opacos. Fitei apenas um deles, olhando seus olhos pretos em um transe quase agradável, mas bastaram poucos minutos o olhando para meus músculos se desligaram de minha mente, fazendo-me cair ao chão como um aleijado sem nem os braços ou o pescoço poder mover, mas ainda consciente. Comigo ao chão um dos seres chegou para tocar minha testa com seu dedo gélido; próximo a mim senti seu odor, a criatura fedia a madeira queimada.

Tudo ficou escuro e deixei de sentir o odor; minha consciência se arrefecia aos poucos até se apagar, e então eu estava desacordado.

Acordei nu, deitado sobre um chão branco em algo que parecia ser uma sala branca de simetria estranha. Estava muito fria, iluminada por uma luz igualmente branca mas sem nem um ponto de origem e tudo que pude ouvir era o ar que entrava naquela sala por um orifício exatamente no centro do telo, em uma reta acima de mim. Engatinhei para longe das rajadas de ar e daquele buraco suspeito, tomado de pânico. Notei que caso levantasse minha cabeça tocaria o teto, mas não o fiz. O chão era liso e muito frio, a ponto de queimar um pouco a pele. Sua matéria, assim como a das paredes e do teto assemelhavam-se a plástico duro, mas sei que não era plástico; frio, liso e revestido por uma fina camada de óleo que o tornava escorregadio e ainda mais gelado. O cheiro que sentia era forte, parecia o cheiro do álcool embora um pouco diferente; estava na sala, em mim, e em meus cabelos. Notei que além de nu me encontrava incrivelmente limpo, como se esterilizado, apenas um pouco ungido daquele óleo do chão e das paredes. Me sentei de costas a um dos cantos do ambiente afim de poder ter uma visão íntegra de todos os seus outros cantos, e ali fiquei por horas, que se revezaram em momentos de agonia, curiosidade, medo, culpa, tristeza ou súbita calmaria. Fui abduzido... Por greys pensei. Tinha plena ciência de tal fato. Havia procurado por extraterrestres naquele campo afastada de qualquer área urbana. E os encontrara.

Passado as horas, sem emitir qualquer ruído um orifício oval se formou em uma das paredes laterais a mim. Era como se um buraco pequeno tivesse sido feito naquela superfície, e se expandido como um rasgo em uma luva de borracha formando uma espécie de porta arredondada.

Encolhi-me, mas ainda olhando o novo cenário, amedrontado.

Dois daqueles seres introduziram-se na sala vestidos ambos com uma roupa segunda pele de cor amarelada, que cobria seus braços, troncos, pernas e pés. Pude vê-los com mais clareza naquele momento. Um era pálido, muito branco, já o outro um tanto mais amorenado, mas mesmo assim empalidecido.

Pensei em falar algo, porem temi as conseqüências de tal ato e me mantive em silencio; não tinha ilusões quanto a intenção daquelas criaturas para mim.

Rostos astutos me observaram por um espaço pequeno de tempo. Eram impassíveis.

Mais uma vez senti meu eu ser tomado, e mais uma vez apaguei totalmente.

Dessa vez acordei com choques a percorrer todos os meus ossos. Gritei, meus olhos ainda fechados, mas os choques não cessaram até passados mais alguns segundos de agonia.

Mesmo assim mantive meus olhos fechados numa tentativa inútil de fugir de tudo aquilo. O silencio estava presente como uma matéria pesando em minhas costas, e dizendo há ETs em seu redor e eles lhe farão mal Senti-me convidado ou obrigado por mim mesmo a abrir os olhos. De fato, ali estavam aqueles seres mais uma vez, agora vários em um espaço bem mais amplo e de simetria mais uma vez peculiar. Não havia janelas nem adornos, nem detalhes aparentes. Tudo era branco e funcional. Uns me observavam, outros estavam de passagem pelo lugar, entrando por corredores mais além ou saindo, levando consigo objetos que eu não soube definir serventia.

Eu próprio me encontrava afundado em algo que parecia-se muito com um pufe de borracha, e meu corpo não podia se mover, mas apenas sentir o doloroso latejo que a eletricidade me causara.

Eu gemi, e eles notaram o ato com placidez. Em silencio, parecia que todos sabiam o que fazer. Os indivíduos que circulavam pela sala ou partiram ou entraram para ficar, e o movimento se encerrou. Três dos greys ligeiramente diferentes em formato craniano e tamanho estavam sentados em coisas também semelhantes a pufes de borracha disformes, mas diferentes do meu. A frente deles uma bancada também disforme estava. Nada repousava em cima dela, mas ela própria emitia alguma luz e sombras escuras pairavam por sua superfície. Os demais, talvez quinze, encontravam-se em pé.

Segue agora a descrição dos experimentos aos quais fui submetido.

Notei cinco criaturas adentrarem a sala empurrando coisas que pareciam ser quadrados maciços, um pequeno e ligeiramente comprido, o outro um pouco maior. Estes pairavam a poucos centímetros do chão e pareciam ser facilmente movidos.

