Armazém do Délcio, lugar de uma boa prosa .
Armazém do Délcio, lugar de uma boa prosa
História imagináveis do osnofa
Eram muitas as pessoas que se encontravam, no Armazém do Délcio, para uma prosa boa. Isto se tornou histórias imagináveis, porque eu, nunca presenciei estes acontecimentos, mas pude imaginar como tudo aconteceu.
Um dia, meu avô Zeca do Eduardinho, conhecido também como “Zé Como vai”, e “Zé Com-licença”, estava na casa do Seu Paixão, ali na esquina da Rua Zezé Lima com Dr. José Gonçalves, onde todo dia ele ia ler o jornal Estado de Minas, quando meu pai, que era carteiro chegou para entregar o Jornal de um dia que ficou na história do povo brasileiro, primeiro de Abril de 1964. Eu tinha apenas dez anos e nem fiquei sabendo o que estava acontecendo em nosso país, eu e muitos dos meninos e meninas da época éramos inocentes a este tipo de assunto.
Meu avô, quando viu o meu pai, foi logo dizendo:
- Por gentileza, compadre Afonso, me dá cá o Estado de Minas, quero ler logo as notícias da revolução.
O Paixão foi na cozinha me buscar um copo com água. Meu Pai, de imediato, entregou o jornal para o meu Avô e deu prosseguimento ao seu trabalho. Imediatamente o Vô Zeca do Eduardinho foi a passos largos ao Armazém do Délcio, ali pertinho da esquina, ler as notícias. Logo que chegou, encontrou lá, proseando com o Délcio, o Juiz de Direito Dr. Nabor e o Zeca foi logo dizendo: o Estado de Minas trouxe, na íntegra, tudo sobre o golpe militar que tivemos no dia 31 de Março, é uma bandalhice só o que está acontecendo em nosso país, e foi logo dividindo as folhas do jornal com o Délcio e o Dr. Nabor, e disse:
- Eu volto já, vou ali buscar o Paixão, pois o jornal é dele.
Jornalisticamente falando, foi assim que as notícias da revolução chegaram, de fato, no Armazém do Délcio.
osnofa.una@hotmail.com