Fóssil
Ana Esther
Dois cientistas observavam com grande interesse e curiosidade um fóssil obtido em uma das rotineiras expedições exploratórias que haviam feito recentemente a alguns planetas estéreis. Os dois admiravam aquele fóssil tão bem preservado e completo imaginando a melhor forma por onde começar as suas análises. O laboratório onde se encontravam possuía os mais modernos computadores e aparelhos que se possa imaginar. As mentes mais geniais ali trabalhavam com dedicação e alegria. Seria questão de alguns minutos de estudo até que eles estabelecessem a causa da extinção da vida no planeta de onde viera o fóssil.
Dito e feito, o fóssil, após ser escaneado por inteiro, por dentro e por fora, revelou fatos impressionantes sobre seu planeta de origem. Os níveis de radioatividade eram tão altos que os cientistas precisaram neutralizar o objeto e todo o ambiente. O relatório produzido pelo computador era alarmante. A vida naquele planeta havia sido exterminada devido a explosões nucleares. O DNA do fóssil ainda acusou algo que deixou os cientistas muito tristes, tratava-se de um exemplar mutante e degenerado de uma espécie que eles conheciam bem. Não queriam acreditar que aquela tragédia tivesse acontecido com aquele planeta que fora tão exuberante... Mas aquela era a prova definitiva para a identificação correta. Sem sombra de dúvida, o fóssil era o de um ser humano e o planeta estéril era mesmo a Terra.
*Este meu pequeno conto foi publicado no jornal Letras Santiaguenses Ano 17, No. 100, Julho/Agosto 2012, pág. 13.