A agonia me acometeu quando vi aqueles quadrados, agora parados em minha frente tocando o chão, se abrirem do mesmo modo como a sala onde eu estava há um tempo atrás se abrira. Do quadrado maior um humano caiu. Como eu, estava nu, mas não tinha cabelos, pelos ao longo do corpo ou mesmo cílios. Nada. Ele caiu ao chão e se encolheu como uma semente, fechando seus olhos diante da forte luz branca que pairava na sala sem um ponto de principio.

O outro quadrado somente se abriu, lá dentro era escuro e nada consegui ver, mas não parecia grande o suficiente para guardar um homem como aquele diante de mim.

Dois dos greys andaram até o individuo encolhido e nele grudaram em alguns pontos (que pareciam serem calculados) pequenas esferas imperfeitas, e estas em contato com sua pele se planavam formando círculos em seu corpo do tamanho de um palmo. Aqueles círculos pareceram incomodar o homem, que se esticou no chão de barriga para cima.

Em seus olhos estampavam-se mortas íris leitosas e apagadas, somente suas pupilas negras se destacavam, mesmo agora pouco dilatadas. Sua pele desprovida de pelos estava cinzenta como se nunca tivesse provado do sol. Se um dia tal criatura tivesse sido humana, já não era mais.

Por um breve instante senti-me sujo e demasiado rudimentar perto daqueles seres de outro planeta. Com seus grandes crânios, poderiam abrigar um cérebro imenso e repleto de possibilidades que o meu próprio cérebro limitado nunca poderia compreender, pensei...

Não tinha dúvidas de que estava diante de um povo muito superior ao meu em tecnologia e mesmo evolução biológica. Perto deles você se sente um grande ser bruto e peludo com uma cabeça pequena de mais.

Por fim o tal homem se agachou e olhou para mim. Nesse instante vi uma curiosidade e apreensão surgir entre os ETs. O individuo me olhava fixamente, e em certo momento soltou um tipo de som roufenho claramente destinado a mim, mas não pude entender o que aquilo poderia significar. Os greys sentados atrás da bancada pareciam estar ainda mais curiosos. Passados alguns minutos daquela bizarra situação, o homem engatinhou até mim, o que me provocou muito mais medo, e tocou meu joelho com uma mão pouco forte, produzindo logo em seguida mais um daquele som incompreensível. Depois disso soltou meu joelho e um silencio mais uma vez tomou a sala; silencio esse que nunca sentira antes. Era como estar imerso em um vaco onde nada se movia em um raio de milhares de quilômetros.

Em seguida notei que um dos greys estava exercendo alguma força psíquica no homem, que voltou a se agachar um pouco mais para longe de mim. Esse mesmo ser foi até o humano, olhou de relance para os outros três ETs na bancada como se esperasse um sinal. Ao recebê-lo de algum modo, picou o olho do homem com algo que não pude distinguir em sua mão, mas no mesmo instante o silencio foi cortado por um longo e rasgado grito de agonia. O olho direito do humano estava vazado em seu rosto, pendurado ainda por um fio em sua bochecha. O pânico invadiu cada uma das células de meus músculos, que se enrijeceram de terror. Eu me lembro de ter gritado, e os greys não tentaram impedir em momento algum, apenas nos observavam de modo perspicaz. Eu gritei qualquer coisa em minha língua, e isso pareceu agradar aqueles seres que naquela altura eu tomava por malditos sádicos.

Contudo o homem não se movia, apenas gritava de dor horrendamente. O segundo olho foi forçado a abrir pelo mesmo ET, e também perfurado. Mais uma onda de gritos, dessa vez ainda mais intensos, invadiu a sala e eu derrubava lagrimas de aversão. Por varias vezes tentei fechar os meus olhos para não ver a cena, mas não consegui, eles simplesmente (assim como o resto do meu corpo) não me obedeciam.

O humano voltou a cair no chão e se enrolar feito um tatu, cessando seus gritos, mas ainda tremulo. Eu tremia minhas pernas agora inúteis, e sentia uma náusea das piores que havia sentido. Aquele cheiro da substancia semelhante a álcool piorava ainda mais meu estado; senti-me tentado a vomitar, mas meu corpo não respondia a nem uma de minhas vontades.

Uma nova onda de náusea voltou quando vi o humano cobaia ser enfiado de volta na caixa, que voltou a se fechar como um quadrado maciço, sem deixar nem um vestígio de porta.

O segundo experimento me provocou certa dor. Dois dos greys chegaram a mim, exalando aquele cheiro de madeira queimada de suas cabeças peroladas. Não pude virar o pescoço para ver, mas senti algo picar o lado direito de minha barriga. Meus olhos giraram para cima, e minha caixa torácica inflou e suspendeu todo o meu tronco. Em seguida um comichão se iniciou no lugar da picada, e senti um liquido adentrar meu organismo de modo nada gentil. Era frio de mais e um tanto condensado, de modo que abria espaço entre minhas veias, se alastrando por toda aquela região.

