Quem sou eu?

Algum dia na sua vida você já se perguntou: _Quem sou eu? esta é uma pergunta que me indaguei aos oito anos de idade. Lembro-me da minha oitava primavera, quando despertei do que parecia ser um sonho e me perguntei, quem sou eu? O que fiz antes dos oito anos que não consigo lembrar, e me perguntava aonde estava antes dos oito anos?

Na minha memória passavam fleches de pequenas lembranças. Lembro-me que aos dois anos de idade meus irmãos corriam de quatro atrás de mim, dizendo que era o bicho e iriam me pegar, isto causava-me pânico, pavor, as pernas tremiam, e o medo era tanto que tomava conta do meu ser. Esta foi a causa dos meus pesadelos por toda a minha vida, sempre sonhava com alguém querendo me pegar e eu tentava correr, mas não conseguia sair do lugar e acordava.

Certo dia mamãe ia viajar para fazer um cirurgia, lembro-me que ela e meu pai levaram-me junto, eu fiquei na casa da minha tia, enquanto minha mãe estava no Hospital.

Foi aí que meu pânico tomou forma, meus primos me botavam para dormir no berço e colocavam um lençol sobre a cabeça e me assustavam, dizendo que era o bicho.

Lembro-me muito bem da casa da minha tia, e que ao lado passava um rio e o meu pai me levava para tomar banho. Lembro de uma foto minha com dois anos em cima da televisão, foto esta que tenho uma cópia comigo.

Outra lembrança que me vem a mente é o meu choro diante de um fato ocorrido no carnaval. Aos meus três aninhos, lá estava eu tomada banho, toda cheirosinha, arrumada e com um belo laço de fita rosa em meus cabelos, minha mãe acabara de me arrumar e sentou-me na mureta da varanda para ver os mascarados passarem, eu feliz da vida me deliciando com uma goiaba vermelhinha de dar água na boca, ainda sinto o seu sabor, quando de repente um mascarado avança na minha goiaba e me deixa a chorar, foi como tirar doce da boca de uma criança.

Lembro-me também de achar que no escuro havia bicho, pois todos me diziam que o bicho ia me pegar, cresci me perguntando qual é a forma do bicho? Pois não sabia, como continuo a não saber até hoje.

Lembro também o dia que minha mãe ganhou minha irmã mais nova, e amadrinha dela a trouxe nos braços, meu irmãozinho chorava muito e mandava que a madrinha levasse a menina embora. Então ele foi ao quarto e puxou o cueiro com a minha irmã deitada em cima e a jogou no chão.

Estas são as lembranças da minha infância, e a partir de então tive que caminhar sozinha em busca de respostas, já encontrei muitas respostas e continuo em busca de mais. Hoje sei que não encontrarei todas as respostas neste mundo, mas um dia com certeza conhecerei todas as coisas e todos os mistérios do universo.

Continua...Por que estou aqui?

Rivanda De Siqueira
Enviado por Rivanda De Siqueira em 25/08/2012
Reeditado em 27/10/2012
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