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A música distorcida ecoava suavemente pela pista de dança a céu aberto, todos bailando a passos hediondos, como animais em frenesi. Máscara no rosto era tudo o que vestiam, para esconder as vergonhas.

Ele olhou para outro alguém: uma moça que se balançava descalça no chão de terra solta, se aproximou. Ela sorriu, a gengiva visível na abertura de sua máscara de penas podres. Ele a pegou pela cintura, ambos seguindo o protocolo, a dança de acasalamento.

Ele acariciou a cabeça lisa dela, que fez o mesmo, tiraram as máscaras juntos. Sorriram. As gengivas marrons, aprovando um ao outro. Sem beijo ou carícia, de mãos dadas seguiram juntos pela imensidão caótica e desolada abaixo do céu preto de poeira cósmica.

J Sant Ana
Enviado por J Sant Ana em 12/11/2012
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