Senti o efeito daquela substancia se iniciar alguns minutos depois. Fiquei em observação, enquanto outros ETs faziam outras coisas, ou saiam da sala para depois voltar. Um tenso sorriso surgiu em meu rosto, queria tira-lo de lá, mas ali ele ficou. Não sentia a influencia psíquica de nem um dos greys, portanto, penso ser efeito do que injetaram em mim, seja lá o que fosse.

Após o intervalo os ETs voltaram a mim. Da segunda caixa para meu espanto, retiraram um escanzelado bebê humano. Pequeno como um feto de pouco mais de oito meses, estava desacordado; dois tubos ligavam-se a sua pequena barriga inchada, e assim como o homem que anteriormente estivera na sala não possuía se quer um fio de pelo ao longo de todo o corpo. Os tubos foram retirados, deixando apenas dois objetos que pareciam ser laminas de aço no lugar.

Fiquei observando aquela bizarrice ainda com o inconveniente sorriso, e em seguida uma gorda veia da garganta do recém nascido foi fissurada por um dos greys, e a criança foi deitada ao chão, exposta a mim. Não morreu no mesmo instante como eu teria suposto. Ao invés disso acordou de seu transe e passou a se contorcer em cima de seu sangue, em silencio. A cena foi o ápice de minha loucura. Já me encontrava péssimo pelo que vira acontecer ao homem, e agora, com aquilo, sentia-me a ponto de desabar. Naqueles instantes meu estado emocional chegou ao ponto do transe que inutilizava meus membros cessar relutante, e então cai do pufe para o chão.

Cerrei meus olhos agora obedientes, e chorei. Para minha desgraça, de meus dentes escapou uma risada e o sorriso forçado continuava ali. Gritei. Mas o grito ao longo de sua extensão transformou-se em mais uma gargalhada.

Voltando a abrir meus olhos, cauteloso para não ver o corpo do bebê, notei que os greys, imóveis, me estudavam. O cheiro de álcool induzia ainda mais minha náusea, e então vomitei, gargalhando logo em seguida.

Continuei naquele estado, deitado de olhos fechados revezando lágrimas e gritos de horror com sorrisos de divertimento, embora não me sentisse nada divertido.

Passadas horas os seres vieram a mim, e mais uma vez me hipnotizaram até que eu desmaiasse.

Os experimentos haviam se encerrado.

Acordei mais uma vez na sala branca. Não havia mais vómito em meu corpo e mais uma vez eu cheirava a aquela substância. Um latejo forte piscava em minha nuca, e ao tocá-la, senti um caroço. O sorriso sumira, mas sabia que agora eu já não era mais o mesmo. A angustia ainda apertava-se dentro de mim, e aquelas cenas lembro até hoje. Passei um tempo considerável na sala branca, poderia ter dormido e acordado ao menos quatro vezes nesse período, mas permaneci desperto. Tremendo.

Não havia comida para mim, mas meu estômago não ardia, nem tão pouco sentia fraquezas alimentares, apenas psicológicas, e estas ultimas são fortes em mim até os dias de hoje.

Voltei a ser visitado pelos greys depois de esperar. Quando a estranha porta se abriu, apenas um deles entrou ali. Era baixo como os outros. Muito branco e de expressão superior. Alimentando meu medo a porta se fechou, e ficamos a sós ali. Ele veio para perto de mim e eu não senti medo, por mais suspeito que isso possa parecer. Sua mente tocou a minha, e soube que naquele momento ele sabia exatamente de tudo o que eu também sabia. Foi então que ouvi uma voz; uma voz sem timbre, que parecia ser fruto de minha imaginação, embora não fosse. Ela me dizia para manter-me vivo a todo custo.

Após esse contato voltou-me aquele já conhecido sono, e mais uma vez eu estava desacordado.

Lembro-me de ter acordado no mesmo campo onde havia sido capturado, vestindo minha calça apenas. Ainda era noite e me perguntei se teria ido para outra dimensão onde o tempo era diferente do terreno. Mantive-me ali naquele lugar até o sol voltar, e então marchei para minha casa. Era estranho ver as outras pessoas agindo normalmente na cidade, elas não sabiam de nada.

Me pego atormentado por esta experiência até atualmente. Por vezes fico maluco e perco toda minha sanidade durante dias, tenho de ser atendido por familiares preocupados, que claro, pensam que eu fui seqüestrado e enlouqueci.

Descobri que na verdade passara quase duas semanas abduzido, isso em tempo terreno mesmo.

No entanto por mais insuportável que seja continuar respirando, a mensagem daquela criatura ainda ecoa em minha mente, nunca me permitindo o alivio da morte; “mantenha-se vivo”.

Kevin Barden
Enviado por Kevin Barden em 11/01/2013
Reeditado em 12/01/2013
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